Em uma bela tarde de verão, James, de cinco anos, brincava no quintal de casa. James sempre brincava sozinho, não era de ter muitos amigos, mas tinha uma mente muito fértil. Sua mãe estava dando comida para seu cão e percebeu que ele estava falando com alguém no quintal de casa. Ela não sabia ao certo o que dizia, até pensou que ele tinha conseguido um novo amigo. Ser mãe solteira é difícil, ela sempre fica ligada no que James fazia. Ela foi vê-lo e ficou confusa com o que viu. Não tinha ninguém lá, apenas ele.
— James, hora de entrar — disse a mãe.
James foi até a direção dela e disse:
— Estava brincando com meu novo amigo, mamãe.
— Amigo? Qual é o nome dele?
— Eu chamo ele de Jack Risonho.
— Que nome estranho... Então me diga, como ele é?
— Ele é um palhaço! Ele tem cabelos grandes e um nariz em forma de cone e listrado; tem braços grandes e usa calças bem largas.
Logo ela percebeu que era um amigo imaginário, achou que era normal para crianças da sua idade, era só uma fase da vida do seu menino. O resto do dia passou normalmente, já estava ficando tarde, a mãe de James o colocou em sua cama. Ele fez questão de ligar sua luminária. Ela o beijou e foi dormir. Foi quando ela teve o pior pesadelo de toda a sua vida.
Ela estava em um parque de diversões escuro e decadente. Ela estava com medo e correndo através de um campo infinito de barracas vazias e cabanas de jogos abandonadas, onde havia prêmios de pelúcia pendurados com sorrisos doentios. Era tudo preto e branco. Parecia que todo o parque estava a encarando. Então, de repente, uma música começou a tocar. O som do Pop Goes the Weasel estava sendo tocado em uma sanfona e ecoava pelo parque inteiro. Aquilo a hipnotizava. Ela começou a seguir a melodia até uma tenda de circo, quase em transe, incapaz de parar. Estava tudo escuro, a única luz que ela via era de um refletor que estava no centro da grande tenda. Enquanto caminhava em direção a luz, a música brandou, e ela se encontrou cantando. A música parou subitamente. Ela só ouvia as batidas de seu coração. Aquela forte luz a deixou quase cega.
No meio da escuridão, apareceu uma silhueta. Em seguida uma outra apareceu, e outra, e outra... Havia dezenas de sombras. Sem conseguir se mexer, tudo que ela podia fazer era ver aquelas numerosas e assombrosas sombras vindo em sua direção. Quanto mais elas se aproximavam, mais ela podia ver... que eram crianças. Ao olhar para cada uma, ela percebeu que elas estavam terrivelmente desfiguradas e mutiladas. Algumas com cortes em todo o corpo, outras severamente queimadas, e outras estavam até faltando membros, até mesmo sem os olhos. As crianças a cercaram, arranhando a sua pele e a arrastando para o chão. A medida que as crianças foram a cortando, rasgando, e deixando ela em pedaços, tudo foi desaparecendo, e tudo que ela podia ouvir era os risos, horríveis risadas e totalmente assustadoras.
Ela acordou na manhã seguinte, suando frio. Respirou profundamente, ficou aliviada por saber que era tudo um pesadelo. Ela sentou na cama e viu que os bonecos de James estavam posicionados na frente dela. Ela suspirou, viu que, provavelmente, James deve ter acordado cedo e os colocado aqui. Ela juntou os brinquedos e fez o caminho até o quarto de James, que estava dormindo. Colocou os bonecos de volta na caixa de brinquedos e foi para sala. Um pouco mais tarde James acordou e sua mãe preparou um lanche para ele. Ela reparou que James estava quieto e parecia um pouco tonto, talvez ele não tenha dormido bem.
— James, você colocou brinquedos no quarto da mamãe, esta manhã?
— Jack risonho que fez isso — responde James, meio sonolento.
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Jack Risonho
TerrorUm simples amigo imaginário pode ser muito mais que só imaginação.