Echos of Soul: Origens: Annelise

Prólogo

Annelise

Os anjos deixaram um legado para os magos, junto do véu que ocultava a magia de olhos mundanos, um tipo de esfera de pura mana orbitada por hastes metálicas encrustadas com pedras preciosas. Este objeto divino foi o início de tudo o que conhecemos hoje, famílias, influência, ordens, igreja, relíquias.

A partir do dia em que os anjos deixaram a relíquia que na época foi conhecida como "A Prisão de Feitiços". Eles também se isolaram em Etheria e a grandiosa "Liga dos Anjos" foi desmantelada, os deuses sumiram e os demônios se trancaram no inferno, mas e o divino? Ele nunca se manifestou, mas Lúcifer, Lilyth e os anjos garantiram sua existência.

Em meio a esses acontecimentos eu era apenas uma criança tola, uma filha do inferno, apaixonada por um demônio inferior a mim, sendo forçada a realizar atos sexuais com meu irmão, Crowley, acredito que esse seja o nome que vocês conhecem, sendo assim, utilizarei apenas estes nomes. O demônio por quem me apaixonei se chamava, Louis, um ser de pura beleza, diferente dos outros, pois preferia a sua forma humana a nossa aparência demoníaca, mas não vou negar que eu também.

Meu pai era Lúcifer, o rei do inferno e minha mãe, Lilyth, a rainha, o que me torna a princesa, junto de meus dois irmãos, Crowley e Ixchelle.

Ao ver de meu pai e Crowley a sociedade dos magos era deplorável, com lideranças matriarcais e grande empoderamento feminino, então geralmente eram caçados pelos demônios e por isso os humanos normais recebiam tantas oportunidades de pactos e coisas do tipo, suas sociedades patriarcais extremamente machistas que viam as mulheres como nada, na verdade essa era a minha realidade, eu e Ixchelle tivemos o azar de nascermos mulheres e ser como objetos de nosso irmão. Ao menos era assim que eu pensava.

Certa noite, Louis apareceu comentando que os magos viviam em igualdade, ninguém era discriminado independente do gênero e dos seus gostos. Lúcifer nunca se importou muito com isso, para ele sejam homens ou mulheres, não importa desde que fossem seus, mas seu idealismo machista ainda era forte. Naquela noite eu decidi que iria embora, porém, uma mulher de cabelo Chanel branco, usando uma blusa preta, saia rosada e saltos pretos com um revólver visivelmente inútil contra nossa espécie surgiu.

A mulher exigiu uma audiência com meu pai e segundos depois deles conversarem, tudo misteriosamente mudou e ela se tornou a nova rainha do inferno deixando meu Lúcifer e Lilyth desaparecidos. Seu nome era Yvana Edelfelt, a primeira herdeira dessa família documentada nos livros.

Louis, Ixchelle e eu fomos embora e então descobrimos a verdade.

A prisão de feitiços não era angelical, mas sim puramente divino, um objeto com toda a essência mágica na forma mais pura possível, um objeto realizador de desejos muito cobiçado pelos magos que antes eram unidos.

As famílias, Evernight, La Reine, Mcfly, Lynn e Edelfelt eram as encarregadas de guardar esse objeto em segredo, mas a ganancia dos Edelfelt os fez espalhar sobre o objeto para conseguir apoio e isso instalou o caos, começando pelos Lockes, que conseguiram o apoio dos Lucent, Cinder e Blackthorne.

Uma batalha foi travada entre os Evernight e a aliança criada pelos Edelfelt, mas a magia elementalista dos Evernight que eram a minoria foi o bastante para aniquilar as cinco famílias unidas.

A partir desse ocorrido para não ser caçada, Yvana fugiu com seu plano traiçoeiro de prender Lúcifer e matar Lilyth e isso gerou uma verdadeira guerra, entre uma espécie demoníaca chamada de "Argonianos" criados do sangue de Yvana misturado com o de Crowley e outros demônios, gerando criaturas negras de diversas formas com marcas rúnicas azuladas pelo corpo.

Agora além de magos negros, os Edelfelt mostraram sua verdadeira face, como necromantes e demoniologistas.

Os Argonianos eram imbatíveis, quase imortais, mesmo com todos os magos unidos novamente contra essa ameaça, as perdas eram imensas e a derrota parecia iminente, mas os Lockes pediram para tomar o lugar dos Edelfelt entre os guardiões da prisão de feitiços.

Compartilharam seu plano com os demais e assim após quase doze anos de guerra, o objeto foi usado e o desejo concedido, o fim dos Argonianos e Yvana presa.

Louis assumiu o inferno após vencer Crowley com facilidade e mostrou sua verdadeira face, não um garoto gentil e doce, mas um traiçoeiro demônio obcecado por poder.

Tudo estava se encaminhando para um recomeço, mas muitos queriam Yvana morta e não presa, ela causou muitas mortes e precisava pagar, então foi mandada para a guilhotina.

Na noite da execução ela sumiu, junto de tudo que existia sobre os Edelfelt.

Os Lockes criaram uma guerra pelo controle da Prisão de Feitiços que terminou com o objeto de partindo ao meio e se corrompendo.

Muitos magos tolos se jogaram na mana corrompida que vazou como se fosse lava e morreram no mesmo instante, sem obter o desejado poder, mas é claro que os Lockes eram mais espertos, eles já haviam coletado uma amostra da mana puro e agora coletaram ela corrompida para usarem no futuro.

Muitos anos se passaram e as famílias se separaram, o contato sumiu.

Enquanto eu e Ixchelle assistíamos tudo.

Durante esses anos, eu passei muito tempo tentando criar uma raça perfeita, sem esse desejo insano de superioridade e poder, mas acabei falhando e criando criaturas horrendas e desfiguradas, completamente insanas.

Foi mais ou menos seiscentos anos após a Guerra Argoniana que conheci uma deusa fada doce e gentil, Leanan Sidhe, ela tinha o mesmo pensamento que eu e o mesmo desejo, criar uma raça perfeita.

Com ela aprendi a criar figuras mais humanizadas e então apostamos: Em mil anos, quem criar a raça mais próxima de nossos ideais, poderia construir uma cidade para ela ao redor da árvore encantada das flores-fada.

Eu criei os Vampiros, seres aparentemente humanos, mas com presas, sentidos aguçados e viciados em sangue e ela os Nifiris, criaturas meio animais, nas orelhas e pernas.

Na mesma noite eu percebi que tinha perdido e disse a ela.

Ela construiu Altarian, ao redor da árvore.

Com o passar dos anos ela continuou tentando criar uma raça perfeita, aí surgiram os Altarianos, ou Celestiais, se preferir um termo mais moderno e eles conseguiam manifestar características de animais, mas podiam oculta-las ou até mesmo viraram o animal todo, mas entre a criação deles e a dos Nifiris, surgiram as Sereias.

Enquanto isso, eu também tentei novamente e criei os Lokians, eles se pareciam humanos, exceto pelos chifres e pele avermelhada, eram pré-dispostos a trapaça, mas felizmente testavam conflitos, então entre as cavernas da zona portuária tropical de Carvanhiyas e as terras desoladas de Ardenroth, ergueu-se a capital de deles Lokiana.

Anos se passaram desde esse evento e eu vi, a traição de Morgana, a queda dos Pendragons e da Bretanha, a Condessa Sangrenta, Elizabeth Bathory, ser presa, Anne Bony e Mary Read morrerem, Da Vinci olhar o mundo diferente dos outros e Hitler e as guerras. Eu vi tudo isso com meus próprios olhos tentando encontrar sentido na minha existência e por isso participei de muitos massacres sem nenhum lado, apenas massacrava todos em guerra, buscando apenas um pouco de prazer, o prazer que eu deveria ter...

Quando o mundo entrou em estabilidade, uma das criações de Leanan, Hair Kitsune, que vinha vivendo a tempos, propôs a criação da Federação Guardians, a Ordem dos magos e os Dez Magos Divinos. Crowley bolava um plano para destronar Louis.

E assim a estrutura atual do mundo mágico começou a surgir.