LIVRO DE DAYANNA
5 ANOS ATRÁSDayanna se encontra em meio a uma floresta, escura e sombria ela podia escutar o som dos animais que saiam a noite para caçar e sentia medo ao ver uma coruja com grandes olhos lhe observando. Tudo parecia normal até que gritos de desespero de uma mulher vindo de uma aldeia ali perto interrompeu os sons dos animais. Dayanna vai em direção aos gritos de desespero, e vê camponeses amarrando a mulher que estava gritando. Com medo, Dayanna se esconde atrás de um poço e escuta com atenção o que os camponeses falavam. "Bruxa, queimem ela, BRUXA”, gritavam todos irados e com raiva da mulher que ainda gritava em desespero. Sem dó nem piedade, a mulher acusada de bruxaria foi queimada, e enquanto o seu corpo queimava ela gritou em alto e bom som “Ele está vindo e vai matar todos vocês”. Dayanna acordou e ficou aliviviada em saber que tudo aquilo era um sonho, mas o que ela não sabia é que aquele sonho havia acontecido de verdade.
LIVRO DE RUT
Rut acorda em uma casa simples e humilde ela estava deitada sobre uma estrutura parecida com uma cama feita de pedra forrada com feno e o seu cobertor tinha alguns furos. Ela podia ver os raios de sol passando pelas brechas que haviam nas paredes de madeira.
-Você acordou, como está se sentindo? –Uma garota perguntou sentando do lado de Rut. Ela era baixa, seus cabelos eram negros e seus olhos deixavam Rut apaixonada de tão azuis que eram.–Tome a sua sopa ou então vai esfriar.–falou mais uma vez a menina, desta vez dando uma tijela de sopa feita de legumes, água e sal.
-Obrigada, quem é você? –Rut perguntou a garota.
-Eu me chamo Ana.
-E você mora sozinha?
-Não eu moro com a minha mamãe, e com meu papai, só que ele viajou e não voltou mais, a mamãe disse que ele está trabalhando como uma estrela no céu e a gente vai ver ele um dia quando formos morar com ele.
-Então quem era aquele homem que me trouxe aqui? –perguntou Rut confusa.
-Que homem? –Pergunta a mãe de Ana que acabara de entrar em sua casa.
-Oi, você deve ser a mãe da Ana, olha obrigada por... –Rut foi interrompida pela mulher.
-Que homem?
-Humm, ok, é... um homem que me trouxe aqui, eu encontei ele no deserto, ele disse que ia cuidar de mim, e me trouxe aqui.
-Ontem a noite você chegou aqui sozinha se queimando de febre e delirando. Não vi homem algum.–fala a mãe de Ana.–Me chamo Ester e você, quem e?
Rut exita antes de falar e inventa uma indentidade nova. “Meu nome é Joana, a sacerdotiza de Raback”, essa foi a escolha dela, e o sim que ela deu para Raback fez selar o seu acordo com as trevas. Ela não poderia ver, mas a cada passo que dava estava mais entregue a escuridão.
-De onde você veio? –Pergunta a mãe da menina que arrumava a casa.
-Eu vim de uma caminhada junto com outras servas de Raback para uma adoração no deserto e acabei me perdendo nesse mar de areia.
-Você quer conhecer nossa aldeia, Joana?-Perguntou Ester.
-Claro, com certeza
Ester pegou seu arco e põe suas flechas nas costas e levou “Joana” para conhecer a aldeia e viu um cenário de miséria que todos dali se encontravam, a casa de Ester era uma das melhores daquela aldeia. Homens trabalhando em suas casas algumas feitas de barro e outras de madeira como a de Ester, crianças chorando de fome atrás de suas mães com semblantes cansados de passar o dia carregando água para seus maridos, as mulheres solteiras cuidavam da alimentação que também era precária, e os homens solteiros e fortes trabalhavam nas minas, os mais fracos nas plantações.
-Nossa, que cenário triste.–comenta Joana.
-Verdade, mas nem sempre fomos assim. Um tempo atrás, um de nossos homens achou ouro em uma das cavernas em volta da aldeia e começamos a investir em nossas casas e plantações até que Vossa Alteza, o rei de Croats, quis cobrar impostos de nosso povo e por nos recusarmos, ele incendiou nossas casas e plantações levou alguns cativos também e todo nosso ouro. O meu marido morreu nesse dia.
-Eu sinto muito, sinto muito mesmo.–Depois de um certo tempo observando a aldeia, Joana quebra o gelo e pergunta.–O que você faz?
-Eu mantenho a aldeia segura, por isso ando sempre com meu arco, garantindo que nenhum croatano maldito entre em nossa aldeia.
Joana sentiu medo, mas sabia que teria que continuar com o disfarce para que seu plano desse certo.
O dia logo se passou, e os aldeões podiam descansar, amigos se reuniam em volta de uma fogueira para jantar juntos, o cardápio era sempre sopa de legumes, e em dias de comemorações eles sacrificavam cordeiros de seus rebanhos. Eles faziam piadas e contavam histórias de seus antepassados a noite toda. Joana havia se sentado com Ester, Ana e mais alguns amigos de Ester.
-Tio Jack, conta uma historia.–pede Ana para um dos homens ali sentados.
-É claro que sim... eu tenho uma de arrepiar os cabelos...
-Conta, conta. –Implora Ana empolgada pela história
-Não Jack, se não ela não vai dormir o mês inteiro
-Deixa mãe, eu já estou crescida, não tenho medo mais dessas coisas.
-É Ester deixa, agora até eu quero escutar.–Fala Joana.
-Ok... Tudo bem... Mas só uma...
-Haha... então vamos lá.–falou Jack indo mais para perto de Ana.–Em uma noite, um bom homem de nosso povo saiu para pegar lenha, depois de um bom tempo ele voltou e viu que a aldeia estava sendo atacada pelo rei das sombras, o rei que só ataca a noite. Ele largou o que trazia e correu o mais rápido possível para sua casa pois sua mulher e filha estavam correndo perigo.
-E elas estavam lá? –Perguntou Ana, curiosa.
-Não, um de seus amigos que estava fugindo com a sua família o informou que a esposa e a sua filha tinham sido capturadas por um dos soldados do rei. Com esperança de achar sua família ele continuou a busca em meio ao caos, casas pegando fogo, aldeões chorando e correndo, soldados derramando sangue inocente de pessoas trabalhadoras, tudo por causa de nosso ouro. O homem que ainda procurava a sua família foi atingido por um flecha no meio de sua testa o fazendo cair no chão, o arqueiro se aproximou do homem caído e percebeu que era seu irmão. Mas já estava feito, não poderia fazer mais nada, chorando o arqueiro se abaixa e pede desculpas ao seu irmão, o qual estava morto. Mas em rápido tempo, o homem morto começa a tremer e a flutuar. Até que seus tremores passam e ele volta ao chão, arrancando a flecha de sua testa e quebrando na frente do arqueiro, ele jogou uma maldição que atormenta o arqueiro até os dias de hoje. Ele pega um pedaço de pano e enrola em seu rosto deixando apenas a sua boca a amostra. E até hoje ele vaga pelo deserto murmurando e matando viajantes. Esperando ansioso pelo dia em que a profecia irá se cumprir e ele enfim se vingará do rei de Croats pelo seu povo e sua família.
-Uau, e qual foi a maldição do arqueiro?–Perguntou Ana, super curiosa.
-Isso é historia pra outro dia pirralha, agradeça ao Jack pela história e vamos para casa.–Falou Ester se levantando.
-Obrigada tio Jack.
-Foi um prazer minha querida.
-Jack, você não falou o nome do homem...–Questionou Joana.
-O chamam de O Homem Sem Face, seu nome verdadeiro ninguém sabe.
-Vamos Joana, você realmente acredita nisso?–fala Ester
-Não, claro que não...
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A Mulher de Vermelho
Misteri / ThrillerDepois de perder o pai e ser abandonada pela mãe, Dayanna passa a morar em um castelo e descobrir os mais profundos segredos de Croats.