A distância que nos une

Capítulo 8

[2 dias depois] [Alice]

Era domingo e o João não tinha jogo hoje por isso acordei primeiro que ele. Levantei-me e fui preparar o pequeno almoço para nós os dois. Alguém me agarra por trás e roda a minha cintura de modo a ficar de frente para ele.
João: Bom dia cozinheira. Qual o menu?
Alice: Ovos mexidos com cogumelos e fiambre.
João: Só o nome tem bom aspeto. - correu para se sentar na mesa à espera que eu fosse logo pousar o tacho.
Alice: Tem calma fofo, ainda falta.
João: Não quero saber só quero ser o primeiro. - gritou
Acabamos de tomar o pequeno almoço e diga-se de passagem que o João come que nem um lobo, nunca vi pessoa comer tanto.
O João combinou um churrasco com o Morata aqui em casa às 12:00 e como já eram 11:30 subi para me vestir. Vesti umas calças de fato de treino do benfica e uma camisola simples, um outfit confortável.
Fui montar as coisas no jardim para o churrasco quando vi o João todo enchurrascado, começei a rir-me na cara dele ao qual ele respondeu com o dedo do meio.
Alice: Que se passou? - disse com tom de gozo
João: Peguei num saco de carvão e como peguei mal naquilo, o saco arrebentou em cima de mim. - fez cara de zangado
Alice: Acontece...aos melhores - pisquei-lhe o olho
[12:00]
Ouvi o toque da campaínha e logo fui abrir a porta. Era a Alice e o Morata acompanhados dos pequeninos gemeos Ale e Leo. Cumprimentei ambos e disse-lhes para entrar, o João estava no jardim a assar a carne e estava SEM CAMISOLA!!!!! MUY CALIENTE!! (a conversa vai ser em português, mas finjam que está em espanhol ahahah)
Alice: AHHM! - ele virou-se para trás
João: Olha quem cá está, o meu chinelo Morata.
Morata: Estás enganado puto, quem tem perdido tudo és tu.
João: Vou-te oferecer uns óculos hermano.
Alice Campello: Pagamos a meias, eu também acho que ele precisa.
Morata: Então? Dois contra um?
João: Não é para quem quer, é para quem pode. - deu um cachaço ao Álvaro
Sentamos-nos para comer e sentei o Leo no meu colo, ele adormeceu num instante. Fiquei a admirar a perfeição dos traços deste rapaz, a genética ajuda muito mas nao ha nada em que este pequeno anjo não seja perfeito.
Alice Campello: Já pensaste em ser mãe?
Alice: Sim, tenho muito esse desejo. Arrisco-me a dizer que é o meu maior sonho.
Morata: Puto, puto, só dicas.
Alice: Nós não somos namorados, somos só amigos oh espanholito. Mete travão nisso.
Morata: Pelo que ele fala, ele queria mais do que isso.
João: Tu deves querer apanhar.
Morata: De quem? De ti, seu lingrinhas?
João: Não substimes um ex jogador do grande Sport Lisboa e Benfica.
Alice: Nisso tenho de concordar. Não te metas em sítios complicados Morata.
Morata: Pronto parei. No hablo mas. - rimos-nos todos 
[18:00]
O churrasco tinha acabado e deitei-me na cama para relaxar um bocado. O João veio deitar-se ao meu lado e não parava de mexer no telemóvel, outra coisa sobre o João é que ele é super viciado no telemóvel e nas redes sociais.
Alice: Deves ter muito para fazer nesse telemóvel.
João: Problemas com isso? - fitou-me
Alice: Ah não. - virei-me para o outro lado
João: O que o Morata disse hoje não é verdade, eu não quero nada contigo além da amizade.
Logo fiquei estupefacta com estas palavras ditas pelo João, como era possível uma pessoa num momento dizer uma coisa e noutro momento outra, que bipolaridade.
E pelos vistos o João é um miúdo totalmente bipolar.
Alice: Não te perguntei nada sobre isso. - levantei-me da cama
João: Onde vais?
Alice: Vou passear sozinha. - ele levantou-se - Não preciso que venhas atrás de mim ,fica aí agarrado ao telemóvel que certamente tens alguém mais interessante para falar.
Sai de casa, chamei um uber e pedi para me levar ao centro de Madrid, eu precisava de andar um bocado para pensar nas coisas todas da vida. Não sei porque tive aquela reação, eu acho que não sinto nada por ele, mas as minhas reações dizem o contrário.
A verdade é que o João me dá a volta à cabeça como nenhum alguma vez fez.
[...]