Em condicional. ( Taekook- Vkook)

Lição um: Como calar um falador.

|•Avisos•|

— Está fanfic abordará conteúdos +18, se não possui essa idade a titia aqui recomenda ir assistir galinha pintadinha, caso decida continuar a leitura, não me responsabilizo
pela perca da inocência.

— Menções a sexo, drogas, crimes e possivelmente teor psicológico.

— Caso não tenha reparado no início aqui quem reina é Taekook. A fanfic é do vale, e por fim, é flex. Porque eu gosto, e porque do contrário acho um desperdício de glândula exócrina.

Senta que lá vem enredo, não revisado e desculpem os erros!

- Hey vizinho, alguém já te disse que você tem cara de bandido? Do tipo que a gente não sabe se passa os pertences ou o coração.

Essas foram as primeiras palavras que eu ouvi, após deixar para trás meu passado conturbado com a justiça.

— vai ver que é pelo fato de que, eu realmente sou um fora da lei.

- legal! Excitante! O que você fez para ser preso?

—  trafiquei órgãos.

O garoto me olhou demoradamente, colocando as mãos na cintura na tentativa falha de parecer abismado.

- Você não tem coração?

— Isso é uma crítica ou uma encomenda?

Pensei que nesse ponto ele teria medo, e me deixaria entrar no apartamento, em paz. Eu só queria sentir a maciez de uma cama, comer uma boa comida caseira, e sobretudo: silêncio.

Contudo, não foi o que aconteceu...

- É seu primeiro dia em liberdade?

— Vai ser se você me permitir entrar em casa.

- Quer um pedaço de torta salgada? Tenho certeza de que deve estar com fome.

— Porque está ajudando um presidiário?

- Porquê não ajudaria? Se está aqui é porque te deram uma nova chance. Não cabe a mim te julgar ou dificultar isto para você. Enfim, quer a torta? Eu coloquei milho verde e ervilha, frango e bastante queijo. Não aqueles brancos, senão os amarelos que derretem e-

— ok, já entendi, não pedi a receita. A torta está de bom tamanho...hum... Obrigada.

Cocei a cabeça envergonhado, fazia tempos em que gentileza e educação deixara de fazer parte do meu vocabulário. A prisão é cruel e você precisa se desfazer de qualquer conduta benéfica afim de se manter inteiro.

Ouvindo meu agradecimento o bocudo irritante sorriu quadrado, e ele realmente parecia feliz. É normal após toda minha experiência, julgar expressões corporais alheias, e a maioria dos seres humanos são fingidos, mas não aquele cara. 

Ele virou as costas e correu para dentro da casa ao lado. Suspirando fiz o mesmo, e quase ajoelhei diante do sofá fofinho. Escorreguei todo meu corpo e deixei os nós se desfazerem até os músculos relaxarem.

Aos poucos meus olhos pesaram, e teriam fechado por inteiro se a campainha não tocasse. Quase esqueci do vizinho indiscreto, bufei irritado já começando a levantar para abrir a porta, no entanto, a madeira foi escancarada para dar passagem ao furacão.

- Toquei duas vezes, já que demorou resolvi entrar. Aqui está, também te trouxe suco de acerola com leite.

Ele depositou as tigelas na mesa, o cheiro gostoso cobrindo o de poeira e ácaro. Sucessivamente me puxou de supetão até a pequena mesa amadeirada no centro da cozinha. Mesmo que tentasse eu não conseguia acompanhar a sua energia, e logo me vi sendo servido na boca.

- o que diabos está fazendo? Já pode ir agora.

Tomei o talher da sua mão, e com a mesma fiz o sinal de xô. Mas quem disse que resolveu?

- Meu nome é Kim Taehyung, qual o seu?

— Bandido.

- Achei rústico. Mas diz aí bandido, vai ficar por muito tempo? Podemos ser amigos?

— Depois de hoje pretendo me mudar o mais rápido possível, e não, eu não sei fazer amigos.

- Nhá que nada, só tá faltando prática.

Ele balançou as mãos em frente ao meu rosto, como uma criança animada.

- Estou cansado, você pode ir...Por favor?

— Ah claro, amanhã trarei um estrogonofe para você. Xau bandido, bons sonhos, e bem vindo.

Eu parei no caminho até a porta, acompanhei com os olhos sua saída e ainda assim não consegui me mover por um tempo. " Bem vindo"...Esperei tanto ouvir algo assim, da pessoa que mais me importei no mundo, aquela responsável pelos meus pecados... Entretanto, recebi de um estranho que apesar de tratado mal, ainda consegue ser o melhor ser humano que cruzou meu caminho.

Decidi que seria mais compreensivo com seu jeito, que seu falatório poderia combinar com meu silêncio.

Porque apesar de estar sempre isolado e sozinho, a falta de contatos machucava...Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada.