Vinte e Nove

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Zoey
   

   
O choque que senti quando Kalona se materializou acima de Stark foi terrível. A visão dele trouxe de volta tudo o que tinha acontecido naquele último momento daquele o último dia, antes de meu mundo explodir em morte, desespero e culpa. Completamente materializado, o seu olhar âmbar encontrou o meu, e eu estava congelada pela tristeza que vi ali, e pela lembrança de como eu olhava em seus olhos antes e acreditava que eu tinha vislumbrado a humanidade, a bondade, e até mesmo o amor.
   
Eu estava tão, tão errada.
   
Heath tinha morrido por causa do quão errada eu estava.
   
Então o olhar de Kalona mudou de me voltar para Stark, enquanto meu Guerreiro insultava-o.
   
Não! Oh Deusa! Por favor, faça ele ficar quieto. Por favor, faça-o correr de volta para mim.
   
Mas Stark parecia gostar de insultar Kalona. Ele não iria calar a boca, ele não fugiu. O horror encheu-me no momento em que Kalona arrancou a lança do céu. Suas asas cortaram um buraco no chão e então ele e Stark desapareceram dentro desta escuridão.
   
Foi então que eu percebi que Stark também morreria por causa de mim.
   
—Não!— O grito silencioso rasgou de dentro de mim, onde tudo parecia vazio, sem esperança e sem paz. Eu precisava correr, continuar me movendo, para escapar do que estava acontecendo aqui.
   
Eu não podia lidar com isso. Não havia o suficiente de mim para lidar com isso.
   
Mas se eu não lidasse com isso, Stark morreria.
—Não.— Desta vez não era a palavra fantasmagórica, o grito silencioso. Era a minha voz, minha voz, e não aquele terrível eco mudo que tinha sido balbuciado por minha boca.
   
—Stark. Não. Pode. Morrer.— Provei as palavras e segui suas formas e familiaridades, dando ouvidos a mim mesma, enquanto eu saía do bosque e me dirigia para o buraco negro no chão dentro do qual o meu Guerreiro tinha desaparecido.
   
Quando o buraco aberto estava aos meus pés, eu olhei para baixo para ver Stark e Kalona frente a frente no meio dele. Stark estava segurando uma espada reluzente em ambas as mãos contra a lança negra de Kalona.
   
Percebi então que não era apenas um buraco no chão. Era uma arena. Kalona tinha criado um espaço com paredes altas, ininterruptas e escorregadias. Paredes que não podiam ser escaladas.
   
Kalona tinha aprisionado Stark. Agora ele não podia fugir, mesmo se ele me escutasse. Ele não podia escapar. Ele também não podia vencer. E Kalona não estaria feliz batendo um pouco em Stark, ou mesmo muito. Kalona pretendia matar Stark.
   
O torpor inquieto começou a asfixiar-me novamente enquanto Stark enfrentava Kalona. Eu deixo meus pés se moevrem, mas obriguei-me a ficar onde eu podia ver os adversários, andando a circunferência da arena enquanto, inacreditavelmente, Stark atacava o imortal caído.
   
Rindo cruelmente, Kalona desviou a espada com um movimento da lança, e com um movimento tão absurdamente rápido que não havia nenhuma maneira que Stark pudesse ter visto isso vindo, Kalona esmagou sua mão aberta na cara de Stark, com ferocidade e desprezo. O impulso para a frente de Stark levou-o desajeitadamente além do imortal, e ele caiu no chão, segurando as mãos sobre as orelhas como se estivesse tentando aliviar a dor em sua cabeça.
   
—A claymore do Guardião – isso é divertido. Então você acha que pode ser um deles? — Kalona falou enquanto Stark recuperava o equilíbrio e virava-se para enfrentá-lo novamente, sua espada levantada diante dele.
   
O sangue escorria das orelhas, nariz e lábios de Stark fazendo uma linha fina escarlate abaixo do queixo e pescoço. —Eu não acho que eu sou um Guardião. Eu sou um Guardião.
   
