Morango e chantily!

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Não revisado, desculpem os erros!



Mesmo após Taehyung dormir me senti inquieto em deixá-lo sozinho. A todo momento vinha em mente a possibilidade dele vomitar e se engasgar com o mesmo, por isto, deitei do lado vazio da cama encolhido ao máximo para não haver aproximações.

Divaguei por horas sobre bobagens, até que um som familiar quebra o silêncio. O que sempre imaginei serem gemidos, estava mais para um lamento dilacerante, uma tormenta capaz de transpassar os limites da consciência. Taehyung chorava copiosamente, as lágrimas escorriam lentamente sem pudor. Me encontrei entre um dilema: acordá-lo e precisar lidar com aquilo, ou encontrar um meio de o acalmar mesmo que inconsciente.

Optei pelo que não nos tornasse cúmplices de um segredo, eu o abracei, passei um braço pelo seu pescoço e o outro por sua cintura, e em questões de minutos ele já se encontrava calmo, sereno. Inclusive, folgado como é virou-se e enterrou o rosto no meu pescoço, assim como na primeira vez que dormimos juntos.

Sentindo uma paz rara me rendi ao calor que aquecia não só o corpo. Quando acordei mais tarde ainda estávamos naquela posição, os rostos próximos e um par de olhos castanhos me examinaram. Senti quando uma de suas mãos afastou minha franja do rosto e passou a depositar carinhos quase superficiais em meus fios. Eu não queria, mas aos poucos minha cabeça inclinou ao seu toque, moldando a bochecha em suas mãos.

Assustado me levantei, meu coração batia descompassado assim como a vontade incontrolável de beijá-lo, desejar um bom dia, ser a porra de um casal que jamais seremos. O que você está pensando Jungkook? Ninguém em sã consciência vai amar alguém como você, era o que minha consciência gritava.

— Bandido...Minha cabeça dói!

- Isso se chama ressaca, tome remédio e coma coisas leves. Preciso ir.

Sem esperar respostas me encaminhei para casa, tomei banho, me arrumei o máximo que um dia de trabalho pedi, e me fui para o ciber café. A contragosto esperei por sua visita naquela tarde, mas ele não apareceu. A preocupação novamente veio a tona e quase xinguei por não ter adicionado seu número, uma ligação e essa droga de apreensão iria para o espaço.

Faltavam apenas trinta minutos para o fim do expediente, e era o máximo de tempo quê minha consciência aguentaria. Sem jeito, pela primeira vez peço algo a minha chefe Hyuna.

- Hyuna... Será que posso sair mais cedo hoje? Prometo fazer hora extra amanhã.

— Oh claro Jungkook, e não precisa repor. Aconteceu alguma coisa?

- Ainda não sei...E por isto estou com...Medo.

— Alguém importante?

- Se encaminhando para isso... Obrigada, até amanhã.

Ela acena com um leve sorriso como se compreendesse meus sentimentos, quando nem eu mesmo sei a profundidade. Entro no primeiro táxi, em dias normais eu teria que pegar dois ônibus, o que renderia quase quarenta minutos de percurso, mas hoje, vinte minutos, sem parada.

Quando o carro para em frente a minha casa, coloco a nota em suas mãos sem esperar o troco. A do vizinho ao lado está trancada e escura, o que definitivamente não é um bom sinal. Bato na madeira e espero...Nenhuma resposta. Tento a campainha e só consigo ouvir os latidos do Yeontan.

- Tae está aí? Por favor abra a porta, hum? Estou... Droga...Estou preocupado com você.

E assim ela se abre quase me levando ao chão por ter se escorado demais. Taehyung está vestido com um pijama branco de bolinhas coloridas, os cabelos espetados para todos os lados, e no rosto um bico tamanho do mundo.

— Shhhhh fale baixo, minha cabeça não passou.

- Tomou o remédio?

Ele assentiu vagarosamente como se o mínimo movimento o matasse.

- comeu algo?

— Meu estômago não aceita.

- Está explicado. Não é muito de beber é?

— Extremamente frágil para o álcool.

O afastei delicadamente e fechei a porta atrás de mim, pela primeira vez era eu quem estava ficando. Hoje era o dia dos primeiros.

- Então porque bebeu tanto?

— Precisava esquecer um par de coisas.

- Problemas? Achei que você estava sempre de bem com a vida.

— Até o palhaço esconde uma carranca por trás de todo humor.

- Tem razão, vou fazer canja pra você, vai se sentir melhor.

Seus olhos adquiriram um tom diferente, quase como alegria contida. Enquanto eu pegava os ingredientes e dava início ao preparo, Taehyung contemplava tudo sentado sobre o balcão.

Algumas vezes até arriscou ajudar, roubando um petisco aqui e ali.

[•••]

Havíamos acabado de comer e agora apenas apreciávamos o silêncio, ou a depressão pós prato que nos assolava. O bocudo irritante parecia um pouco cabisbaixo, eu diria até triste, não sei...Ele é instável, porque de uma hora para outra ele pula da mesa e corre, voltando segundos depois com morangos e chantily.

- Tá servido?

Pensei em negar, eu não era fã de doces. Mas quando abri a boca uma das frutas foi empurrada contra minha língua. O olhei irritado ao passo que ele depositava o creme nos dedos e lambia. Eu pude notar quando o clima mudou, quando tudo se tornou quente, e havia uma batalha dentro de mim sobre o que fazer.

- Esses dois ... Não deveriam ser comidos juntos? Digo...O morango e o chantilly?

— Óbvio, um dos ingredientes está com você, o que está esperando para buscar o sabor do outro?

Uma troca de olhares...Foi tudo que precisou para que eu jogasse a toalha e mandasse tudo para os ares. Pensaria depois, agradeço a arte da procrastinação. Levantei de súbito me encaixando entre suas pernas e tomando seus lábios com volúpia.

E quando nossas línguas se encontraram e todo meu corpo incendiou, eu soube que precisava correr para muito longe, porque Taehyung me quebraria por inteiro. Depois dele, nada seria tão intenso. Percebendo minha hesitação ele segurou minha nuca com força aprofundando o ósculo, me fazendo adotar morango e chantily como comida preferida.

Um gemido rouco e porra, deveras excitante saiu de seus lábios quando chupei sua língua, o que me rendeu uma mordida firme nos lábios. Achei que era experiente, mas aquele garoto sabia o que fazer com a boca, com as mãos. Apertei suas coxas como imaginei várias noites, outrora ele apertou minha bunda quase me tirando do chão.

Gemi em seus lábios quando nossos membros friccionaram. Desci os beijos para seu pescoço, mordendo e marcando quase o reinvindicando, eu o queria, que fosse meu...Mas eu não podia, e aquela constatação me fez parar todos os movimentos e me afastar.

— Porque parou, tá gostoso volta.

Ele ergueu os braços, abriu e fechou as mãos como uma criança pedindo colo.

- Não posso... Não podemos...

— Quem disse?

- Eu... Não sou alguém para você... É melhor se afastar.

— você vai acabar fazendo isso em algum momento, de tanto que deseja. Mas até lá, me faça seu e seja meu, está é uma lembrança boa que desejo manter. E ao contrário do que pensa bandido, eu te acho perfeito para mim.

Aquelas palavras, só por aquela noite desencadeou todas as minhas emoções reprimidas, e eu quis me agarrar a tudo ao meu alcance. Eu poderia ser feliz novamente? Mas esqueci de toda razão quando suas mãos passaram a desabotoar sua camisa revelando a pele imaculada...




Em condicional. ( Taekook- Vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora