Capítulo 1

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Estou olhando para o teto do meu quarto, enquanto espero um dos demônios do meu pai me chamar para o jantar. Não posso ir sem uma ordem, se brincar até pra respirar preciso de uma ordem.
Rio irônica.
Já fazem 30 minutos que estou pronta e nada de alguém aparecer. Me levanto irritada e me preparo para sair escondida.
Quando estou com a mão na maçaneta, a porta é aberta pela Kyra minha demônio pessoal.
—Ia quebrar as regras Selene?
Ela diz sorrindo irônica.
Eu peguei essa mania dela.
—Talvez,  porque? Vai me punir?
—Eu adoraria punir você Selene.
—E eu adoraria ser punida por você Kyra.
Ela sorri sensualmente.
—Não flerte comigo. Seu pai te aguarda para o jantar.
Eu bufo.
—Finalmente. Eu estou morrendo de fome.
Digo saindo do quarto. Kyra vem me seguindo em silêncio.
Passo pelas inúmeras salas do castelo.
Chego finalmente na sala de jantar.
Tem uma mesa gigante onde meu pai está sentado na ponta.
Ele me olha sério, faço uma reverência.
—Pode se sentar.
Me sento ao seu lado em silêncio. Kyra está em pé ao meu lado de cabeça baixa.
—Vou mandar servir o jantar e depois iremos conversar.
—Sim, pai.
Ele faz um sinal com a mão e então os servos começam a colocar comidas em cima da mesa.
—Coma.
Ele diz sério, como sempre.
Eu como em silêncio, ele termina antes  e eu tenho que parar. Meu pai tem regras bem estritas. Só posso sair do quarto quando ele deixa, comer quando ele está comendo e nada de sair do castelo sem permissão. Tenho que pedir para fazer tudo.
—Vamos ao escritório.
Ele diz se levantando e saindo, esperando que eu o siga.
Que logicamente eu o faço. Kyra vem me seguindo.
Entramos e ele me manda me sentar.
—Já tem 5 meses que você está aqui treinando Selene e eu acho que você está pronta para realizar sua primeira missão.
Eu fico surpresa. Ele nunca confiou em mim, porque agora?
Me mantenho em silêncio, esperando que ele continue. E assim ele o faz.
—Você vai para o mundo sobrenatural, vai estar acontecendo uma competição entre filhos de seres sobrenaturais. Quero que você participe e ganhe de uma pessoa.
—Quem?
Digo não segurando minha curiosidade, meu pai faz uma careta por eu ter falado sem permissão.
—Ela é filha de um Anjo, preciso que duele com ela no final do torneio. Se mantenha em mistério até lá, mas lembre de vencer todos.
Ele diz olhando em meus olhos.
—Eu irei.
—Gostei da convicção querida. Pegue um pouco do sangue dela em segredo e o traga até mim. Não falhe, você não terá outra chance.
—Sim, pai.
—Está dispensada, vá descansar. Você viaja amanhã.
Me levanto e faço uma reverência. Saio em silêncio. Sigo pensativa até o meu quarto, entro e me jogo na cama sorrindo.
—Você está feliz.
Diz a Kyra sorrindo para mim.
—Essa é a primeira chance que meu pai me dá, eu não vou desapontá-lo.
—Não mude tanto assim, okay?
—O que quer dizer?
—Não faça nada que vá contra o que você acredita, apenas para agradar seu pai.
Ela diz séria.
—Vá dormir agora, amanhã temos uma longa viagem.
Me levanto rapidamente.
—Você também vai?
Ela se vira e sorri para mim.
—Eu jamais te deixaria sozinha.
Em seguida ela sai do quarto.
Deito novamente e me preparo para dormir.
Pensando que finalmente a minha existência vai ter sentido.
Eu vou poder provar que sou digna de todo o poder que recebi.
Caio no sono, pensando em como ganhar todas as lutas.

NO OUTRO DIA
Acordo de madrugada com a Kyra me sacudindo violentamente.
—Que horas são?
Ela começa a escolher minha roupa.
—4 horas.
Eu resmungo.
—Não acredito que você me acordou a essa hora. Me acorde mais tarde.
Digo cobrindo minha cabeça com a coberta.
Sinto- a puxar a coberta da minha cabeça.
—Temos que nos teletransportar pelo portal, avaliar o local, te inscrever na competição e observar os outros competidores. Agora levanta.
—Tá bom, tá bom.
Levanto brava e vou tomar banho.
Quando saio do quarto vejo que a Kyra não está e que minha roupa está em cima da cama.
É uma calça de couro com um espartilho, uma bota. Depois coloquei uma capa preta por cima, para cobrir minha identidade.

