Capítulo 7

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Não cobre tanto de você
Veja você todo arrumado para alguém que você nunca vê
Você tem um motivo para estar aqui, mas não sabe qual
Você está dividido e desigual com as mãos para o céu
Renda-se

30 de setembro de 2015 (11:45 am)

O dia em que Leah Clearwater teve plena certeza que Eros e seu bando se matariam um dia.

Leah Clearwater sempre soube que o dia que Eros encontrasse sua família uma explosão nuclear aconteceria.

Por mais que Eros fosse uma das pessoas mais doces que ela conhecia - não influenciada por sua paixão -, mas ele também não tinha filtro entre seus pensamentos e sua boca, além do fato dele parecer não gostar Sam.

Então quando sua mãe diz que eles vão ter um almoço para a família ela sente que deve levar Eros, mesmo que toda a sua mente lhe diga que é uma péssima ideia.

Ela ainda o leva.

O que os deixa no momento atual.

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30 de setembro de 2015 (09:00 am)

Eles suspiram quando chegam na casa de Sam e Emily, todo mundo está lá e extremamente ansioso para conhecer o cara que roubou o coração de Leah Clearwater.

Eros parece extremamente bem vestido em sua camisa social e suas calças jeans pretas, seu cabelo escuro e rebelde está penteado pela primeira vez de todo o tempo que Leah conhece.

Ele é praticamente encarado por todos quando eles chegam, não é todo dia que o namorado ou namorada de alguém na reserva é uma pessoa branca, geralmente os imprinting's acontecem com as pessoas da tribo ou com alguém próximo, Eros é quase um alienígena aqui.

As apresentações correm bem, aparentemente todos se dão bem, mesmo que Eros faça uma careta desgostosa quando conhece Sam.

Tudo corre bem.

Isso até que Eros surte com Paul Lahote, de todos os lobos que ele poderia ter brigado, até com Jacob - que tinha pelo menos dois metros de altura e a construção de um urso macho adulto e pesava quase 200 kg -, mas não, Eros teve que xingar Paul Lahote de todas as pessoas.

Leah nunca descobre o que aconteceu, mas ela sabe que é grave.

Se o rosto de Eros for uma indicação de raiva.

— A única coisa que você é, é um estressado com problemas de raiva que não pode se controlar. — ele sorri, aquele sorriso maldoso que Leah tem vontade de arrancar de seu rosto com os dentes. — Mas é esse mesmo o problema? Ou são os problemas com o papai? Será que era com a mamãe, ou homofobia internalizada? — Eros já está gesticulando furiosamente, uma parte de seu cabelo cai em seus olhos. Seu rosto é vermelho como uma beterraba. — Você deveria calar a boca e ir se foder seu babaca de merda.

Paul treme como uma árvore fina em uma tempestade.

Tudo parece em câmera lenta quando seu corpo explode em uma massa de pelos cinzas, Leah sente o copo que ela segura na mão se partindo em mil pedaços no chão, seu coração dispara, parece que ele vai sair do peito.

Ela se sente começar a tremer também, Eros é o humano dela, ela nunca deixaria Paul machucá-lo.

Mesmo que ela tenha que matá-lo.

Ela não tem certeza de como corre tão rápido, mas ela sente o gosto de sangue na boca, ela tem uma das orelhas do grande lobo cinza na boca, Paul solta ganidos sofridos, mas ela não se importa, Paul faria qualquer coisa por Rachel.

Assim como ela faria por Eros.

Paul é simplesmente uma visão ridícula sem uma das orelhas, seus pelos cinzas são avermelhados de sangue, ele parece chocado por Leah ter arrancado uma de suas orelhas.

Os gritos assutados de todos não são o suficiente para fazer que eles parem de rolar no chão em uma luta de unhas e dentes. É preciso que mais de um dos lobos os separem, Leah sente seu pelo emaranhado e grosso de sangue.

— Vocês vão para casa. AGORA. — Sam parece furioso quando dá a ordem. — Eu não quero nenhum de vocês perto da casa um do outro. — ele se vira para Paul, que parece ridículo sem uma orelha. — Se um de vocês tiver a ousadia de passar perto um do outro eu vou matar vocês dois. Com as minhas próprias mãos.

Leah ainda rosna para Paul quando passa por ele.

Ele rosna de volta, com uma mão no local onde ficava sua orelha.

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— Me desculpe por estragar sua festa de família. — Eros parece arrependido. Eles estão em casa, Eros passa um algodão com álcool em seu rosto ferido, ela parece uma mendiga.

— Eu tenho quase certeza que foi Paul que começou. — ela rebate, Paul sempre foi estourado.

— Eu também deveria controlar minha boca grande as vezes. — ele murmura de onde está ajoelhado. Leah apenas solta um suspiro e fecha os olhos.

— Eu ia pedir para sua mãe na verdade, como um verdadeiro cavalheiro. — ele murmura, Leah abre um dos olhos para ver Eros ajoelhado em sua frente, uma caixa retangular em sua mão. Seu coração dispara de uma maneira que ela tem quase certeza que Eros pode ouvir. — Mas eu acabei estragando a festa toda  com a minha boca grande. — ele solta um suspiro.

Leah exala trêmula.

— Eu espero que você não me peça em casamento novamente, porque eu tenho certeza que já somos casados. — ela murmura, trêmula, sua voz parece rachada.

Eros ri.

— Leah Clearwater, você me daria a honra de viajar o mundo e tirar fotos comigo? — ele abre a caixa, duas passagens de avião estão dentro da caixinha. 

Leah não sabe se ri ou se chora.

— É claro que sim. — é a única coisa que ela pode dizer - não chorando, porque Leah Clearwater não chora.

É assim que sua nova vida começa.





Pra quem não entendeu a parte de tirar fotos, o Eros é fotografo da National Geographic.

Estamos entrando em reta final. Falta apenas um capítulo para Euphoria acabar, e eu planejo um bem fofo (ou não, nada depende de mim aqui).

BUT, eu já estou com um plano de fanfic novo.

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