— Hani! Já está na hora. Levante-se. — a voz de Tanaka apareceu nos meus sonhos, fazendo meus olhos se abrirem devagar.
Ele batia na porta a todo momento, após me levantar abri a porta, encontrei Tanaka encostado no batente da porta já vestido e pronto para sair.
— Vou comprar algumas coisas de escritório, quando voltar vamos arrumar nossa agenda. Hum... O que houve?
Apenas o ignorei e saí em direção a cozinha, ouvi Tanaka sussurrar algo como "grossa". Depois que ouvi a porta sendo fechada tive certeza que estava sozinha.
Meu nome é Yoshihara Hani eu estou nos meus poucos vinte e seis anos de vida, e atualmente trabalho na TecnoSport™, fui uma das escolhidas para o tal "projeto inovador" que o Izumi (os mais corajosos chamam ele de "Baby Boss" já que ele tem menos de 1.70 de altura) quer, no dia da reunião ele citou algo sobre o método dos funcionários de trabalharem com uma pessoa de outro gênero, técnica muito legal se a vida me desse mais opções, minha dupla se chama Tanaka Yuto, e não gosto do fato de estar fazendo dupla com ele, além de ele me acordar cedo todas as manhãs ainda tenho que mandar mensagens para Kayako, e às vezes, fotos, digamos que minha melhor amiga tem um abismo pelo Tanaka (e isso me faz sentir no colegial). Continuando, faz exatamente uma semana que estamos morando juntos nesse apartamento, Izumi é tão popular que comprou um apartamento para cada dupla e ele que mantém as despesas, segundo ele os funcionários têm que sentir á vontade para criar um projeto ao alcance das expectativas dele.
A dupla "vencedora" além de um reconhecimento absurdo, terá também seu projeto concretizado e já destinado para testes e se tudo correr bem, todas as lojas do Izumi e as que patrocinam a TecnoSport™ estarão colocando o produto á venda.
Vou contar uma coisa meus caros leitores, meu objetivo desde que entrei nessa empresa foi ter reconhecimento, e o que será da população machista (tô falando de você, tio) ao ver uma mulher sendo anunciada por desenvolver um produto inovador incluindo esporte e tecnologia? Yoshihara Hani, sapateando na cara de gente como meu tio, sonho desde os quinze.
Enquanto sonhava com minha carreira de sucesso e tomava um bom cappuccino, ouvi o toque de notificações do meu celular, nem preciso citar o susto, porém jovens, o apartamento estava silencioso e todo barulho mínimo pode ser ouvido. Fui ao meu quarto, e não me surpreendi vendo uma mensagem de "bom dia" cheia de corações da Kayako, eu amava aquela garota a animação dela me animava, até quando o brutamontes do Tanaka me acordava às sete em um domingo de manhã.
Respondi a mensagem com um foto, basicamente eu segurando a caneca perto do rosto e sorrindo sem mostrar os dentes. Eu sinceramente estava um lixo, mas mesmo assim Kayako mandou umas sete mensagens falando o quanto eu estava fofa.
Conheço Kaēde Kayako desde o penúltimo ano do colegial, e eu acho incrível que ainda estamos juntas, a última vez que vi uma amizade durar tanto foi em "damn". Acredito que o que manteve nossas vidas ainda com o mesmo laço foi o amor pela tecnologia, fizemos entrevista para entrar na TecnoSport™ mas não na mesma época, enquanto Kaēde competia por uma vaga eu tentava convencer meus pais que poderia morar em Tóquio com as economias que juntei ( e quase morri para não gastar, pois é eu gasto até o último iene com coisa inútil como minha luminária em formato de gato), e também sou totalmente grata a Kayako, consegui uma vaga por insistência dela, amo minha menina.
Kayako disse que iria para a casa da sua avó (outro motivo para os meus pais quase não terem deixado eu ir para Tóquio foi o fato de ninguém da minha família morar por aqui), já que ela e sua dupla decidiram que nos domingos seria um tempo livre para ambos. Enquanto isso minha dupla passa pela porta principal nesse exato momento, e ele também acabou de resmungar falando que eu deixei a cafeteira ligada.
— Ainda de pijama? — Tanaka reclamou quando eu saí do quarto para devolver a caneca vazia.
— Ai, me deixa.
— Quantos anos você tem? Parece uma adolescente cheia de hormônios e "não me toques". — Tanaka colocou uma sacola sob o balcão.
— Tanaka, sabe aquele relógio alí? — ele assentiu. — Agora me diz que horas são.
— São quase sete e meia.
— Tá aí o motivo dos meus hormônios e "não me toques". — fui até meu quarto e me joguei de volta na cama, meu celular estava com um total de zero mensagens, nada fora do comum, me cobri até a cabeça e fechei os olhos, queria dormir até morrer.
Tranca a porta, já dizia minha mãe.
O motivo do meu estresse entrou no meu quarto e abriu as janelas, e depois puxou o cobertor de mim, resmunguei e virei meu corpo para o outro lado.
— Hani não deixe as coisas mais difíceis. — pensando bem, aquele homem tinha uma paciência absurda com meu eu de mau humor.
Senti o colchão afundar perto dos meus pés, e depois um puxão (na verdade, foi O puxão). Me levantei e meu corpo estava com a metade do lado de fora da cama, Tanaka estava em pé com os braços cruzados e me olhava muito familiar ao jeito que minha mãe fazia quando estava prestes a me bater.
— Hani, olha eu sei que é domingo e é muito chato acordar cedo em um dia que você pode dormir o dia inteiro, — então por que você não me deixa dormir?! — mas temos que fazer a nossa agenda mensal.
Apoiei meus braços no colchão e encarei Tanaka por alguns momentos antes de me levantar e ir em direção ao banheiro do meu quarto.
— Sai.
— Para quê?
— Vai puxar meu pé quando eu estiver banhando também? Sai.
E assim começa mais uma manhã belíssima de domingo na grande Tóquio. Só ressaltando que naquele momento, eu estava com muita raiva sim, mas normalmente eu não agia naquele jeito com ninguém, só com o Tanaka mesmo.
O motivo do meu ódio.
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TECNOLIFE
Chick-Lityoshihara hani é uma jovem funcionária de uma empresa em tóquio. obrigada a se juntar com seu colega de trabalho, tanaka yuto, ela precisa criar um projeto para finalmente ser vista como uma profissional. [txllip] plágio é crime.