Parte III - Terceira Semana

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Parte III - Terceira Semana.

Dizem por aí que no dia das bruxas a linha que separa o mundo dos vivos daqueles que já partiram é tão fina que os fantasmas conseguem atravessar o portal e vir para nosso mundo nos atazanar.
Depois de semana passada, quando fiquei presa no frigorífico com Jamie, já não tenho certeza de mais nada, ainda mais depois que soubemos que durante as festanças que aconteceram no fim de semana, mais uma mulher desapareceu misteriosamente. 
A segunda vítima que a essa hora, já foi torturada e está sem vida. 
Depois de resgatados, Jamie e eu decidimos tentar investigar quem trancou aquela maldita porta do container mas para nosso azar, justamente no dia em que ficamos presos as câmeras de segurança do local de trabalho dele não estavam funcionando. Resta saber se não estavam funcionando por fatalidade mesmo ou porque alguém deu um jeito de atrapanhar as câmeras propositalmente. 
Como disse, não sei de mais nada. 
- É... Pelo jeito não temos como provar que foi o açougueiro quem fez isso conosco. - Comentei já na segunda-feira, enquanto saía do trabalho com ele após fazer as verificações da câmera - Ei, não vai ficar pra trabalhar? 
- Pedi demissão. Este trabalho era só um disfarce para não saberem quem sou mas agora não preciso, não quero mais esconder nada de ninguém. Pode me dar uma carona até em casa?  
- Claro. - Entramos no meu carro - Jamie, você sabe que estamos na semana do Halloween e... 
- O açougueiro vai sequestrar a terceira vítima e corpos serão encontrados no dia 31, sem que eu possa fazer nada para evitar essa tragédia, muito menos punir o filho da mãe como merece. É, eu sei. - Completou pondo o cinto de segurança - Que raiva, vim para cá a toa! 
- Nem tanto, Jamie. - Liguei o carro e ele me olhou confuso - Enquanto o dia das bruxas não chegar, este jogo ainda não terminou. 
[...]
- Sua casa é enorme, mas mal tem móveis. - Comentei assim que entrei na casa do meu vizinho gato. 
- Claro, só pretendia ficar aqui por três semanas. Lembra? - Ele fechou a porta e olhei ao meu redor. 
- Lembro sim. 
- Pois bem... - Caminhamos até o sofá, nos sentando lado a lado - O que acha que podemos fazer, Dak? 
- Continuar investigando. Desta vez, juntos e com a ajuda do Don, meu pai, que está liderando as investigações do caso. Topa? 
- Hum... 
- A não ser que não confie nos meus dotes investigativos como disse semana passada. - Fiz uma careta. 
- Estava redondamente enganado, senhorita Johnson. Você até que é razoavelmente boa... - Disse se aproximando de mim, que desviei o rosto para o lado. 
- Vamos focar, Jamie. Enfim, você topa? 
- Topo. - O moreno confirmou esboçando um sorriso para mim.
[...]
Jamie e eu ficamos conversando sobre o açougueiro por algumas horas e nesse meio tempo liguei para meu pai e revelei toda a verdade a ele. Don exigiu que parássemos, achando muito arriscado nos envolver nessa investigação mas deixamos claro que iremos até o fim com isso tudo. 
Agora é questão de honra. 
- Quando acha que o desgraçado vai pegar a última vítima? - Jamie indagou em meio a café e cigarros, vícios que ele diz manter há quase dez anos. 
- Na véspera e no dia do Halloween aqui em Forks acontece a festa dos mortos vivos na praça. Possívelmente o safado vai tentar sequestrar alguém durante a festa, como fez nas duas outras vezes. - Teorizei - Minha ideia é que durante a festa meu pai aumente o contingente policial para assim, se ele tentar alguma coisa ser preso antes. 
- Sabia que você é um gênio? - Foi para cima de mim, envolvendo suas mãos na minha cintura e colando nossos corpos - Vamos impedir que o canalha consiga cumprir essa coisa doente que ele tanto faz graças a você, minha Sherlock Holmes. - Roçou seus lábios nos meus. 
- Gostei desse apelido. - Nos beijamos, mas logo o afastei - Já falei para mantermos o foco, Jamie.
- E quando tudo isso terminar? - O moreno questionou pondo as xícaras de café na pia - O que vai ser de nós?
- Eu... Não sei. - Respondi mordendo os lábios, ainda muito confusa com tudo que vem acontecendo nesses últimos dias. 
[...]
Eu amo o Halloween, e eu amo esse sentimento: o ar frio, os perigos assustadores que espreitam ao virar da esquina.”
— Halloween. 

O AçougueiroOnde histórias criam vida. Descubra agora