Gratidão ausente

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Já pensei em ser grande,
Sonhei em ser diferente
Em fugir desta vida infame,
E alimentar minha alma carente.
Já vi cores vivas em um amor cego,
Almejei lograr a felicidade
E satisfazer o meu ego.

Porém a vida resolveu pregar-me uma peça,
E me mostrou a realidade.
Sem que eu a impeça,
Me vi presa a casualidade.
Fui exposta ao mundo,
Contra minha humilde vontade.
Jogada em um poço fundo,
Longe de qualquer racionalidade.

Foram tempos difíceis
Repletos de tristeza e solidão.
Mas ouso dizer que
em meio a tal confusão,
Encontrei um jeito de me encontrar.

Tirei de tudo, uma humilde lição:
Não queira o mundo aos seus pés
Se não têm sequer seu próprio coração.
Conheça teu ser, seja teu mundo
Permita-se sentir a mais pura emoção
De cavar teu próprio poço profundo
Viva amando a vida e aprenda a razão
De agradecer a cada segundo.

Depois de tudo,
Contentei-me com meu próprio ser.
Pela primeira vez, vivi o presente.
Senti uma estranha levez
Quando vi em meu peito nascer,
Uma gratidão, por tanto tempo ausente.



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