Capítulo 3

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-SELENE
—Essa luta foi mais fácil do que esperava.
A kyra ri do meu lado.
—O que você esperava? Você é treinada pra isso, eles não.
—Você tem razão, mas eu esperava um pouco mais de dificuldade. Foram apenas alguns segundos de luta.
—Não conte vantagem, antes da luta com o anjo. Ela parece boa de luta.
—Sim, mas eu tenho algo que ela não tem.
—O que?
—Ela joga limpo, eu não.
Ela ri.
Chegamos na cabana e tomamos banho. Nos vestimos iguais como sempre, afinal ela quem escolhe minhas roupas.
Nos vestimos com uma conjunto de moletom preto, pra podermos dormir.
Estávamos indo deitar quando alguém bate na porta. Era o garoto de antes.
Ele olha pra mim e sorri.
—Oi, eu sou o Héctor.
—Selene, o que você quer?
Ele fecha a cara.
—Vim chamar vocês para jantarem.
Olho pra Kyra perguntando mentalmente se ela quer ir. E ela sacode negativamente, mas diz que eu tenho que me alimentar.
—Tudo bem, obrigada pelo recado vou trocar de roupa.
—Eu espero.
Ele diz calmamente.
—Tudo bem.
Digo fechando a porta na cara dele.
—Vou pegar uma roupa pra você.
A Kyra diz se levantando.
Ela pega um vestido de couro bem justo, um coturno sem salto e uma jaqueta de couro vermelha.
Ela me diz mentalmente.
—Aproveita para observar o anjo.
E depois diz alto:
—Vá se alimentar.
Eu me troco e quando abro a porta, ele está sentado no degrau.
Quando me vê este se levanta e sorri.
Não sei porque ele sorri tanto. Mas eu finalmente o observo. Ele é muito alto, tem cabelos castanhos e ondulados, olhos castanhos e uma pele dourada que daria inveja a qualquer mulher que curte bronzeamento artificial.
Vejo que ele também me avalia.
—Vamos?
Eu pergunto e vejo que ele parece finalmente acordar.
—Vamos.
Ele diz me estendendo a mão.
Eu fiquei encarando sem saber o que fazer. O que eu devo fazer?É pra eu segurar ou ele so está me mostrando o caminho? Ele não me conhece porque iria quer segurar minha mão?
Sendo assim eu apenas passo direto pela mão dele.
Vejo que ele para de sorrir e passa a mão na nuca sem graça.