—Você não pode ser. Eu conheço o seu passado, garoto. Eu vi você abraçar a Escuridão. Informe aos Guardiões sobre isso e veja se eles ainda querem você.
   
—A única pessoa que pode me tornar, ou não, um Guardião é minha rainha, e ela sabe sobre mim e meu passado.
Eu observei Stark atacar novamente. Com um sorriso desdenhoso, Kalona usou o lança a varrer de lado a lâmina. Desta vez, quando ele bateu em Stark, ele estava com o punho fechado, e a força disso quebrou seu nariz e ensanguentou as maçãs do rosto, derrubando meu Guerreiro de costas.
   
Eu segurei minha respiração, observando impotente o que eu sabia que seria o golpe fatal de Kalona.
   
Mas o imortal não fez nada além de rir enquanto Stark contorcia-se penosamente a seus pés. —Zoey não é uma rainha. Ela não é forte o suficiente. Ela é apenas uma menina frágil, que se deixou ser quebrada pela morte de um menino humano,— disse Kalona.
   
—Você está errado. Zoey não é fraca, ela se importa! E sobre aquele menino humano? Isso é parte da razão pela qual eu estou aqui. Eu preciso cobrar a dívida de vida que você deve por matá-lo.
   
—Tolo! Somente Zoey é quem pode cobrar esta dívida!
   
Com essas palavras, foi como se Kalona tivesse tomado sua lança e cortado através da névoa de culpa que tinha estado me cobrindo desde que eu o tinha visto torcer o pescoço de Heath, permitindo que tudo se tornasse muito claro para mim.
   
Eu não podia me ver como uma rainha, ou como muita coisa, às vezes, mas Stark acreditou em mim. Heath acreditou em mim. Stevie Rae acreditou em mim. Até mesmo Aphrodite acreditou em mim.
   
E, como Stevie Rae teria dito, Kalona estava tão errado quanto homens com seios.
   
Me importar com os outros não me fazia fraca. Eram as escolhas que eu tinha feito por causa desse cuidado que me limitavam.
   
Eu deixei o amor me abalar uma vez, e enquanto eu via Kalona divertir-se com meu Guerreiro, meu Guardião, eu escolhi deixar a honra me curar.
   
E, finalmente, tomei minha decisão.
   
Virei as costas na arena e me movi rapidamente para a borda do bosque da Deusa. Bloqueando a sensação de inquietude que ameaçava puxar-me sempre para a frente sem realmente me levar a qualquer lugar, eu me obriguei a ficar parada. Abrindo amplamente meus braços eu me concentrei primeiramente no último espírito que tinha falado comigo.
—Brighid! Eu preciso da minha força de volta!
   
A ruiva se materializou diante de mim. Ela parecia uma Deusa, toda fogosa e alta, cheia de força e confiança que eu não tinha.
   
—Não,— corrigi-me em voz alta. —O poder e a confiança são meus. Eu apenas de perdi-os por um tempo.
   
—Pronta para aceitá-los de volta?— Disse ela, seus familiares olhos encontrando os meus.
   
—Eu estou.
   
—Bem, isso é por pouco tempo.— Ela se adiantou e colocou os braços em volta de mim, me puxando para perto dela em um abraço que era tão forte quanto íntimo. Meus braços fecharam em volta dela, e com a aceitação que ela dissolvia contra a minha pele, e eu estava cheio de uma onda de calor que era poder, puro poder.
   
—Uma a menos,— eu murmurei. —Levanta esta bunda e vá trabalhar, menina.
   
Eu abri meus braços novamente. Desta vez, os meus pés ficaram firmemente plantados na terra e o desejo de me mover, remexer, fugir, fluiu mais e passou por mim, inocente como uma chuva de primavera.
   
—Eu preciso da minha alegria de volta!
   
Meu "eu" de nove anos, não se materializou. Ela saiu do bosque. Rindo, ela se atirou em meus braços. Eu peguei ela, e, enquanto ela gritou: —Yippee!,— Ela embebeu em minha alma.
   
