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13 de maio de 2019.

POV Sina

Voltei à rotina de trabalho como se nada tivesse acontecido. Por sorte, meus colegas não comentaram nada sobre o assunto, talvez por não saberem sobre o que ocorreu ou apenas porque fingiram não saber. Em qualquer um dos casos, fiquei feliz por tudo estar normal pelo menos em um dos ambientes que eu costumava frequentar.

Passei o dia inteiro pensando em Noah. Ele havia deixado um emoji de coração nos comentários da foto que eu havia postado. Algo simples, mas que ficou em minha mente desde que vi. Não adiantava mais fingir para mim mesma que ele não me causava nenhum efeito.

Eu não sabia quem havia divulgado meu nome e, sinceramente, prefiro não saber. Krystian e Joalin disseram que, caso eu quisesse, me ajudariam a tomar alguma medida. No entanto, todos os meus amigos concordaram com a minha ideia de deixar passar. Heyoon estava certa de que havia sido Andrew, e eu também pensei nisso, mas resolvemos mesmo deixar de lado. Não havia como voltar atrás, afinal, e eu não queria gastar tempo e energia com isso.

Cheguei em casa e Heyoon ainda não estava. Tomei um banho ainda sem conseguir tirar Noah da cabeça, e decidi que precisava falar com ele. Assim que me vesti, busquei o contato dele, que Josh havia me passado. Olhei para a tela do celular durante alguns segundos, pensando se realmente devia fazer aquilo.

Só se vive uma vez, certo?

Noah atendeu sem saber quem era, e só a sua voz já me fez estremecer. Assim que me identifiquei, ele pareceu surpreso: se antes eu ouvi um "alô" distraído e cansado, agora ele parecia estar elétrico. Me pediu desculpas pelo que havia acontecido, gaguejando de leve, o que me fez rir um pouco. Eu disse que estava tudo bem e o chamei para sair na sexta-feira.

Não conseguia acreditar no convite que eu havia feito, e, aparentemente, Noah também não, já que ele passou alguns segundos em silêncio e outros tentando formular alguma resposta. Por fim, ele disse "sim" quase gritando, o que me fez rir mais uma vez. Empolgado, ele já começa a dar sugestões de lugares onde podemos ir, e eu digo que mandarei uma mensagem para decidirmos quando o dia estiver mais próximo. Depois disso, passamos algum tempo em silêncio, como se apreciássemos o fato de estarmos estabelecendo contato novamente.

-Eu sentia falta de ouvir sua voz, Sina.

-Eu também. – Admito, e sinto, pela sua voz na frase seguinte, que ele tem um sorriso no rosto.

-Até sexta, então.

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16 de maio de 2019.

POV Shivani

Era quinta-feira e todos estavam em expectativa pelo encontro de Noah e Sina amanhã. Após o trabalho, eu saí para jantar com Sofya e Hina, já que havíamos ficado cada vez mais próximas. O assunto era, obviamente, o ex-casal – e como todas nós acreditávamos que eles poderiam voltar a ter alguma coisa.

Eu havia passado os últimos dias conversando muito com Bailey, e ainda não havia comentado nada sobre isso com Joalin, o que me deixava com um leve sentimento de culpa. Afinal, quando algo era comentado no nosso grupo, eles sempre interagiam como se também fossem próximos. Por essas razões, estremeci um pouco quando Sofya me contou sobre o motivo pelo qual os irmãos não puderam se encontrar conosco.

-Joalin saiu com Bailey, Sabina e Krystian. E o Josh saiu com a Any.

-Com a Any? – Hina perguntou, levemente empolgada, e Sofya assentiu com um sorriso. – Achei que ele estaria acalmando o Noah para amanhã.

-Acho que essa tarefa ficou com o Lamar. – A loira ri, e eu acompanho.

-Fico feliz pelo Josh. – Hina comenta, se referindo ao amigo. – Faz tempo que ele não se apaixona, né?

-Sim. Mas ele parecia feliz com esse encontro.

-A Any é maravilhosa. Tenho certeza que ele vai se divertir muito hoje. – Falo, lembrando de como a brasileira havia conversado comigo naquela noite e dito o quanto estava ansiosa. Passei cerca de uma hora ajudando minha companheira de casa a escolher uma roupa.

-E além deles, o "quarteto fantástico" também achou que era uma boa ideia sair na quinta? – Hina ri.

-Pois é, acho que todos confundimos o dia de hoje com amanhã. – Eu digo. – Parece que deixamos a sexta reservada para Noah e Sina.

-Acho que eles não estavam aguentando esperar. Digo, Josh por causa de Any. E, se querem meu palpite, Joalin e Bailey vão ter algo também.

Eu tento esconder meu incômodo com a fala da minha amiga, pensando se não seria melhor dizer algo a ela sobre o que tenho sentido em relação ao irmão de Sabina. Por fim, decido que é melhor me calar, por enquanto.

Lembro de Heyoon dizendo que preciso pensar um pouco mais em mim mesma. Desculpe, amiga, mas não pode ser agora. Preciso pensar na Joalin também.

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17 de maio de 2019.

POV Sina

-A Sabina e a Diarra também preferiram a última roupa, Sina. – Heyoon diz, sentada na minha cama com o celular na mão, me atualizando sobre a votação que as garotas faziam no nosso grupo.

-Então vai ser essa, mesmo. – Digo, me olhando no espelho. Me senti linda. Heyoon me olhava com um sorriso, de vez em quando desviando o olhar para o aparelho em sua mão, atualizando as meninas sobre a minha escolha e surtando junto delas.

-É a minha preferida também. E aí, nervosa?

-Mais do que devia. – Digo, e rimos de leve.

-Tente pensar que é só um jantar. Seja você mesma.

-Eu vou tentar.

-Já está quase na hora. – Ela diz, me levando até a porta. – Sina, tente não ficar tão nervosa. Lembre-se que Noah já se apaixonou por você. Aliás, ele te ama.

Eu sorrio com suas palavras e Heyoon me dá um abraço, me desejando boa sorte antes de eu sair. Eu agradeço e me dirijo ao elevador.

Quando eu estava saindo no térreo do prédio, Noah disse que poderia se atrasar. Eu ri, lembrando de como pontualidade nunca havia sido o seu forte. Cerca de meia-hora depois, chego ao restaurante onde havíamos marcado. Ele não está muito cheio, mas Noah havia feito uma reserva em seu nome. Perguntei pela sua reserva e fui levada até uma mesa para dois, onde eu o esperaria.

"Já cheguei. Está por perto?"

Cinco minutos se passam e Noah nem ao menos visualiza a mensagem. Penso que ele provavelmente está a caminho.

Dez minutos.

Quinze minutos.

Vinte minutos.

Ligo e o celular dele cai diretamente na caixa postal.

Meia-hora.

Quarenta e cinco minutos.

Me levanto e saio do restaurante com um aperto no peito e uma lágrima solitária escorrendo pelo meu rosto. Chamo um táxi e, durante todo o caminho para casa, prendo o choro.

Quando abro a porta do apartamento, desabo. Assim que Heyoon me vê, sua feição passa a demonstrar preocupação. Ela corre até mim e me abraça, sem questionar nada naquele momento.

Talvez Heyoon estivesse errada. Talvez Noah já não me amasse, afinal.

EighteenWhere stories live. Discover now