-HÉCTOR
Depois da luta estão todos comentando sobre a Selene.
Meu pai diz:
—Ela parece ser uma garota muito forte e decidida, meu filho.
Eu sorrio orgulhoso.
—Sim, ela parece não é?
Minha diz:
—Ela é um pouco assustadora, mas isso é bom pra ser uma suprema.
Eu rio.
—Ela parece tão frágil, mas ao mesmo tempo tão forte.
Diz minha irmã.
Natanael apenas concorda e diz:
—Eu tenho a impressão que eu já a conheço de algum lugar e aquela garota de capa ao lado dela também.
Meu pai diz:
—Porque não vai chamar ela pra jantar?
—Isso e aproveita pra nos apresentar.
Diz minha irmã Hera saltitando de empolgação.
—Tudo bem.
Digo rindo e vou atrás da Stela pra perguntar a direção.
Ela me mostra onde é e eu sigo na direção indicada.
Chegando lá, já sinto o cheiro de flores dela.
Bato na porta e quem atende é ela.
Ela está de moletom todo preto e sem nenhuma maquiagem, mesmo assim continua linda.
Eu sorrio pra ela e me apresento. Ela me responde meio mal educada, eu adoraria dar educação pra ela.
Automaticamente penso em várias formas.
A chamo para ir jantar e a vejo olhando pra dentro, acho estranho como ela parece concentrada. Então ela diz que vai se trocar e fecha a porta na minha cara.
Dá pra acreditar nisso?
—Que mal educada.
Eu digo indignado.
Me sento para a esperar.
Alguns minutos depois, a porta se abre.
Vejo que ela me avalia. E eu faço o mesmo.
Ela está usando um vestido muito colado e curto, só de a ver assim meu lobo já surta de ciúmes. Usa uma jaqueta e coturno. Mas está tão linda que eu jamais seria capaz de querer que ela se trocasse.
—Vamos?
Ela diz e eu percebo que estava babando nela.
—Vamos.
Digo estendendo minha mão para ela, esperando que ela segure.
Vejo que ela fica confusa por um momento, mas depois passa direto por mim. Isso me deixa decepcionado, mas o que eu esperava ela nem me conhece.
—Então qual a sua espécie?
Ela me olha e levanta uma de suas sobrancelhas.
—Porque quer saber?
—Apenas curiosidade.
Ela sorri ironicamente.
—Nunca é bom ser curioso, eles são sempre os primeiros a morrer.
É a minha vez de sorrir.
—Eu sou imortal.
Ela me olha curiosa.
—É mesmo? E o que você é?
—Vai me contar o que você é?
Ela fecha a cara.
—Não, mas você vai descobrir.
—O que você acha que eu sou?
Ela me encara, me analisando. De repente ela se aproxima muito rápido e cheira meu pescoço.
Eu acho que gemi. Vejo que ela sorri.
E eu acabo sorrindo junto.
—Hum, o seu cheiro é bom. Parece de lobo. Estou certa?
—Está! Minha vez agora.
Me aproximo dela e a cheiro, vejo que ela suspira. E sorrio por causar o mesmo efeito nela.
—Eu não consigo identificar o seu cheiro. Parece com algo que eu já senti, mas mais forte.
Ela sorri.
—Talvez seja.
Ela dá de ombros.
—Chegamos!
Eu digo abrindo a porta para ela.
Ela passa e eu aproveito pra olhar seu corpo nesse vestido.
Dessa vez eu seguro sua mão e a puxo delicadamente.
—Vem, vamos pegar comida.
Ela olha pra nossas mãos juntas, parecendo curiosa.
—Tá bom.
Sorrio por ela não ter soltado.
Tem muita gente encarando pelo fato de eu estar com Selene, já que eu nunca fico perto de garotas além da minha irmã,mãe e Ariel.
Pegamos algumas coisas e colocamos em umas bandejas, ela solta minha mão para equilibrar a bandeja e confesso que não gostei disso.
A levo pra uma mesa vazia e sento a sua frente, para a observar.
Ela começa a comer devagar, como se não estivesse com muita fome.
—O que está fazendo?
Ela diz me encarando.
—Só olhando.
—Não gosto que me observem comer.
—Desculpe.
Digo, mas coloco meu rosto apoiado na mão pra continuar.
—Podemos nos sentar aqui?
Diz meu pai.
Selene levanta o rosto pra olhar pra minha família e concorda com um aceno.
Minha irmã Hera se joga em cima dela a abraçando e vejo que a Selene fica chocada, mas depois a abraça de volta.
—É um prazer conhecer a companheira do meu irmão.
Vejo a Selene ficar confusa.
—O que isso significa?
—Você não sabe o que é um companheiro?
Minha irmã pergunta e vejo que se ela continuar, a Selene provavelmente vai fugir de mim.
—Isso não é hora Hera, depois falamos disso.
Eu digo sério.
—Ah tudo bem.
Minha irmã diz sem graça.
—Querida onde aprendeu a lutar daquele jeito? Foi incrível.
Diz minha mãe.
—Meu pai me ensinou.
Ela diz calmamente.
—E ele te ensinou a ser cruel daquele jeito, ou você ja nasceu assim?
Olhamos pra trás e Ariel e Natanael estão atrás de nós.
—Parece que você adivinhou, eu nasci assim.
Selene diz calma.
—O que ela faz aqui, Héctor?
A Ariel diz brava, vindo se sentar do meu lado, pegando no meu braço.
Vejo que Selene olha pra onde Ariel abraça, mas não fala nada. Apenas olha, parecendo curiosa.
Eu tiro o seu braço de cima do meu.
—Estávamos comendo antes de você atrapalhar.
A Ariel parece chocada.
—Como assim? Você nunca falou assim comigo, Héctor!
Vejo a Selene dar um sorriso e revirar os olhos. Talvez por ela ser minha companheira, mas eu achei esse ato extremamente sexy.
Levanto minha sobrancelha pra ela e vejo que ela dá de ombros e volta a comer.
—Para com isso Ariel, deixe-os comer.
Diz Natanael
Ariel fecha a cara e não fala mais nada.
—É um prazer conhecer você minha jovem.
Diz Natanael estendendo sua mão para Selene. Acabo rosnando pra ele involuntariamente.
O que o faz abaixar a mão.
Vejo Selene olhar em minha direção e levantar a sobrancelha.
É a minha vez de dar de ombros.
—O prazer é meu.
Ela diz olhando pra ele.
—Infelizmente está na hora de ir.
Ela diz se levantando.
—Foi uma prazer conhecê-los.
Ela diz e sai sem esperar respostas.
—O que foi que aconteceu agora?
Minha irmã diz sem entender nada.
E sinceramente eu também não entendi.

A filha de Hades e o SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora