third

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Alyssa Lee

O tal Jaebum vira em uma avenida, e logo vejo o prédio do hospital. Eu já não sinto mais a ardência nos meus braços por conta da adrenalina vivida minutos atrás, então vir até aqui foi meio que viagem perdida. Fiquei com medo de pedir para o cara ao meu lado para que me deixasse em um hotel qualquer, já que sua expressão ainda está me assustando, mesmo que ele não esteja mais tão carrancudo quanto antes. Pelo menos agora, ele não está segurando o volante com tanta força, e não está tão tenso. Na verdade, ele parece estar mais relaxado, dirigindo com apenas uma mão, enquanto está com o cotovelo apoiado na janela, passando as mãos nos fios escuros vez ou outra, os jogando para trás. Querendo ou não, tenho que admitir que o sujeito é bonito. Até me deixa um pouco desconcertada.

Assim que ele estaciona na frente do prédio branco, mordo o lábio. Tudo bem que essa não foi a melhor forma de se chegar nesse país. Na verdade, não foi nada do que eu planejei. Mas estou com um certo medo de ficar sozinha. Não é nada grande, mas assim que esse cara for embora, vou ter certeza de que vou estar sozinha por um longo tempo. Bom, não é como se eu pudesse reclamar, afinal, escolhi isso.

- Está entregue. - Jaebum murmura, puxando o freio de mão.

- Obrigada. - Tiro o cinto, e abro a porta do carro.

Me surpreendo quando ele sai do banco do motorista, e dá a volta no veículo e abre a porta traseira, tirando minha mala de lá. Ele a empurra na minha direção, e volta seu olhar para mim.

- Vê se cuida disso aí e olhe para os dois lados da rua antes de atravessar. - Ele aponta para os ralados avermelhados nos meus braços, e coloca as mãos nos bolsos da jeans preta.

- Já entendi. - Falo baixo, tentando fugir de seu olhar penetrante. Olhando agora, ele tem uma pintinha acima do olho, assim como têm brincos e mais alguns piercings nas orelhas.

Levanto a alça da minha mala, e dou um passo para trás. Não faço a mínima ideia de onde estou e nem para onde vou. Preciso dar um jeito de trocar o chip do meu celular e procurar um hotel.

- Você ao menos conhece alguém por aqui? - Ele pergunta de repente. Provavelmente minha cara de desesperada deve ter deixado clara que estou completamente perdida.

- Sim. Tenho uma amiga aqui. - Respondo brevemente, vendo ele estreitar os olhos. De certa forma, não tenho a mínima ideia de onde Kim Jisoo possa estar agora. As chances de ela estar morando na mesma casa que me lembro, são quase nulas, já que se passaram tantos anos desde a minha ida para a América. - Mas vou procurar um hotel por aqui. Está tarde e não quero incomodá-la agora. - Completo diante de seu olhar penetrante. Estou começando a detestar esse jeito esquisito dele. É intimidante demais. Será que ele está tentando me fazer ficar com medo ou algo assim? Pois se está, é melhor melhorar suas técnicas. Praticamente apostar um racha em plena avenida não é a melhor opção.

- Não têm hotel nessa área. Pelo menos não um em que não esteja caindo aos pedaços. - Ele diz firme. Que ótimo. Eu mal cheguei em território estrangeiro, fui atropelada por carro, e me meti no meio de um racha noturno com um cara pra lá de assustador e mal humorado. Se até o fim do outro dia eu sobreviver, vou sair no lucro.

- Não importa. Eu pego um táxi. Agora se me der licença. - Pego minha mala novamente e me dirijo até o prédio do hospital atrás de mim. Eu nem quero mais saber dos ralados nos meus braços, só preciso de uma desculpa para que ele suma logo daqui.

Passo pelas portas de vidro do hospital, e me atrevo a olhar para trás, vendo o tal Jaebum ainda parado perto da calçada do lugar. Qual é? Ele não vai se mandar? Respiro fundo e vou até um dos bancos longe da porta. Espero que se eu dar alguns minutos por aqui, ele já tenha ido embora.

If You Do »» JB visionOnde histórias criam vida. Descubra agora