ataque.

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No outro dia, tentei não perceber a cara amassada que Rosalie fez pra mim. Não sabia o porquê, mas mesmo assim não liguei.
- como foi com o Thomas ontem?- minha mãe chegou perto de mim o suficiente pra eu perceber que ela usava o perfume favorito do papai.
Dei de ombros.
- foi bom.- comi os cereais o mais rápido que pude. Senti os olhos do meu pai em cima de mim o tempo todo.
Joguei os braços pro alto.
- ok, quem vai me dá carona hoje?- vi Emmett se movimentar pra pegar as chaves, mas o meu pai foi mais rápido.
- acho que hoje é o meu dia.- ele me deu o braço. Eu peguei desconfiada.
Emmett começou a ri do outro lado da sala. Revirei os olhos.
Entrei no carro prateado comprado no verão passado meio desconfortável. Ele queria conversar sobre alguma coisa e coisa boa que não era.
Já tínhamos passado pela metade da estrada. Estávamos próximos da casa de Thomas, quando ele começou a aumentar e diminuir o volume da rádio, ligar e desligar o ar condicionado.
Trinquei os dentes.
- pode me dizer logo o que é?- eu encarava o rosto mais pálido do que antes com uma seriedade de se impressionar.
Ele tossiu e se virou pra mim. Mesmo dirigindo.
- soube da sua saída com o Thomas...- ele se ajeitou um pouco na poltrona- não tenho nada contra, mas acho melhor você tomar cuidado sabe?- eu olhei pra ele confusa- com os volturi.- ele falou como se fosse óbvio- eles aceitaram o meu relacionamento com Bella, mas...
Arregalei os olhos. Ele também não.
-pai!- cruzei os braços- eu não tenho e nem sinto nada pelo Thomas. Ele é meu amigo!- falei como se isso explicasse tudo.
- as vezes uma amizade é apenas um disfarce...- ele fechou os olhos- pra alguma coisa a mais. Ninguém sabe se ele não sente nada por você.
Abri e fechei a boca. Bem, eu também não sabia. Depois de ontem eu não sabia de nada, na verdade.
Assenti.
- tudo bem, mas o senhor não precisa se preocupar. Nunca vai acontecer nada entre nós dois.- cortei logo aqueles pensamentos.
Ele pareceu desconfiado.
Será que eu deveria conversar sobre toda a história de enrolação que eu tinha com o Jacob?Ou deixá-lo com aquilo era o suficiente?
Preferi a segunda opção.
Tá tudo bem.
Os olhos dele brilharam. Estávamos na frente da escola.
- me lembro como se fosse ontem...- ele riu. Dei um beijo no seu rosto.
- credepito.- ele sorriu.

A escola não tava tão lotada hoje. Talvez porque faltava apenas algumas semanas para o início dos jogos. Eu tinha aula de química nos primeiros horários.
Encontrei Thomas parado na frente da sala me esperando. Acenei pra ele.
- hey!- cumprimentei.
Ele estava com um moletom cinza e tinha as mãos pra dentro do bolso. Parecia sem jeito.
- hey. - ele deixou eu passar e nos sentamos nos nossos lugares lá no fundo.
- tá tudo bem?- perguntei preocupada- tu tá esquisito.
Ele riu um pouco.
- é talvez, mas eu tava meio sem jeito de te dá...- ele tirou do bolso uma caixinha amarela.
Engoli seco.
- calma!- ele pediu rindo- eu queria te dá ontem, mas não foi muito apropriado.
- Thomas...- perdi a voz assim que ele abriu a caixinha.
Era um sol banhado em ouro. Sorri de lado, meio tonta.
- achei que tinha tudo haver com você.- ele pediu permissão pra pegar no meu braço. Permitir.
Ele colocou a pulseirinha brilhante. Eu estava hipnotizada.
Era linda.
Eu sorri um pouco tímida.
- obrigada Thomas.- o professor entrou em sala- nunca ganhei nada igual.
Já havia ganhado um piano, uma passagem pra NY, um closet com 100 peças de roupa, mas nunca...
Um sol.
- não há de que, renes.

