break up with your boyfriend I'm bored

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* Não Revisado

Ethan

Eu me perguntava se aquilo tudo não passava de um sonho, ou uma realidade paralela onde o sol e o clima fresco deixavam o Central ainda mais lotado, com famílias em piqueniques e crianças correndo de um lado para o outro com seus gritos de diversão preenchendo o ambiente. Tess era uma delas. Ela corria de um lado para o outro feito um filhote de gazela, fazendo seus cachos pularem, era uma visão incrível.

Volta e meia ela olhava para mim, rindo ou mostrando algo, isso fazia com que meu peito saltasse. Então era essa a sensação? A sensação de ter um projeto de pessoa, dependendo somente de você e da sua aprovação?
Quando me ofereceram esse cargo de padrinho nunca pensei o quão envolvido eu ficaria com isso. E perante a situação, eu não tinha outra opção. Era inevitável.

Antes de virmos ao parque, Ivy foi quem aprontou Tessa, com vestido, enfeites no cabelo e toda aquela papagaiada feminina que agora nem existia mais. Aprender a andar foi um descoberta quase histórica pra Tessa, e depois que aprendeu, nada mais parava ela. O que foi resultado das birras e pirraças que antes eram desconhecidas.

Como um dia desses, ela estava correndo pela casa feito o papa léguas e mesmo com Ivy e eu mandando para que ela parasse, ela não parou. E como um castigo, colocamos ela dentro do cercadinho antes que ela quebrasse a casa toda. Acho que nunca vi Tessa chorar tanto em todo esse tempo. A forma em que ela se jogava, esperneava, puxava os cabelos, era assustadora. Cheguei a pensar que ela estava possuída ou alguma merda do tipo.

— O que? Quer água? — pergunto quando ela se aproxima apontando para sua garrafinha.

Observo ela beber a água como se a vida dela dependesse disso. Seu rostinho suado e sujo, me provaram que deixa-la apenas de sandálias e calcinha foi a melhor opção se eu não quisesse ouvir um sermão sobre roupa suja depois.

— Vamos? É hora do almoço.

Ela olha pra mim com o cenho enrugado e um bico antes de balançar a cabeça, negando.

— Não. — diz de supetão. Olho surpreso.

Incrível como essa é a única coisa que ela aprendeu a falar direito.

— Você sabe falar não, mas não sabe nem dizer o seu nome. É isso mesmo? — rio nasalado antes te voltar a encara-la. — Vamos embora, projeto de Ivy, antes que você comece a me xingar também.

Quando chegamos em casa logo ouço vozes, e apenas uma delas me interessava. A outra, pelo contrário, tinha o poder de amargar o meu momento. As duas então, resultava em meu dia amargurado.
Não consigo esconder meu desgosto ao adentrar a cozinha e ver o divertimento deles enquanto arrumavam as compras, compras as quais faríamos juntos. Até perceberem minha presença.

Como tem feito esses dias, Ivy evita contato visual e verbal. Só diz o necessário. E isso estava me matando. Ela estava em silêncio, e tudo o que eu queria era ela gritando qualquer ordem no meu ouvido. E eu nem sabia o que tinha feito.

— E aí, cara. — seu namorado me cumprimenta com um aceno de cabeça.

— Vou dar banho nela, Susan pediu para eu levá-la para Staten. — ignoro a menção e me direciono para ela, que se ocupa em guardar enlatados. Ivy apenas concorda. — Você vem?

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