73 - Giulya.

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Um turbilhão de coisas se passavam pela minha cabeça em câmera lenta, desde do fato em que eu larguei TUDO, T U D O, minha vida, meu emprego, minha mãe, meus amigos e etc para viver dependente do Riquelme, refém à ele, até hoje, em como estou sufocada com tudo isso.

De fato, eu sempre tive toda certeza que minha mãe estava correta quando disse que ela não havia me criado para essa vida, real, eu me vejo desesperada, procurando apenas uma saída, mas a escolha foi minha, ele não me obrigou a nada disso, eu vim por quê amo ele.

Eu amo o Riquelme e não tenho nenhuma dúvida disso, mas me vejo presa demais à esse relacionamento, nosso ritmo de vida SEMPRE foi contrários, e eu não sei se realmente tô disposta a continuar nisso, ele é ótimo, em alguns momentos insuportáveis, mas o fato de nunca conseguir ter uma conversa digna, um sentar e conversar, resolver as coisas com calma, me cansa!

A notícia da prisão dos meninos me pegou completamente de surpresa, poderia ser EU, minha cara nos jornais, já pensou? LIVRAMENTO, foi Deus me livrando e abrindo minha mente pra refletir no que de fato minha vida se tornou.

A Vivian estava no nosso meio o tempo todo, ela não está presente, mas tudo ligava à ela e essa gravidez, cada dia que passa me sinto mais exausta e sem paciência nenhuma pra lutar sozinha.

🐦 - MAMÃE DA VIC 🤰🏼: mandei um vídeo da minha barriga pro rick e ele ta td bobo, muito babão 😅❤

Meu sangue ferveu e eu engoli a seco, vou pegar o Riquelme na curva e vai ser hoje, cansei de fazer papel de durona, bobinha que não liga pra nada, eu NÃO sou assim, eu não nasci pra passar por isso.

— Coe doida, tô partindo pra reunião, valeu? — Riquelme falou parado na porta do quarto, já tem uns dias e estamos nessa, nenhum progresso, a gente só se afasta mais.

— Riquelme, eu quero conversar com você! — falei séria engolindo o choro, tem que ser forte né mores.

— Fala? — olhou o relógio e depois olhou pra mim

— Tá com pressa? — perguntei irritada, paciência!

— Não, amor! Fala aí — sentou na cama de frente pra mim

— Cara, tô pensando em passar um tempo na minha mãe! — ele me olhou estranho — Acho que eu e você precisamos sei lá, pensar um pouco, tô me sentindo meio sufocada — falei de um vez só

— Tô nem te entendendo, tô te sufocando eu? — levantou meio bolado, expressão fechada — Tu pode ir Giulya, tem ko não! — me olhou

— Cara, não é assim, simplesmente pode ir, tô falando que é um bem necessário — ele negou com a cabeça e encostou no guarda roupa

— Tu não é minha prisioneira não valeu? Faz o que tu quiser, tu que sabe! — falou ignorante, revirei os olhos

— Dá pra você conversar direito? — falei séria, coração apertou, que saco! — Poxa, tô tentando falar com você tem dias e você só vive fora de casa, assim não dá! — ele riu debochado

— Tô trabalhando porra! Tá achando que eu sou playboy? — se aproximou da cama e parou na minha frente — Já abracei teu papo e tô te dando o meu, quer meter o pé? Contigo mesmo, só se liga na tua responsa — me encarou sério — Não vou ficar te dando o mundo pra tu me fantasiar de um bagulho que eu não sou não! — revirei os olhos e neguei com a cabeça desviando o olhar do dele — Eu sou isso aqui entendeu? Tu se envolveu já sabendo. — neguei com a cabeça e ri desacreditada

— Cara! Não é simplesmente se envolver já sabendo! Eu não sou nenhuma criança e você também não é! — levantei nervosa — Já que teu papo é esse e não vamos achar uma solução, ok! Acabou! — abri as portas do guarda roupa — Você não sabe conversar e eu não vou ficar remoendo esse assunto, rebatendo sozinha! Eu cansei de sempre tentar resolver tudo sozinha e você sempre me botando como surtada, coisa que eu NÃO sou. — joguei minhas roupas na cama, ele tava parado me olhando

— Tu vai meter o pé mermo? Assim? — segurou meu braço — Qual foi Giulya, tá agindo sem pensar aí, dando de desesperada, num é assim não po — falou sério me encarando

— Você tava pretendendo me contar quando que tava de papo com a Vivian por mensagem? — falei encarando ele, o rosto dele desmontou, ficou pálido

— Cara, não é nada disso po, ela tava me passando como tava a gravidez, tá criando coisa na cabeça já? — falou completamente sem graça, encarei bem ele, meu sangue fervendo

Me soltei e continuei em silêncio, ele saiu do quarto batendo a porta com força e eu desabei sozinha, meu terrivel conto de fadas.

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Delírios - Livro 1. Onde histórias criam vida. Descubra agora