Tanya: A Mais Próxima de Deus

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Eu me chamo Tanya von Degurechaff.

Sou uma feiticeira de combate aéreo. Ou, como as pessoas de senso comum desta região preferem chamar, sou uma entidade interpretada como anjo ou fada. Um ser alado, conhecido como absterrâneo.

Recentemente, reencarnei no Céu, acima da terra, em um mundo espiritual onde se encontra formas de vida superdesenvolvidas que se autoproclamam divindades.

Na realidade, esses tais deuses são só criaturas cuja existência está muito a frente do ser humano nos conceitos evolutivos e tecnológicos. Eu, como um dos anjos da guarda que protege as muralhas do suposto céu, não posso falar muito, afinal, faço parte da elite e não quero perder o meu posto por ter dito alguma coisa que desagrade a clarividência dos chefões.

Meu codinome é Fada-zero-oito ou a oitava fada. Somos tão insignificantes para eles que nem ao menos nos chamam pelo nome, somos identificados por números: Fulano um, Fulano dois, Fulano três...

Toda essa macropia é comandada por um ser supremo indizível que chamamos de Existência X. Ora, se eles podem chamar nós, insignificantes, de fulano um e fulano dois, porque não podemos chamar esse supremo deus invisível de Ser X? Já que ele é tão incógnito que nem mesmo os anjos da mais alta casta conseguiu enxergá-lo.

Eles querem que sejamos ingênuos o bastante para acreditarmos num deus todo-poderoso que nos trouxe para um mundo de ambiguidades, dependências e ilusões. Eles nos dão o livre-arbítrio e nos colocam em um mundo relativista, e depois querem exigir nossa reverência cega a uma suposta verdade absoluta.

-Que vista conturbada. -Eu olho lá para baixo, e vejo a terra dos mortais. Esse mundo é dividido entre o Céu e a Terra. Eu estou no Céu e aqueles animais comendo uns aos outros estão na fria, solitária, suja e seletiva Terra. O cara que separou esses dois polos era um maluco egomaníaco que queria se sentir superior.

Antes éramos todos espíritos, mas quando o velho barbudo separou o Céu da Terra, os que ficaram na Terra se tornaram os ignorantes, e os que ficamos no Céu nos tornamos os considerados superiores: Deuses, Anjos, Graças e Ninfas

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Antes éramos todos espíritos, mas quando o velho barbudo separou o Céu da Terra, os que ficaram na Terra se tornaram os ignorantes, e os que ficamos no Céu nos tornamos os considerados superiores: Deuses, Anjos, Graças e Ninfas.

Esse demônio barbudo era nomeado como o Rei Atlantes, o soberano da famosa cidade mítica conhecida como Atlântida.

-Aproveitando a paisagem? -Disse o velho barbudo de quem eu falava. Ele se aproximou de mim de repente, convenientemente no momento em que eu estava narrando sobre ele.

-Eu me pergunto: o que aquelas pessoa lá em baixo tem de diferente de nós? -Respondi ao Rei Atlantes sem olhar para ele.

-Ora, Fada-zero-oito, eles estão lá em baixo na lama pesada porque ainda não mereceram a leveza do nosso Céu.

-Meritocracia...

-Eles devem atingir a iluminação para escapar do Samsara, sair de suas bolhas de ilusões mundanas passando pela apoteose, para poder chegar ao Nirvana.

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