Essa roupa é a cara da kyra, minhas roupas são todas nesse estilo já que quem as escolhe é ela

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Essa roupa é a cara da kyra, minhas roupas são todas nesse estilo já que quem as escolhe é ela.
Saio do quarto em silêncio para não perturbar meu pai. Vejo que a Kyra está parada no corredor à minha espera.
Ela está com uma roupa igual a minha, mas com uma bota de couro vermelha.
—Está pronta?
Ela diz vindo em minha direção.
—É claro, vamos lá.
Digo arrastando a minha mala cuidadosamente. Reparo que ela só está com uma mochila nas costas.
—Onde está a sua mala?
Ela me olha tristemente.
—Seu pai disse que eu só devo ficar com você até o torneio acabar, depois você deve se virar sozinha.
—Mas eu pensei que eu só teria que ganhar o torneio e pegar o sangue da garota, porque eu tenho que ficar mais tempo lá?
—Ele me falou apenas que você vai descobrir sua missão.
—Mas isso é confuso, como eu vou saber o que fazer?
—Não sei, mas não podemos o desobedecer.
—Acha que ele me punirá?
Ela sorri sarcástica.
—Você sabe que sim.
Eu bufo.
—É eu sei.
—Então vamos.
Ela diz indo a sala do portal.
Chegando lá, vejo que meu pai está esperando em pé, com as mãos atrás das costas.
"Sempre com essa pose formal"
Eu penso.
—Pai.
Eu digo fazendo uma reverência.
Ele apenas diz:
—Está na hora de você provar o seu valor, complete a primeira parte da sua missão que a segunda se revelará.
Eu fico ainda mais confusa, mas guardo pra mim.
—Sim, pai.
—Então vá.
Aceno com a cabeça e atravesso o portal.
Saímos em um lugar florido e iluminado, parecendo que saiu de um comercial de TV.
—Credo, que lugar é esse?
Pergunto pra Kyra.
—Estamos no mundo das fadas, é aqui que vai ser o campeonato.
—Oi, vocês vieram pra competir?
Me viro pra olhar a dona da voz tão fina e irritante. E ela é tudo que eu imaginei, uma garota pequena, loira, magra e dos olhos azuis. Percebo que ela tem asas cintilantes em suas costas.
—Ótimo, fadas.
Eu digo irônica.
Vejo que a garota fica vermelha.
—Sim, ela veio competir. Onde podemos deixar nossas coisas?
A kyra pergunta em meu lugar.
A moça sorri.
—Eu irei mostrar onde podem descansar, só me seguirem.
Ela diz indo em direção à alguns chalés, também cheio de flores.
—Eu estou à espera da purpurina.
Eu digo sarcástica.
A kyra me olha brava.
—Fica quieta.
A moça para em frente à um que tem a cor azul bebê.
—Vocês podem deixar suas coisas aqui e aí eu levarei vocês até o lugar da inscrição.
—Obrigada...
Diz a Kyra esperando saber seu nome.
—Stela e vocês são?
—Eu sou a Kyra e essa é a Selene.
—Muito prazer.
Ela diz me olhando. A kyra me cutuca.
—O prazer é todo nosso.
Eu digo.
Coloco minha mala no chão da sala.
—Estão prontas?
—Sim.
A kyra responde novamente.
—Não vão tirar as capas?
—Não.
Eu digo.
Ela fica sem graça.
—Okay, então.
Saímos do chalé e andamos por uma rua de pedras, é tudo muito florido e cheio de luz.
Chegamos em uma sala que estava cheia, presumi que seja o local da inscrição.
Começo a procurar pelo cheiro, o anjo que meu pai disse.
Até que a encontro, ela tem cabelos longos, lisos e castanho quase loiro. Seus olhos são verdes e ela é alta e magra.
—Encontrei.
Digo pra Kyra.
—O que você encontrou?
Pergunta a fada.
—Não é da sua conta.
—Selene!
A kyra briga comigo.
—Desculpe.
—Tudo bem, eu não devia ter me intrometido.
—Que bom que sabe.
Eu falo baixinho.
Vejo a Kyra sorrir.
—É só você escrever seu nome,de quem você é filha. Na verdade isso é opcional, a espécie é obrigatória.
—Okay.
Escrevo tudo na ficha.
—Agora é só irem esperar na arquibancada. Que hoje vão ser as primeiras lutas.
Ela diz nos deixando sozinhas.
—Onde está?
Pergunta a Kyra.
—Aquela garota alta de cabelo castanho sentada na arquibancada.
—Então vamos nos sentar perto.
Eu aceno e começamos a ir na direção dela.
Quando estou perto, sinto um cheiro bom de terra molhada quando acaba de chover. Começo a procurar de onde vem e vejo um garoto alto, não muito forte de cabelos castanhos ondulados e olhos castanhos também, sua pele é quase dourada.
Meu coração começa a bater mais forte.
E eu me sinto nervosa sem saber o porquê. O vejo cheirar o ar e então olhar em minha direção, seus olhos ficarem vermelhos e vejo que ele fala algo. Ele tenta vir na minha direção mas o anjo atrapalha.
Sinto um beliscão no meu braço.
—Ai.
Eu digo esfregando o lugar que estava vermelho.
—Desculpe, você parecia hipnotizada. O que estava olhando?
Eu fico vermelha.
—Nada.
Passamos pelo anjo e pelo garoto que me olha fixamente.
Nos sentamos e esperamos anunciarem as lutas.

A filha de Hades e o SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora