Capítulo 2 - Eu desisto

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Mais alguns meses se passaram e parecia que a cada passo que Catarina dava para se aproximar de Afonso, ele dava dez para se distanciar dela. Apesar de cada vez mais quebrada e machucada, ela continuava tentando conquistar o coração do rei.

Ela resolveu novamente convidar o marido para jantarem juntos. Havia providenciado um cardápio especial, com tudo que sabia que o agradava e seu coração encheu-se de esperanças quando ele aceitou.

Naquele dia, ela estava tão ansiosa que contava cada minuto para a noite chegar. Havia se preparado com esmero. Usava um vestido de tecido leve que exibia e escondia os pontos certos de sua pele, os cabelos perfeitamente penteados, além de usar um perfume delicioso.

E a noite havia chegado e ela cuidava de cada mínimo detalhe. A iluminação que trazia um clima envolvente e sedutor, o cheiro das flores sobre a mesa, tudo perfeitamente pensando para envolver o homem. Tudo estava absolutamente perfeito e impecável apenas a espera dele.

Porém, os minutos de espera logo se converteram em mais minutos, que logo viraram horas e que logo viraram uma noite inteira. Na mesma proporção que seu coração se encheu de felicidade na esperança de ter um momento sozinha com Afonso, o mesmo fora quebrado e esses sentimentos se converteram em tristeza e decepção. Mais uma para sua longa coleção.

- Majestade. - Ulisses, o chefe da cozinha, aproximou-se medindo cada passo. - Devemos servir o jantar?

- Não. - Ela respondeu quase sem forças e o rapaz viu quando uma lágrima escapou de seus olhos e também podia ver a decepção em seu olhar quando ela encarava a mesa. Sorrindo tristemente, continuou sua fala. - Não será necessário servir o jantar. Nada saiu como eu gostaria, mas não quero que nada seja desperdiçado. Distribua a comida entre os funcionários. Pelo menos alguém sairá beneficiado com tudo isso.

Encarando o rapaz e sorrindo triste, ela levantou-se da cadeira e saiu rumo aos aposentos que dividia com Afonso. Entrando no quarto, jogou-se sobre a cama e mais uma vez chorou a ponto de soluçar. Passou tanto tempo em prantos, que acabou adormecendo acompanhada de sua costumeira solidão e do buraco em seu peito que parecia crescer a cada dia mais.

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Cerca de três semanas após o episódio do fracassado jantar, Catarina ainda continuava alimentando esperanças de uma aproximação. Ela ainda parecia completamente cega em meio a seus sentimentos.

Passeava pelos corredores do castelo e no quarto onde os banhos costumavam ocorrer, ela ouviu uma movimentação e ao abrir a porta viu que Afonso estava dentro da pequena banheira sozinho. Seus olhos fechados e sua expressão relaxada a atraíram.

Ela deu alguns passos e isso o fez abrir os olhos devido ao barulho das botas dela batendo no chão. A mulher aproximou-se sorrindo levemente enquanto ele apressou-se em pegar uma toalha para cobrir-se e levantou da banheira.

- Não precisava sair, eu estava apenas passando pelo corredor. - Ela disse sorrindo e não pôde deixar de encarar seu corpo, que tanto desejava tocar e sentir.

- Catarina, acho que não é uma boa hora. - Ele falou tratando de ir em outra direção em busca de suas roupas. Ela o seguiu e se aproximou.

- Não farei nada com você, calma. - Ela disse sorrindo tentando quebrar aquela muralha que ele havia construído entre os dois. Acariciando seus ombros deu a volta ficando atrás dele e aproximou os lábios de seu ouvido. - Quero apenas conversar um pouco. Nós dois quase não ficamos próximos. - Ela sussurrou e sorriu ao perceber o arrepio na pele dele.

- Catarina, essa não é uma boa hora. Sabe que temos tempo para tratarmos dos assuntos do reino, mas agora prefiro ficar sozinho. - Ele disse se afastando e seu sorriso se desfez.

When I Was Your Man (Short Fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora