Primeira vista.

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Voltei  e me virei para sair do quarto do Dan. Me peguei pensando em como seria o tal do filho do vizinho, que tinha o mesmo nome do irmão da Meg. Nossa que confusão. Pensei.
A tarde sai para brincar . A Meg me apresentou a um velho Carvalho que fica em frente a casa do vizinho dela, só que do outro lado da rua. A árvore é densa, grande e com muitos galhos grossos. Ela subiu em dois minutos na árvore velha.

Eu fiquei olhando, não estava habituada a essas " artes". Rir mentalmente.
Fui toda desengonçada, mas consegui. Ficamos lá conversando e vendo de cima quem passava. Era muito bom estar ali, tinha uma sensação de segurança, por mais alto que fosse. Nos divertimos tanto que acabamos esquecendo a hora. E quando saímos de lá, já era crepúsculo.
Ao entrar em casa, peguei roupas limpas, toalha e fui para o banheiro. Enquanto a água caia na minha cabeça, fiquei pensando no Dan. No entanto, não o Dan da Meg . O novo Dan que eu se quer havia conhecido, confesso que estava começando a me corroer de curiosidade.

Fiquei imaginando: " o que esse filho do vizinho tem de tão especial!? Pro Dan ter falado que eu ia adora-lo? O que será que ele tem de mais?"
Podia ter satisfeito minha curiosidade e ter perguntado o porquê, pro Dan quando estive no quarto dele. Mas estava me sentindo tão boba que meu único interesse era sair daquele quarto o mais rápido possível.

Hoje volto pra casa, ontem fui dormir pensando nesse fulano que mexeu com minha imaginação. Acordei um pouco dolorida, acho que foi o esforço que fiz pra subir no carvalho. Meg, vive dizendo que eu sou inexperiente com relação à arvores, e sou mesmo. Eu realmente não tenho jeito pra essas coisas. Ou foi o fato de que precisei me espremer na cama de solteiro com a Meg. Independentemente se houvesse mais camas, a gente sempre preferia dormir juntas. Passávamos a noite toda conversando, dividindo sonhos e segredos. Conversavámos tanto, que mesmo que a outra estivesse caindo de sono, uma sempre continuava respondendo, nem que fosse por sussuros até não aguentar mais e dormir.
Hoje, antes de voltar pra casa, aproveitei a companhia da minha amiga. Eu adorava estar com ela, ela tinha uma risada gostosa e sempre estava pronta para me ouvir. Prometemos uma a outra sempre sermos amigas, melhores amigas.
Depois do almoço decidimos ir ao quintal, não tínhamos nada melhor para fazer. Estávamos atentas a paisagem, quando levamos um susto com um garoto magro, correndo e subindo em uma árvore que nem um macaco. Olhei pra cima, e por um momento a luz do sol ofuscou meus olhos. Passei o dorso das mãos neles pra adaptar ao brilho. E foi aí que o vi. Um rapaz mais alto que eu, moreno, de olhos pequenos, que quando sorriam ficavam menores ainda. Era risonho.

Ao descer da árvore, dirigiu- se a Meg com intimidade, eles já se conheciam. Mas dá onde? Pensei .
- Linda, esse aqui é o Dan, meu vizinho.

Ahhhh... aquele era o tal fulano.

- Ah oi, eu sou a Linda, prazer em conhecê-lo.
- O prazer é todo meu. Vocês querem?

Olhei para suas mãos e percebi que em sua aventura de 5 minutos naquela árvore ele havia apanhado frutas.
- Não obrigada.
- Então tá bem. Disse ele. E saiu correndo.

Depois desse dia, todas às vezes que ia pra casa da Meg, o Dan, vizinho da Meg, estava conosco. Ele era calmo, sorridente e implicante. Mas até isso era fácil de perdoar. Ele amava inventar coisas, era um criador de pequenas engrenagens. Tudo que via desmontava para montar de novo. Nada parecia ser impossível pra ele. Ele também amava o velho carvalho tanto quando a gente. Inclusive gravamos nossos nomes nele. Ele havia se tornado um grande amigo. E nós dois estávamos prestes a descobrir o nível que essa amizade nos levaria.

Vida linda, Minha linda.Onde histórias criam vida. Descubra agora