Até o último verão - Sprousehart

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COLE SPROUSE

No momento eu me encontro dentro do carro do Kj, a caminho de Malibu, vamos chegar lá umas 18:00 já que o trajeto está calmo e quase não tem trânsito, o que é ótimo porque da tempo de assistir ao pôr do sol, que acontece por volta das 19:30.
Vou olhando a vista enquanto ele dirige, e por causa do silêncio incômodo eu ligo o rádio que por ser 17:10 está tocando Summer do Calvin Harris, essa música toca todos os dias nesse mesmo horário, eu costumo ouvir do escritório, não sei porque mas ela me traz um sentimento bom.

{Quando eu te conheci no verão
Ao som das batidas do meu coração
Nós nos apaixonamos
Enquanto as folhas ficavam marrons

E podemos ficar juntos, querida
Enquanto o céu for azul
Você se faz de inocente agora
Mas você mentiu tão cedo - Summer}

Hoje eu me encontro extremamente inquieto, de um jeito muito estranho, como se algo fosse acontecer, e geralmente quando me sinto assim, algo acontece de fato. Só não sei dizer se isso é bom ou ruim. Mas esse sentimento aumenta a cada segundo.

— Kj vc pode me explicar o que estamos exatamente indo fazer em Malibu? você não iria só pra apreciar a vista. – Falo tentando não parecer rude.

— Vamos encontrar uns amigos no bar em frente a praia, e eu não sou um ogro, também estou indo pela vista.– Ele revira os olhos.

Vamos combinar, tem mulher envolvida nesses "amigos", não estaríamos indo para Malibu, fazendo uma viagem de quase uma hora pra ir beber em um bar em frente a uma praia, poderíamos fazer isso em LA.

Depois de mais algum tempo com ele dirigindo nós chegamos em Malibu, onde ele estaciona em frente a um bar. Exatamente em frente ao mesmo lugar da praia que eu vinha quando era criança, com meus pais, e adolescente sozinho. Tiro minha gravata e meu paletó, desço do carro e fico de frente pra imensidão azul a minha frente, cruzo os braços e solto um longo suspiro. É difícil voltar aqui, as lembranças tomam conta de mim, lembrar dos meus pais correndo pela areia comigo e com o Dylan, éramos tão felizes.

Deixo escapar um sorriso acompanhado com algumas lágrimas sem perceber, isso é nostálgico.

— Vai ficar babando na vista ou vai entrar no bar comigo?– Escuto a voz dele que imediatamente me tira do meu transe, limpo meu rosto rápido e entro com ele.

Ao entrar vejo um bar bem decorado, com um estilo bem praiano e várias pessoas espalhadas pelo local, todas com roupas muito frescas, com certeza banhistas. Já eu e o Kj nos encontramos de terno e gravata.
Continuo analisando o local, até que vejo uma mesa com uma vista excepcional para a praia, e cheia de amigos da época da escola. Sorrio, e vou até a mesa com Kj e cumprimento a todos.

— Hoje vai chover muito, nosso amigo ocupado veio? – Diz Melton, em tom brincalhão ao me cumprimentar.

— Pra você ver que milagres acontecem. – Dou um pequeno sorriso e retribuo o cumprimento.

— Não se iludam, foi a base da ameaça. – Ele diz rindo — Mas como um bom advogado eu sou bem convincente.

Passamos algum tempo conversando, até que vejo duas mulheres se aproximarem da mesa e vindo cumprimentar Kj. Olho pra ele confuso, que me devolve um sorriso de criança que acabou de aprontar.

— Cole, essa é minha amiga Ashley. Eu chamei ela pra fazer uma surpresinha pra você. – Ele sorri ao me apresentar uma das meninas.

Eu apenas consegui direcionar um olhar sério para ele, e forçar um sorriso para a menina ao seu lado. O Kj mais do que ninguém sabe que eu não quero nada sério, e vem me apresentar uma amiga dele?! Isso me parece mais uma armadilha, do que um amigo tentando ser gentil.

— Vocês vão me desculpar, mas eu preciso ir. – pago minha parte da conta e me levanto deixando a mesa.

— Qual é Cole, você veio no meu carro, como vai voltar? – Disse Kj.

— Eu me viro Kj, eu sempre me viro.

Dou as costas pra mesa ouvindo um último diálogo.

— Eu disse que isso não ia prestar, o Cole vai aceitar outro alguém no tempo dele não adianta forçar nada agora. – Diz o Melton coberto de razão, o que faz o Kj soltar alguns palavrões enquanto eu saio e vou em direção a areia.

Já está quase na hora do pôr do sol, então eu resolvo andar pela areia relembrando os velhos tempos. Tiro meus sapatos e começo a caminhar levando eles na mão.

É uma sensação estranha a areia ainda morna nos pés por conta do dia quente de sol que teve, e o sol se pondo misturando as cores do céu e refletindo na água do mar. Isso me da uma saudade enorme dos finais de tarde que vivi aqui. Continuo andando perto da água, e observando a vista, quando meus olhos avistam a coisa mais doce que eu ja poderia ter visto. Uma mulher, que se parece mais com um anjo, seus cabelos dourados e encaracolados na altura dos ombros voando com a leve brisa que traz o final de tarde, ela estava sentada observando o sol se pôr e eu a observando. Ela é realmente linda, e eu me vi paralisado, não sei o porque e nem como, mas ela me transmitia uma paz inacreditável. Fui me aproximando dela aos poucos até seus lindos olhos verdes marejados por lágrimas que ameaçavam cair se encontrarem com os meus, pude ver o mais doce sorriso se curvar em seus lábios enquanto eu continuava a me aproximar e recitar um dos meus poemas preferidos.

— Se a morte predomina na bravura
Do bronze, pedra, terra e imenso mar, pode sobreviver a formosura,
Tendo da flor a força a devastar?
Como pode o aroma do verão
Deter o forte assédio destes dias,
Se portas de aço e duras rochas não podem vencer do Tempo a tirania?
Onde ocultar - meditação atroz -
O ouro que o Tempo quer em sua arca...

Eu só não esperava que ela continuaria, junto comigo.

— Que mão pode deter seu pé veloz,
Ou que beleza o tempo não demarca?
Nenhuma! A menos que este meu amor
Em negra tinta guarde o seu fulgor.

Ao terminar de recitar o poema, me sentei ao seu lado, e em silêncio voltamos a observar a bela vista que o pôr do sol nos proporcionava.
Eu não sei o que acabou de acontecer, mas sinto que isso fez meu dia recomeçar, e se tornar interessante de repente.

Continua...

 ✹

:¨·.·¨:
'·.. ✎ . . . Então o encontro aconteceu. Será que aquilo que o Melton disse vai acontecer agora, o Cole vai estar pronto pra outro alguém?

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