trinta e cinco

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Any

O doutor com o órgão na mão olha pra trás lentamente. Minha respiração está falha, e não tenho forças pra ficar de pé, mas prefiro conseguir correr

-PEGUEM-NAS!!-o homem grita, eu e Sabina saímos correndo dali, entramos em todas as portas possíveis, até que em uma delas, conseguimos encontrar um hall de entrada, vemos a saída, que é um portão enorme de metal. Com a maior pressa que consigo, abaixo a alavanca, e conseguimos sair.

Corremos muito, muito mesmo, chegaram a desistir de nos procurar, está de noite, não faço a mínima de que horas sejam, mas tudo indica que é bem tarde

-Conseguimos-a mexicana diz com a cabeça baixa, um pequeno sorriso começa a se formar-conseguimos fugir Any!-ela levanta a cabeça e da um sorriso

-Sim, nós conseguimos. Mas ainda quero saber quem são eles-digo um pouco desanimada-e qual a relação do Bruno com esse lugar-ela fecha a cara

-Espera-remexe no bolso da sua camisola-aqui, isso!-pega um pacotinho em sua mão com algo dentro-nesse pacote há um nome: MisterWill Lab-paro no meio da rua-Any? Any?-ela me mexe

Eu não acredito. MisterWill. Meu orfanato.

-Meu orfanato-digo paralisada, meu coração está a mil, na minha cabeça não se passa nenhum pensamento, minha respiração está pesada e meu corpo mole

-O que? Como assim? Any, me responde-ela remexe meu ombro

-Vamos pra polícia-olho pra ela com meus olhos lacrimejando-agora-falo entre dentes e ela assente
[...]

Chegamos na delegacia de Los Angeles, foi uma boa caminhada até aqui, mas pelo menos conseguimos chegar, já está amanhecendo

-Olá-abro a porta de vidro

-Olá senhoritas, em que posso...-a secretária nos olha e fica boquiaberta com o nosso estado. E é agora que eu realmente reparo em como estamos desarrumadas, camisolas que antes eram brancas, estão manchadas, nossos cabelos extremamente bagunçados e meu joelho ralado porque enquanto corria acabei caindo e me ralando feio, além do mais, descalças

-Err, nós viemos denunciar um lugar, e temos provas-Sabina diz a mulher

-Ok, vou agendar-ela olha pro computador

-NÃO!-gritamos em uníssono

-Nós precisamos falar com o xerife, a-go-ra-digo colocando minha mão na mesa e a olhando friamente

-Ok...vou ver o que posso fazer. Seus nomes por favor-ela levanta e pega um caderno

-Any Gabrielly e Sabina Hidalgo-respondo

-Ótimo, vou ver com ela se a mesma autoriza-e sai em direção ao corredor, entrando numa porta

Depois de um tempinho ela volta

-Ela disse que não tem problema-chega com um sorriso forçado-podem ir até a última porta no fim do corredor-e se senta em sua cadeira

-Ok, muito obrigada-levantamos e fomos até a sala, ao entrar, percebo uma figura muito conhecida anotar algo em uns papéis, Sabina também parece reconhecer e "força" seus olhos pra ver quem é

-Posso ajudar, garotas?-ela levanta sua cabeça deixando sua caneta de lado e da um sorriso sincero

-LILI?-dizemos surpresas em uníssono

-Pois é, deixei entrar porque eu conheço vocês-apoia seus cotovelos na mesa-sentem-se-aponta com a cabeça pras cadeiras que estão à frente da sua mesa, onde na mesma está jogado vários papéis, com três porta lápis e uma plaquinha escrito: "Lili Reinhart"

-Precisamos da sua ajuda-Sabina diz colocando o pacotinho com o pó azul dentro, em cima da mesa, a loira pega o mesmo e observa

-Hm, nunca vi essa droga antes-diz interessada no objeto

-Lembra do meu orfanato? Que denunciaram aqui a um tempo, você não era xerife ainda, na verdade, eu nem te conhecia-Any se pronuncia-eles voltaram, mas agora como uma espécie de "hospital", onde drogam crianças e adolescentes que faziam parte do orfanato, deixando-as desacordadas-engole seco

-E depois retiram seus órgãos pra, com certeza, vendê-los ilegalmente-a mexicana começa- mas a questão, é que essa droga é como se fosse um anestésico, ela faz você dormir ou entrar em transe, e enquanto isso, você delira ou sonha que tudo está bem e que aquele lugar é incrível, observei em um microscópio duas gotas de sangue, a minha, que já estava sem o efeito da droga, e o da Any, enquanto ela dormia-se apoia na mesa-na gota dela, eu percebi que os glóbulos vermelhos estavam muito mais lentos que o normal, e os meus meramente normais. Isso chega a uma conclusão, que esse pó afeta diretamente nas células do corpo, fazendo com que a pessoa sonhe algo que a deixe calma, enquanto eles planejam sua morte-Lili parece interessada-mas eles são muito burros, não se tocaram de que com apenas um som alto ou uma copada de água na cara da pessoa, já acorda ela, e além do mais, me deram pouco disso, tão pouco que em questão de 15 minutos eu acordei, enquanto a Any e outras crianças dormiam em uma sala gigante-termina

-Wow-respira fundo-precisamos do endereço desse lugar-pega um papel e uma caneta

-Não sabemos-digo-mas só sei que a entrada é um portao de ferro gigante, estilo garagem, mas, enferrujado-Sabina tira fios salteados de sua roupa

-Então vamos iniciar uma patrulha pra encontrar esse local, antes de tudo, liguem para seus pais ou alguém de confiança-da seu telefone, ligo pra Josh

-Hey, Josh

-ANY! MEU DEUS AONDE VOCÊ ESTÁ?-me interrompe

-Calma, eu já estou bem, antes de tudo, venha me buscar na delegacia principal da cidade, Sabina também está aqui

-EU SEI QUE ELA TA AI, VOCÊS SUMIRAM DO NADA! LIGUEI PRA TODOS VIREM AQUI, ALÉM DO MAIS! NINGUÉM SABIA ONDE VOCÊS ESTAVAM!!!!

-Só venha nos buscar, prometo explicar certinha o que aconteceu pra vocês

-Ta-bufa

Desliga o telefone e Lili manda a gente esperar na secretaria

...

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