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"-Can, para!
Caaaaaannnnn! - eu gargalhava freneticamente enquanto ele me tinha em seus braços, ameaçando me jogar na água.

Era quase final de tarde e também seria nossa última noite em Marmaris e a penúltima juntos antes das férias que desfrutaríamos separados.
Era necessário para nos "encontrarmos", se assim posso dizer. O tempo só nos faria bem.
Nossos anfitriões então resolveram nos deixar a sós no barco.
Can amou a ideia, acho que nem preciso mencionar.

E então ele fez o que queria, pulou comigo na água.
Dei um grito ao sentir a água gelada e nossos corpos se separarem por uma fração de segundos, pois logo senti uma mão me puxando pela cintura.
Rodeei o pescoço dele e lhe dei um selinho.

-Você não vale nada!
-Jura?
-Juro!
-E você está comigo porque então?

O sol refletia atrás de Can, irradiando uma luz que ocultava seu olhar, mas deixava seu sorriso despretensioso em evidência.

-Eu to com você por esse corpo - desci a mão pelo seu peitoral, sentindo os gominhos da barriga. - delicioso.

Can gargalhou.
-Achei que era por conta disso aqui - ele me apertou contra seu corpo e passou a língua pela minha boca, sugando meu lábio superior.

-Também é por conta disso sim... - pisquei sorrindo e mergulhei, aproveitando ao máximo aquele lindo dia.

Acabei me afastando um pouco do barco e quando voltei, Can já não estava mais na água.
Ele estava sentado com os pés pendurados para fora do barco. O celular mirava em mim e eu tinha certeza que os melhores ângulos estavam ali.
Ao subir o último degrau sem a menor elegância, Can colocou uma toalha em meu ombro, dando duas batidinhas.
Agradeci soprando um beijo e ele caminhou me guiando até a proa.
Sentou e me acomodou entre suas pernas, passando o braço pelo meu ombro e eu segurei sua mão.
O sol estava se pondo e estávamos um silêncio confortável.
De olhos fechados, eu sorri.
Aquele fim de um ano inteiro de trabalho significava um começo para nós.
Não sabíamos o que viria, como seria, mas tínhamos um ao outro e com certeza, ficaria tudo bem.

Can suspirou e hesitou.
-O que foi? - me inclinei para olhá-lo.
-Vamos viajar no meu aniversário?

Ele estava olhando para o horizonte, quase em transe.
-Falta tanto tempo até lá...
-Vamos ou não?

Ele ainda falava sem me olhar, o que começava a me irritar.

-Para onde?

Can beijou minha têmpora e sussurrou: "importa para você o destino?"

-Não, é que...
-Vamos ver a aurora boreal!

Me virei para ele como a menina do exorcista, com uma empolgação palpável.
-Você fala sério?
-Falo, Deme. Você não tem vontade de ir? Não é o lugar que mais sonha em conhecer?
-Mas é o seu aniversário, Can. Tem que ser algo que você queira!
-Eu quero o que você quiser. Seus problemas, meus problemas, seus sonhos, nossos sonhos. Te ver sorrir me faz feliz, me faz ficar em paz.
-Yaaaaa Caaann!

O abracei e beijei seu ombro, escondendo meu rosto ali.
Mal podia esperar por novembro!"

Sentei na cama esfregando os olhos, com o coração apertado.
Eu não ia chorar. Não agora.
Perdi a luta.
Lágrimas acumuladas transbordaram na velocidade da luz, correndo pelo meu rosto.

Tateei a cama, achei o celular entre o edredom,
6:50 - 5 de novembro.

Civan piscou ainda sonolento para mim e o acariciei tentando sorrir, meio as lágrimas que ainda caiam.

Só mais 3 dias.
Minha mente precisava mesmo fazer uma contagem regressiva?

(Concluída) Keşke... Especial Can Birthday Where stories live. Discover now