Capítulo 4 - O Passado.

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O ponto de vista é algo extraordinário.

Uma mesma coisa, por exemplo: Um copo d'água deixado na varanda de uma casa por mais de 1 semana, para alguns, não passa de uma água suja que está ali apenas para atrair mosquitos para botar os seus ovos, porém, para outros como um morador de rua ou até mesmo alguém sedento por água em um dia de extremo calor, aquele copo é a chance de matar aquela sede mortal, independente se ele está ali naquela varanda a mais de uma semana. Ou seja, cada pessoa tem um ponto de vista da mesma pessoa, situação ou coisa.

Para Harry, olhar aquele anjo a sua frente, não era nada normal, afinal não era aquele Ian que ele havia conhecido. Não era aquele anjo que era o rei do inferno.

O homem alto, de corpo magro, pele bastante branca e de cabelo extremamenre escuros, não era mesma mesma pessoa que havia trago o inferno a terra.

Mas, e agora? Como matar aquele que diante de seus olhos não era a mesma pessoa que lhe fez mal?

Essa dúvida martelava a cabeça de Harry, que agora não sabia mesmo o que fazer, pois depois de alguns minutos conversando com o seu tio Ian, ele notou que não era possível que uma pessoa tão serena, viesse a se tornar o mal que destruíria a terra.

A lua brilhava no alto do céu, com poucas nuvens e ambos caminhavam pela a calçada. Harry escutava atentamente o que Ian lhe contava.

Foi um caminho longo desde a queda no bosque até as ruas silenciosas da pequena cidade.

Ian contava a Harry como era ser um anjo protetor e explicava a ele os caminhos que o levaram até ter a sua protegida.

Ian não falou sobre Arthur, na verdade nem mencionou se tinha um irmão, o que de certo modo deixava Harry intrigado, mas isso não o fez questionar, na verdade, Harry estava tão impressionado com o anjo que Ian era, que só não conseguia assimilar as duas pessoas em uma só.

Ian caminhava com Harry usando um corpo mortal, suas asas haviam se escondido pouco antes de entrarem na cidade, o modo de falar de Ian, chegava a lembrar o jeito engraçado de Louis, mas não é pra menos, são pai e filho!

O vento daquela noite, passava por ambos e Harry ainda com poucas palavras tomou voz em uma das conversas e começou a questionar.

- Como você sabia que eu era um dos celestiais? - Questionou Harry.

- Pelo o modo que você caiu do céu! Eu já tinha visto aquilo uma vez, só que não cheguei a tempo de ver o que era e dessa vez quando você cruzou o céu, voei direto pra lá e vi a sombra de suas asas queimando no chão. - Responde Ian.

- Entendi. Como você consegue andar como um mortal? Isso é fora das regras, a não ser que seja uma das ordens de Deus. - Pergunta Harry.

- Então, eles não sabem que eu ando como os mortais ... só que é estranho, ficar ali protegendo ela e ela não se dar conta que sou eu que cuido dela ... Você me entende? - Pergunta Ian franzindo a testa.

- Nossa e como entendo! Já passei por isso. - Disse Harry arqueando as sobrancelhas e respirando fundo.

- Então sabe como é ... - Ian consentiu e espremeu os lábios enquanto colocava as mãos no bolso de sua calça.

- Não tem medo de que alguém descubra sobre você e como está fugindo das leis? - Questiona Harry novamente.

- Pra ser sincero, não! Estou assim a tanto tempo. - Diz Ian, caminhando agora mais lentamente e se virando para Harry, mudando de assunto.

- Então... já estamos nos falando a algum tempo e ... eu ainda não sei o seu nome e nem o que você veio fazer aqui. Nunca te vi antes. - Questiona Ian.

OSC - PERDIDO NO TEMPO//Onde histórias criam vida. Descubra agora