1 - A nova estagiária

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Fevereiro

Acordo com o som do despertador, me levanto da cama e vou para o banheiro fazer minhas necessidades e minha higiene, saio enrolada na toalha e pego meu terninho azul marinho e meu salto preto, seco o cabelo com secador e faço um coque, me maquio e saio, pego o elevador e vou direto para garagem pegar o carro, vou ao trabalho.

É assim cinco dias da semana a quatro anos, mas não estou reclamando, amo meu trabalho. Trabalho no centro de São Paulo em uma empresa muito influente, sou diretora de contabilidade da empresa. Hoje é mais um dia de trabalho. Chego na empresa e encontro o meu chefe e presidente da empresa, Carlos.

- Bom dia Paula. Dormiu bem? - Me cumprimenta.

- Bom dia senhor Carlos, dormi bem sim e o senhor?

- Sem cordialidades, ainda não estamos em trabalho. Mas dormi bem sim! - Disse meio brincalhão, esse é uma das suas maiores qualidades, é um cara gordinho, brincalhão, mas sabe ser chefe nos momentos certos.

- Desculpe. Então vamos subir?

- Sim.

Entramos no elevador e apertei o 20° andar. Subimos, em minutos já estávamos lá. Me despedi e segui para minha sala que era do lado oposto de sua sala. Vou para minha mesa e já começo meu trabalho. Uma hora depois Carlos bate na minha porta e logo atrás está uma garota muito linda que não devia ter mais que 22 anos.

- Paula, está muito ocupada?

- Não, pode entrar!

- Essa é Luiza, a nova estagiária, eu gostaria que ficasse encarregada dela, a instrui-se nas suas atividades e tudo mais.

- Tudo bem. Vai ser um prazer treina-la.

- Ótimo, vou deixa-la com você. Divirtam-se. - Disse e logo já estava fora da sala.

- Senta, vamos conversar. - Disse a nova estagiária.

- Obrigada, sabe esse emprego é o dos meus sonhos, nem acreditei quando fui selecionada. - Disse toda empolgada.

- Que bom, espero que mantenha-se assim. Você estuda?

- Sim! Estou cursando administração, estou no último período já. Em julho finalmente vou me formar!

- Que maravilha. Quantos anos tem?

- 20. Mas as vezes pareço mais velha. E você?

- Como? - Ela realmente acha que é uma conversa casual?

- Quantos anos a senhora tem? - Disse mais cautelosa, percebeu que me indignei.

- Não acho que isso seja uma conversa casual, mas vou relevar... Tenho 30 anos. - Olhei seriamente para ela, mas não a reprovando, mais sim intrigada.

- Desculpa. - Respondeu cabisbaixa.

- Tudo bem. Qual sua expectativa dentro da empresa? - Segui.

- Ser efetivada. Amo essa empresa e gostaria muito de fazer parte dela por muito tempo. - Disse voltando a se empolgar.

- Ótimo. Então vou te pedir coisas básicas e vou ver como se sairá. Tem uma mesa disponível em frente à minha sala, quero que faça o balanço dos lucros e gastos comparando o ano passado com o anterior. Tudo bem pra você?

- Sim, logo te entrego. - Ela sai sem nem pedir licença e antes que a porta se feche a vejo se apoderando de sua mesa toda empolgada e saltitante.

E assim ela foi pegando o ritmo e se mostrando muito eficiente e eficaz.

Março

Semanas depois eu e Luiza estávamos fazendo hora extra para montar o balancete do mês que se passou, eu precisava apresentar amanhã bem cedo e precisava de ajuda.

- Quer um café? - Perguntou Luiza.

- Aceito, o sono está começando a bater.

- Trago em um minuto. - Sai da sala e sinto como se o ar estivesse mais suave.

Me distraio com o silêncio total e me sinto incomodada em estar sozinha, me levanto e vou atrás de Luiza.
A máquina de café fica do lado dos elevadores, a encontro encostada na parede de frente a máquina esperando o copo ser preenchido.

- Algum problema dona Paula? - Pergunta confusa.

- Não, só precisava me esticar um pouco.

- Está certa, ficar muito tempo sentada faz mal.

Fiquei a observando e vi que ela não se intimou. Me aproximei e parei na sua frente.

- Tem certeza que está tudo bem? - Ela me perguntou mudando semblante.

- Eu não sei, tenho minhas dúvidas. - Estava toda arrepiada.

Ela sorriu e colocou a mão no meu pescoço, me arrepiei com o toque.

- Acho que posso tira-las. - Disse e logo me beijou.

Não tive reação, não sabia o que fazer, nunca beijei uma mulher antes, ainda mais dez anos mais nova. Mas apesar de tudo eu queria aquilo, queria beija-la, queria tê-la. Quando percebi já estávamos deitadas no chão e eu arrancava sua roupa como se fosse a coisa mais importante de toda minha vida. O que estava acontecendo?

Eu Que Amei Tanto (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora