Tesouro no Cemitério - Parte III

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Parte III

A escadaria era estreita, úmida, em forma de caracol, parecia infinita, era iluminada apenas pela ponta do cajado do homem.

Finalmente, atingiram o fim. Era um lugar iluminado pela lua cheia e por um céu estrelado,  havia muitas ruas de terra que se cruzavam e, nestes cruzamentos, sempre havia alguém parado. Ora eram homens fortes e imponentes, com finos trajes como o que a conduzia, ora eram mulheres com longos e chiques vestidos. Matilde notou que as cores neste mundo oscilavam mais entre o preto, o vermelho, com tons de dourado,  azul e roxo. 

O homem que a conduzia, levou-a a um salão onde algumas pessoas, que como ela também estavam acompanhadas de homens ou mulheres como os que vira nos cruzamentos das longas ruas que percorrera. Neste momento, Matilde sentiu -se fraca e quase perdeu os sentidos. Um homem alto, forte e de rosto cadavérico surgiu à frente e bradou uma palavra que ela não entendeu, mas achou que fosse uma espécie de saudação já que houve resposta dos imponenentes homens e mulheres.

Por fim, começou:

-Vocês,  matérias da Terra, foram trazidos aqui por seus guardiões que habitam este reino! Este é um momento muito importante para o mundo em que habitam! 

As pessoas ouviam amendrotadas o rosto cadavérico falar.

-Aqui não há nada para se temer! Ouçam! Vocês foram escolhidos para uma missão. Uma missão muito importante que dependerá da fé de vocês para se concretizar. A missão de serem médiuns na terra! 

Cada um de vocês será direcionado à energia de maior afinidade. Depois, em terra, deverão trabalhar com essa energia dando sua voz e seus movimentos ao espírito que lhe orientará. Deverão seguir seus comandos para que a missão tenha sucesso! 

Matilde quase levantou a mão se não fosse a interrupção de seu guardião.

Vocês,  novos médiuns, devem estar se perguntando o que acontecerá caso recusem a missão. Eu lhes digo: não contarão mais com a proteção que têm, ficarão na terra à mercê da sorte e do acaso. 

É um novo tempo, tempo de levarmos à Terra a luz e o conhecimento das coisas da alma. É o tempo de abrirmos as portas para a espiritualidade atuar. Dependemos de vocês. 

Com o fim do pronunciamento, o homem de rosto cadavérico se afastou. Os guardiões conduziram as pessoas a caminhos distintos. 

Matilde fora levada a uma fila enorme e de lá pode notar que algumas pessoas saiam com uma blusa branca ou com uma blusa preta. Sentia seu coração bater a mil conforme a fila andava. 

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