A vez da parada foi da minha mãe. Meus pais tiraram o dia pra mim hoje. Ela parecia bem animada, fiquei feliz. Nunca mais a tinha visto assim.
- faz tanto tempo que não fazemos isso.- ela comentou meio sem jeito.
Edward tinha comprado duas passagens pra NY. Eram pra manhã. Fiquei feliz de vê-los dando um tempo de toda aquela confusão.
- você precisa bater muitas fotos...- pedi alegre com a ideia da viagem- e me manda todas depois.
Ela concordou.
- não duvide. Você será a primeira a ter informações minhas.- ela sorriu de lado e voltou a concentração pra estrada.
Eu vi o sol descer devagar.
Fechei os olhos. Talvez não fosse tão ruim. Meus pais estavam bem, Thomas era um ótimo amigo, percebi ao vê a luz solar refletir na pulserinha.
Jake estava feliz. Ele tinha a garota dele. Com ele.
Eu precisava saber apenas disso. Meu coração tentou doer mais um pouco. Talvez eu precisasse de tempo, conclui. Talvez eu precisasse de distância dele. Dos meus sentimentos.
Por isso, pensei, não atendi o telefone quando ele ligou a noite. Apenas por isso. Não porqur doía ouvir a voz dele. Nunca seria por isso.

Acordei meio sonsa. Eram 3:39 da manhã. Encontrei Alice, Jasper, Emmett e Rosalie sentados assistindo a algum filme muito divertido.
Me aproximei.
- não acredito que não me chamaram pra seção cinema!- reclamei brincando.
Alice me puxou pro lado dela.
- acabou de começar.- ela ofereceu pipoca- você não perdeu nada.
Não tinha perdido nada mesmo.

Tive que acordar cedo no outro dia pra conseguir me despedir dos meus pais. Meu pai estava radiante com a ideia de ter Bella só pra ele.

A minha mãe já tinha certo receio em meio de tanta felicidade

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A minha mãe já tinha certo receio em meio de tanta felicidade.
- você ficará bem?- ela tocou nas minhas mãos.
Toquei delicadamente no rosto dela mostrando a seção cinema de ontem.
Ela sorriu.
- ficará.
Logo depois disso eles partiram. Senti um peso no meu coração ao vê-los irem.
- eles vai fazer falta...- Alice comentou do meu lado.
Concordei.
- vai ser por pouco tempo.- sorri pra ela.
Ela retribuiu. Um pouco mais distante do que eu.
Não fui pra escola naquele dia. Fazia muito sol, não era uma boa eu saí brilhando por aí.
- deixei salada e frango na geladeira.- Rosalie fez cara de nojo.- voltamos em 5 horas, no máximo.
Ela deu um beijo no alto da minha cabeça. Meu tio um soco no meu ombro e Alice enviou mil corações com uma das mãos. Jasper apenas acenou.
A casa era apenas minha. Deitei meio sem ter nada pra fazer. Olhei o teto. O telefone. Pensei em ligar pra Jake, mas desisti no meio do caminho.
Não precisava de mais essa na minha cabeça. Thomas! Peguei o casaco cor de vinho que Alice havia deixado e sai. O sol não estava mais tão forte assim, então dava pra sair sem parecer uma fada.
A casa dele não era tão distante.
Eu já estava no meio do caminho quando vejo alguém correr na minha direção, muito rápido. Sinto o coração disparar por meio segundo.
Ah não.
O cara do capuz corria na minha direção. Comecei a correr de volta pra casa. Mas ele era mais rápido.
Dessa vez não era um sonho, percebi por fim. Era real.
Senti algo pontudo no meu rosto. Cai no chão. Tinha sangue nas minhas mãos.
Ouvi uma risada distante.
E depois tudo ficou escuro.

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