Capítulo 16

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Betty

  Assim que voltei para a América com as cinzas de meu pai fui recepcionada pelo meu único parente vivo, o tio Dean, um sujeito engraçado, mas serio quando preciso. Ele me abraçou e olhando em seus olhos verdes e sentindo o calor de seu corpo senti algo que nunca senti, nem mesmo por Jack, um fogo a me consumir por inteiro de dentro para fora.... Mas de um jeito estranhamente bom. Eu me afasto dele com medo das reações de meu próprio corpo e quando vejo seus olhos percebo que eles estão mais escuros.

- Eu lamento pela sua perda Elisa; ele era o único que me chamava assim, todos ou me chamavam de Betty, ou de Elizabeth, meu nome completo - Soube da tragédia com o Titanic, graças a Deus que você está viva e bem de saúde.

- Obrigada primo; ele me ajuda com as malas - Tudo que quero fazer nesse momento é dormir e nada mais.

- Sim, vamos para casa.

  Ele me leva com as malas até seu carro, enquanto eu carrego as cinzas de meu pai dentro de um vaso, fico pensando que talvez eu possa ser feliz. Reprimo minhas lágrimas e me preparo para o que o futuro reservar para mim... Nada mais... Nada menos, apenas o justo para mim, somente. Penso nisso enquanto observo Dean dirigindo, ele era apenas quatro anos mais velho que eu, poderíamos dar certo, melhor tirar isso da cabeça, com certeza ele não vai querer nada comigo, eu tenho plena certeza disso.

Sob o sol poenteOnde histórias criam vida. Descubra agora