Salva-vidas

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Senti minha alma clamar,
Afogando-se em lágrimas internas
Que não cheguei à derramar.
Tenho que ser forte para atravessar
Essa desilusão em forma de mar
Não me abandones agora,
Ôh coração, me ensines a nadar

Sinto como eu fosse esquecida.
Em meus pensamentos, perdida
Minha personalidade, dividida
Em meu coração, doída.
Cada pedaço de mim mesma
Já não me pertence.
Meu lado confiante tenta lutar
Mas a insegurança sempre vence

Sozinha em um
Canto qualquer
Daquele grande jardim.
Confusa
Perdida
Fora de mim.
Mas foi ali, ao meu lado
Que vi uma pequena jasmim.
De pétalas branquinhas
E folhas cor de alecrim
Peguei um caderno,
E guardei-a dentro dele
Queria tê-la pra mim.
Encarei as folhas em branco.
Pensei que,
Escrever
Não seria uma ideia tão ruim.

Com um lápis na mão,
Me pus a escrever,
Derramei meu coração
Sem ao menos perceber
Senti uma grande emoção
Quando vi em mim renascer
A chama da esperança
E o desejo de viver.

Cada palavra,
Um peso a menos
Cada frase,
Uma dor explicada.
Expliquei a mim mesma,
Tudo o que me perturbava.
Encontrei na escrita
Um novo modo
De encarar a vida.
Agora, cada detalhe,
De tudo que eu via
Virava uma bela poesia.

Minha alma estava abatida.
Pois neste mar aberto,
Se abriam também
Minhas próprias feridas.
Mas antes que a chuva caia do céu,
Fui salva por um lápis
E um pedaço de papel.
Em meio à imensidão de águas
Eu não achava a saída.
Quem diria!
A leitura tornou-se,
Meu seguro salva-vidas.

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⏰ Última atualização: Jun 06, 2021 ⏰

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