Rindo, abri os braços novamente. A alegria e a força permitiram-me receber a última parte que faltava de minha alma, a compaixão.
   
—A-ya, eu preciso que você volte, também,— Eu chamei para o bosque.
   
A virgem Cherokee pisou normalmente a partir da linha das árvores. —A-de-lv irmã, eu estou contente de ouvir você chamar meu nome.
—Sim, bem, eu posso honestamente dizer que eu estou contente de tê-la como parte de mim. Eu aceito você, A-ya. Totalmente. Você vai voltar?
   
—Eu estive aqui o tempo todo. Tudo o que tinha a fazer era perguntar.
   
Eu encontrei-me com ela e a abracei meio dura, trazendo-a de volta para mim, e por sua vez, trazendo-me de volta.
   
—Agora, vamos ver quem é uma menina pequena e frágil,— eu disse, correndo de volta à arena de Kalona.
   
Dei um passo para a borda e olhei para baixo. Stark estava de joelhos novamente. A visão dele apertou meu coração. Meu Guardião parecia terrível. Seus lábios estavam inchados e partidos em um monte de lugares. Seu nariz tinha sido esmagado torto e escorria sangue. Seu ombro esquerdo estava uma bagunça, desforme e deslocado, deixando seu braço balançando frouxamente ao seu lado. A bela espada estava deitada no chão, exatamente fora de seu alcance. Eu podia ver que os ossos de um pé e uma rótula tinham sido quebrados, mas Stark ainda lutava junto do chão aos pés de Kalona, desesperadamente tentando aproximar-se de sua claymore.
   
Kalona estava avaliando o peso de sua lança, como se ele estivesse testando o equilíbrio da mesma e examinou cuidadosamente Stark. —Um Guardião quebrado por uma menina despedaçada. Parece que vocês dois se encaixam melhor juntos agora,— disse ele.
   
E isso me irritou seriamente.
   
—Você não tem ideia de como estou cansada de seu lixo, Kalona,— eu disse.
   
Ambas as cabeças viraram para cima. Eu não desviei o olhar de Kalona, mas eu podia sentir o sorriso de Stark.
   
—Volte para o bosque, Zoey,— Kalona disse. —É melhor para você lá.
   
—Você sabe o que eu realmente odeio? Caras tentando me dizer o que fazer.
   
—Sim, minha rainha, foi isso que Heath disse.— Um sorriso estava na voz de Stark agora, e eu tive que olhar para ele.
   
Eu encontrei seu olhar maltratado, e o orgulho por mim que eu vi refletido ali fez meus
olhos se encherem de lágrimas. —Meu Guerreiro...— Eu sussurrei para ele.
   
Naquele instante, um pequeno erro meu, foi o suficiente para Kalona. Eu ouvi ele dizer: —Você deveria ter escolhido voltar para o bosque.— Eu vi os olhos Stark ampliarem, e enquanto meu olhar correu de volta para o imortal, Kalona virou, seu braço direito esticou para trás, como um antigo deus guerreiro. Ele soltou a lança com uma explosão de força e velocidade que eu sabia que eu não poderia...
   
—Não!— Eu gritei. —Venha a mim ar!— Pulei na arena, confiando no elemento para me amortecer, mas ainda enquanto eu sentia a corrente me agarrar, vi que era tarde demais.
   
A lança de Kalona golpeou Stark no meio do peito. Ela viajou através de seu corpo, as farpas em sua haste pegaram sua caixa torácica e a lança arremessou-o para trás com tanto impulso que ele foi empalado contra a parede mais distante da arena com uma força repugnante.
   
Meus pés tocaram o chão, e eu já estava correndo para Stark. Cheguei a ele, e seu olhar encontrou o meu. Ele ainda estava vivo!
   
—Não morra! Não morra! Eu posso consertar isso. Eu tenho que ser capaz de consertar isso.
   
Inacreditavelmente, ele sorriu. —Está certo. Minha rainha não vai deixar quebrar nada de novo. Recolha sua dívida, e vamos para casa.
   
