Capítulo 6 - Constantino de Artanza

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Dias se passaram desde a última discussão entre Afonso e Catarina e, desde então, eles não trocavam muitas palavras

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Dias se passaram desde a última discussão entre Afonso e Catarina e, desde então, eles não trocavam muitas palavras. Ela praticamente não o olhava nos olhos, não chegava perto dele e, sem a menor cerimônia, voltou a dormir em seu antigo quarto, nem ligando para os comentários dos servos sobre o distanciamento do "casal".

Mas diante de tudo, Afonso não conseguia compreender a si mesmo. Ele deveria estar feliz, certo? Isso era sinal de que a esposa havia compreendido que não existia lugar para ela em seu coração, não é? Porém, ele nunca tinha uma resposta para esses questionamentos que faziam sua mente ferver.

Por qual razão aquele distanciamento o incomodava? Por que ele não conseguia ficar feliz sabendo que Catarina realmente estava cumprindo com sua palavra quando disse que havia desistido dele? Se ele dizia tanto que amava Amália, por que não conseguia afastar de si a angústia que sentia quando a esposa estava sempre o evitando?

"Isso só pode ser cansaço pelos dias e dias de preparativos para o torneio que se aproxima", ele pensavam tentando se convencer daquilo que sua mente queria fazê-lo crer, mas não tinha tanta convicção assim nos pensamentos.

Catarina realmente havia desistido de Afonso e não estava mais nem um pouco disposta a correr atrás dele, a implorar por migalhas de atenção e nem a implorar por um amor que ela sabia que não teria e que ele fazia questão de jogar isso na sua cara em qualquer oportunidade.

Obviamente, não havia deixado de amá-lo da noite para o dia, mas a cada dia vinha trabalhando em si o amor próprio. Ela não poderia amar ninguém sem amar a si mesma antes. Como pôde esquecer de uma lição assim tão importante? Ela mesma não se reconhecia. Se Afonso não queria seu amor, tudo bem, ninguém pode mandar nos sentimentos dos outros, mas não iria mais se submeter a tantas humilhações diárias.

E, sinceramente, a prática diária do amor próprio havia mudado bastante o comportamento e os pensamentos de Catarina. Ela havia parado de insistir, de se rebaixar, de se humilhar e de agir feito uma tonta obcecada por um homem que não a queria.

Afonso era quem perdia. Se ele não a queria que fosse atrás da maldita plebeia feito um cachorrinho, pois ela era grandiosa demais para um homem com tanta pequinês de ideais e de ações. Ela merecia mais que ele.

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Dias depois

O dia da abertura oficial do torneio havia chegado. O povo estava eufórico aguardando o momento. A nobreza de toda a Cália chegava a Montemor e era recebida com festa nas ruas. Os plebeus estavam felizes e entusiasmados e isso até os fizeram esquecer um pouco sobre o assunto do distanciamento entre o casal real de Montemor e Artena.

Catarina se preparava para o grande dia. Escolheu um vestido vinho, com detalhes dourados nos ombros e pequenas correntes nas mangas, um cinto que moldava sua fina cintura e um penteado que prendia seus fios negros. Estava deslumbrante, como de costume.

When I Was Your Man (Short Fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora