Diário Mágico.

Meu pequeno diário.

Dia: ??/??/????               Diário Mágico.

Bom, faz um bom tempo em que estou nesse lugar assustador, aquela terrível mulher disse a muito tempo que o nome desse lugar era "The Maw". Faz realmente um bom tempo que não saio das tubulações...bem...desde o acidente...creio que deveria escrever o que ocorreu...para ver se consigo diminuir um pouco a dor do meu desespero, por conta deste lugar ser bastante solitário, não conseguiria acabar com aquela dor falando, creio que as criaturas com a cabeça de cone não me entenderiam, bom não custa tentar...

Tudo começou quando minha mãe foi chamada por uma mulher, não me lembro muito bem de seu nome, mas acho que era "Lady". A proposta era ser a feiticeira particular de Lady, nem era para eu estar aqui, minha mãe, por mimo, acabou me trazendo junto a ela. No começo era divertido, estar perto da mamãe, ela sempre me ensinava novos feitiços, mesmo sendo que boa parte deles eram falhos, mas ela sempre me motiva a continuar sempre treinando, meu sonho de ser uma grande feiticeira como ela sempre crescia quando ela me motivava assim. Lady sempre olhava para minha mãe com um sorriso macabro, sempre sentia medo quando ela a olhava assim, alguns dias se passaram e Lady havia nos dito para ir em direção a cozinha, pois teria uma pequena surpresa a nossa espera, mal poderia imaginar que surpresa era.

Estávamos indo até a cozinha, o momento era feliz e minha mãe cantarolava no caminho, assim que chegamos lá a porta foi imediatamente trancada pelos cozinheiros, um deles segurava um machado em mãos e o outro cordas, naquele momento, percebemos qual era a surpresa, e ela seria a nossa morte...
Um deles nos prendeu com as cordas, pude sentir o mesmo a apertando contra meu abdômen, doía, olhei para minha mãe assustada e com os olhos marejados, a mesma percebe que estava assustada, então, mesmo com o desespero da morte, criou um feitiço que fez com que minhas cordas se soltassem, logo a mesma grita para que corresse para as tubulações, era pequena, poderia andar por lá sem problemas. Fiz o que minha mãe mandou, logo percebo que estava sendo perseguida por um dos cozinheiros, mal tive tempo para pensar em algo, apenas consigo chegar nas tubulações, logo abro um sorriso, estava livre e minha mãe talvez estaria atrás de mim, porém, escuto um barulho de carne sendo cortada, meus olhos se arregalam e imediatamente me viro para ver o que se ocorria, era uma cena que eu nunca queria ter presenciado.
O cozinheiro que segurara o machado antes, estaria com ele perfurando o peitoral de minha mãe, apenas a vejo olhando para a ferida e sem conseguir conter seu grito de dor, lágrimas escorriam pelo meu rosto e pelo de minha mãe. Com suas últimas forças, ela solta um de seus braços e o mira para mim, como se estivesse se despedindo, eu estava paralizada, não conseguia parar de ver aquela cena e sentir meu rosto molhado por conta das lágrimas que escorriam sem cessar, sentia que o último desejo de minha mãe, era me ver, ver meu rosto, ver que estava agora a salvo, se despedir de sua adorada filha.
Minha mãe deu um sorriso fraco antes de fechar seus olhos, estava prestes a gritar em agonia, o braço de minha mãe havia caído, naquele momento, não senti a vida dela, percebi que ela já não estava mais alí, era apenas seu corpo ensanguentado, queria gritar, mas não conseguia. Após um tempo, percebi que já conseguia me mexer novamente, apenas corri pelas tubulações com meus olhos ainda encharcados e inchados por conta do choro.

Após muita caminhada entre as tubulações, encontrei uma pequena criatura com cabeça de cone, ela parecia correr para algum lugar, na intuição, as segui, já havia visto algumas delas correrem por ai, acho que se chamam "Nomos", não tenho certeza. Bom, parecia que a criaturinha sabia para onde estava indo, quando notei, estava em uma sala no meio das tubulações, era escuro e frio lá dentro, porém, era o único lugar seguro que poderia estar. Me sento no canto daquela sala e começo a chorar novamente, a cena de morte que acabara de ver se passava várias e várias vezes em minha mente, era uma tortura.

Uma daquelas criaturinhas veio até mim com um pedaço de pão em mãos, me ofereceu o alimento, apenas o olho com os olhos ainda mais inchados e lágrimas ainda escorrendo, pude notar que outras daquelas criaturas estava presentes, porém afastadas, pareciam estar com medo de mim, talvez pensem que sou como a maldita daquela mulher, a dona desse desesperado lugar. Rejeitei o alimento com um sorriso fraco nos lábios, apenas abaixo minha cabeça novamente, sem conter mais lágrimas, a pequena criatura deixou o alimento perto de mim e correu para fora com os outros, creio eu que ela, de certa forma sabia que precisava de um tempo para me acalmar e pensar.

Bom, é aqui que termina o meu desabafo, posso dizer que encontrei um pequeno caderno naquela sala das tubulações a alguns dias, então, como havia escrito e dito antes, vou agora escrever meus pensamentos aqui, será melhor assim, minhas lágrimas já caíram em algumas das páginas do pequeno caderno, melhor parar de escrever antes que manche o mesmo, creio que tirarei algumas páginas para desenhar, será como um meio de me manter acordada, não quero dormir, não quero ter pesadelos sobre a morte da pessoa que eu mais amava.

E outra coisa, apenas tenho um desejo em mente, que é sair desse lugar e encontrar o meu pai novamente...

As próximas páginas serão os desenhos agora: