Na penumbra da noite, no mais escuro beco. Lá está o homem a dançar.
Lamenta-se por ser tão fraco, chora por ser inútil. Fraqueja nos seus passos, em uma dança monótona e melancólica. Sozinho ele pensa, sozinho ele vive.
Olhos marejados, avermelhados. Sustenta-se sem esperança em uma chuva leve que não pára desde que nasceu.
Em uníssono as luzes da cidade viram-se para ele e acompanham sua voz pela noite. Em um ritmo próprio, o seu tom grave e desafinado repete no crepúsculo: Não chova em mim.
Seus lábios encharcados espirram emoções que só ele próprio pode entender. Suas roupas tem um peso que só ele pode sentir. O perfume de lavanda e jasmim que só ele pode emitir. E a sua voz: Não chova em mim.
No clarão de um relâmpago, passando na velocidade da luz ele clama por um nome esquecido, conhecido apenas por ele e seus irmãos.
Combinações estranhas juntam-se a ele na calada noturna, vozes doces e amargas unidas em um único esforço:
Não chova em mim.
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Quer um Café meu Consagrado?
PoetrySem nada pra fazer, em um dia escuro, escrevo poemas de outro mundo. Bom... Quer um café? Adaptado do Spirit: https://www.spiritfanfiction.com/perfil/trodyi