Doce, doce decadência

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Essa fanfic Hannigram contém violência moderada e menção a distúrbios mentais.


"Quanto maior é a sede, maior é o prazer em satisfazê-la."

Dante Alighieri

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A penumbra da noite invadia meu quarto gelado, me fazendo temer as sombras que se formavam nas paredes escuras. Não conseguia pregar os olhos desde que descobrira fatos peculiares sobre Hannibal Lecter, meu atual psiquiatra. 

Hannibal era um homem bastante refinado, adorava apreciar uma boa comida e claro, uma companhia agradável. Ele nunca estava sozinho, sempre rodeado por membros influentes da alta sociedade, que apetecia sua necessidade de estar com pessoas do mesmo nível social. No entanto, o Dr. Lecter também parecia apreciar a companhia de pessoas mais simples, até mesmo a minha presença. 

Não sei de fato quando teve início nossos encontros fora das sessões terapêuticas. 

Esbarramos uma vez ou outra pelas cafeterias comuns, Hannibal estava sempre com um sorriso gentil nos lábios e um olhar intrigante. Ele se vestia de modo elegante mesmo que a ocasião não obrigasse a vestir-se de tal modo, contudo, não conseguia imaginá-lo de outra forma. Quem era o Dr. Lecter sem os ternos refinados? Um completo estranho. 

Ainda posso me lembrar do primeiro contato mais íntimo. Era uma manhã fria, e como de costume pedi um expresso duplo e alguns muffins de chocolate — sempre senti necessidade de comer algo doce pela manhã, uma dose de glicose caía bem depois de uma noite em claro. Meus olhos percorreram o local quase vazio, tamanha foi minha surpresa ao vê-lo sentado bebericando uma xícara de chá. Hannibal quase de imediato abriu um sorriso simpático, e um convite com o olhar para que me juntasse a ele em seu desjejum. Mesmo acanhado o acompanhei. Não dissermos nada, apenas comemos — ou melhor, somente eu comi — em silêncio, eu não sabia o que dizer para o Dr. Lecter além de meus devaneios e problemas com minha paternidade compulsória. Me sentia deslocado, a vontade de ir aumentava, mas não desejava ser mal-educado com Hannibal. 

— Algum problema Will? — Ele perguntou pousando a xícara delicadamente no pires. — Está mais quieto que o normal. 

— Hum… Eu estava vagueando a respeito da Abigail — digo tentando parecer convincente. 

— Compreendo — Hannibal sorriu novamente. O observei levantar a mão chamando a atenção da garçonete loira. — A conta, por favor. 

— O senhor apenas bebeu uma xícara de chá, tem certeza que não deseja mais nada? — Ela estava visivelmente aflita. — Temos ótimos bolos, tortas e um omelete tradicional que é uma maravilha. 

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