7. Onde você está?

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Exausto. Eddie estava exausto.

Richie já havia sido trazido para o quarto havia trinta minutos.

Trinta minutos de absoluto silêncio. Trinta minutos de tortura.

Eddie não percebeu quando adormeceu com a cabeça no colo de Richie, ainda segurando a mão do mesmo. Eddie estava com medo, muito medo. Apesar do monitor mostrar que Richie ainda estava ali, que o seu coração ainda batia no seu peito, Eddie não conseguia deixar de lado a ansiedade que sentia. Ele não conseguia parar de pensar que o único homem que ele já amou seria tirado dele. Que ele estaria sozinho novamente. Que ele nunca mais iria olhar nos seus olhos azuis enquanto suavemente segurava o seu rosto com ambas as mãos para lembrá-lo o quanto ele o ama.

Ele não quer que as coisas mudem. Ele só quer dormir ao lado do homem que ele ama todas as noites e acordar no dia seguinte sem se preocupar com a vida o fodendo cada dia que passa.

Eddie sentiu mãos brincando com o seu cabelo, o fazendo pular em surpresa. Ele se sentou, sentindo seus olhos encherem de lágrimas.

"Você está bem, você está bem!" Eddie se jogou em seu noivo, colocando seus braços ao redor do seu pescoço, chorando com mais força. Richie retribuiu o abraço, calmamente posicionando os seus braços ao redor da cintura do menor, permitindo a si mesmo aproveitar o momento, afundando seu rosto no pescoço de Eddie, buscando conforto.

"Shh, eu estou aqui, eu estou bem." Richie falou baixo para apenas Eddie ouvir, ignorando o fato que estavam apenas eles dois ali.

Por um tempo, eles ficaram ali, segurando um ao outro, sem se importar em chamar um médico ou a enfermeira homofóbica. Eles sabiam que deviam, mas não tinham vontade de se soltar.

"E-Eddie, e-eu tenho que te contar algo." Contra a sua vontade, Richie se soltou do abraço, logo sentindo falta do contato. "E-Eu..." Ao sentir a preocupação de Eddie, Richie perdeu a coragem para o contar. "Eu estava esperando receber uma visita da sua mãe, ou acordar com ela chupando o meu–"

"Okay, eu vou procurar o médico." Eddie se levantou indo em direção a porta. "Beep Beep, porra." Richie riu da sua reação, logo voltando a ficar sério quando Eddie fechou a porta. Ele soltou um longo suspiro, colocando as palmas das mãos sobre os olhos. Ele esperava que lágrimas caíssem sobre seu rosto, mas não foi o caso.

Ele se sentia vazio, patético, sem forças para sequer chorar.

Inútil, inútil, inútil. Você será apenas um peso para ele daqui pra frente.

Richie não tinha certeza que voz era aquela. Ele só sabia que ela estava certa.

É ridículo o quão ruim esse médico é. Richie está com um milhão de problemas, e ele não consegue dizer sequer um. Problemas óbvios, que um médico formado com certeza deveria saber deduzir.

"Richie?" Percebendo o seu silêncio, Eddie começou a se preocupar. "Você não é de ficar calado por muito tempo. O que foi?"

"Nada." Eu quase fui morto mais cedo pelo homem que assombra os meus sonhos a dois anos seguidos, mas está tudo beleza. Era o que Richie queria dizer, mas de repente não sentia vontade. Desde quando Richie perdia a oportunidade de fazer um comentário sarcástico? Eddie tinha razão em se preocupar.

Percebendo que Eddie estava realmente preocupado, Richie se sentiu um pouco culpado por estar tão para baixo. Mas não é como se ele não tivesse motivo, ele acabou de quase morrer. Isso por si só já um puto de um trauma. Apesar dessa ser a 4º vez que ele escapa da morte, ele não sentia como se fosse se acostumar tão cedo.

Sonho de amor | ReddieOnde histórias criam vida. Descubra agora