Stark fechou os olhos e, com um sorriso em seus lábios rachados, eu observei seu corpo convulsionar uma vez. Bolhas de ar ensanguentadas espumaram ao redor da lança em seu peito, e de repente não havia nenhum movimento, nenhum som vindo dele. Meu Guerreiro estava morto.
   
Desta vez, quando eu enfrentei o ser que havia acabado de matar alguém que eu amava, eu não cedi ao terror e à dor. Desta vez mantive o espírito perto de mim em vez de atirá-lo longe, e a partir disso eu compreendi o poder do conhecimento e deixei que os instintos, e não a culpa e o desespero, me guiassem.
   
Kalona sacudiu a cabeça. —Eu desejava que isso pudesse ter terminado de forma diferente. Se você tivesse me escutado, me aceitado, poderia ter sido assim ,— disse ele.
   
—Fico feliz em ouvir você concorda comigo, porque isso vai acabar de forma diferente,— eu disse. Antes de eu avançar para ele eu peguei a espada de Stark. Era mais pesada do que eu imaginava que seria, mas ainda estava quente da mão de Stark, e o calor me ajudou a encontrar a força para levantá-la.
   
O sorriso de Kalona era quase amável. —Eu não vou brigar com você. Esse é o meu presente para você.— Ele desdobrou suas grandes asas. —Adeus, Zoey. Sentirei saudades e pensarei em você frequentemente.
   
—Ar, não deixe ele sair.— Atirei o elemento nele. Suas asas totalmente abertas foram facilmente capturadas, e uma rajada forte de vento prendeu-as contra o muro da arena, estranhamente espelhando a postura final de Stark.
   
Eu andei até ele e, sem hesitação, conduzi a claymore através de seu peito.
   
—Isso é por Stark. Eu sei que isso não vai te matar, mas certa como o inferno me sentirei bem em fazer isso,— eu disse. —E eu sei que ele irá apreciar isso.
   
Os olhos de Kalona brilharam perigosamente. —Você não pode me prender aqui para sempre. E quando você finalmente me libertar, farei você pagar por isso.
   
—Ok, veja, como Stark disse, você está errado. Novamente. Existem regras diferentes no Outromundo, então eu provavelmente poderia mantê-lo aqui para sempre, se eu quisesse ficar e me transformar em uma Garota Vingadora Louca, mas aqui está o negócio: eu já quase me transformei em uma espécie de garota louca. Eu não estou muito interessada em fazer isso de novo. Além disso, eu quero ir para casa. Então, aqui está o que você vai fazer. Você vai me pagar a dívida de vida que você me deve por ter matado o meu consorte, Heath Luck, trazendo Stark de volta pra mim. Em seguida, Stark e eu, estaremos indo para casa. Ah, e pelo jeito, eu não me importo para onde você estará indo.
   
—Você enlouqueceu. Eu não posso trazer os mortos de volta à vida.
   
—Nesse caso, acho que você pode. O corpo de Stark está segura de no mundo real, junto com o meu. Estamos no Outromundo, por aqui é tudo sobre o espírito. Você é um imortal, o que significa que é tudo sobre o espírito. Então você vai tirar um pouco do seu espírito imortal e compartilhá-lo com o meu Guardião. E trazê-lo de volta para mim. Agora. Porque você deve isso a mim. Você entendeu? Eu reclamo a dívida, e está na hora de você pagá-la.
   
—Você não tem o poder para me obrigar,— disse Kalona.
   
Ela não, mas eu tenho.
   
As palavras desencarnadas se estabeleceram na arena. Eu reconheci o som da voz de Nyx imediatamente e olhei ao redor na expectativa, tentando vê-la. Foi Kalona quem a encontrou, no entanto. Ele olhava sobre meus ombros com uma expressão que mudou completamente seu rosto. Levei um segundo para reconhecê-lo. Ele olhou para mim com luxúria, com possessividade, e até com o que ele chama de amor. Mas ele estava errado. Ele não me amava. Kalona amava Nyx.
   
Eu segui seu olhar e me virei para ver a Deusa de pé, ao lado do corpo de Stark. Uma
de suas mãos repousava suavemente sobre sua cabeça.
   
—Nyx!— A voz do imortal soou quebrada e surpreendentemente jovem. —Minha Deusa!
   
Nyx ergueu os olhos do corpo de Stark, mas ela não olhou Kalona. A Deusa olhou para mim. Ela sorriu, e tudo dentro de mim foi inundado de alegria.
   
—Merry meet, Zoey.
   
Eu ri, e inclinei a cabeça. —Merry meet, Nyx.
   
—Você fez bem, filha. Você me fez orgulhosa de você outra vez.
   
—Levei muito tempo,— disse. —Me perdoe por isso.
   
Seu olhar estava firmemente amável. —Como sempre com você, assim como acontece
com muitas das minhas filhas mais fortes, você deve se perdoar. Não há necessidade de pedilo para mim.
   
—E quanto a mim?— Kalona esganiçou. —Você nunca vai me perdoar?
   
A Deusa olhou para ele. Seus olhos estavam tristes, mas a atitude de sua boca era severa, suas palavras seguras e sem emoção. —Se você um dia puder ser perdoado, você poderia pedir isso para mim. Mas não até então.— Nyx ergueu a mão da cabeça de Stark e estalou seus dedos para Kalona. A claymore desapareceu de seu peito. Vento amainou, e ele caiu da parede da arena.—Você vai pagar à minha filha a dívida que deve a ela, e então você vai voltar para o mundo e para as consequências que esperam por você lá, compreendendo isso, meu Guerreiro caído, seu espírito, bem como o seu corpo, estão proibidos de entrar em meu reino.— Sem um outro olhar sobre Kalona, Nyx virou as costas para ele. Ela se curvou para beijar os lábios sangrentos de Stark delicadamente, e então o ar ao seu redor tremulou, brilhou, e ela desapareceu.
   
Quando Kalona ficou de pé, eu recuei longe dele rapidamente, levantando as mãos e me preparando para lançar o ar para ele novamente. Então, seus olhos encontraram os meus, e eu vi que ele estava chorando em silêncio.
   
—Vou fazer o que ela ordenou. Exceto por uma vez, uma única vez, eu sempre fiz o que ela ordenou,— ele disse.
   
Segui-o enquanto caminhava para o corpo de Stark. —Eu devolvo para você a última
doce respiração da vida. Com isso viva novamente, e aceite um pequeno pedaço de minha imortalidade pela vida humana que tomei.— Então, me escandalizando totalmente, Kalona se curvou e, imitando Nyx, ele beijou Stark.
   
O corpo de Stark estremeceu. Ele suspirou e deu um longo suspiro.
   
Antes que eu pudesse pará-lo, Kalona colocou uma mão no ombro de Stark, e com a outra, ele arrancou a lança do seu corpo. Com um grito de agonia, Stark entrou em colapso.
   
—Seu idiota!— Corri para Stark e embalei sua cabeça em meu colo. Ele estava respirando com dificuldade, em suspiros ofegantes, mas ele estava respirando. Eu olhei para Kalona. —Não me admira que ela não o perdoe. Você é cruel e sem coração e simplesmente mau.
   
—Quando você voltar para o mundo, fique longe de mim. Você estará fora de seu reino, então, e Nyx não irá correndo para salvar você,— ele disse.
   
—Quanto mais longe eu estiver de você, melhor.
   
Kalona estendeu suas asas abertas, mas antes que ele pudesse ir para o céu, gavinhas da Escuridão, pegajosas e afiadas, escorreram do lado escuro da arena e o breu disfarçado manchou sob seus pés. Enquanto ele olhava para mim, elas enrolaram em seu corpo, cortando sua carne. Segmento por segmento elas cortaram-no, cobriram-no, até que ele não era nada além de escuridão se contorcendo, sangue e olhos de cor âmbar. Então os tentáculos atingiram os olhos, mergulhando dentro deles. Eu gritei de horror enquanto eles arrancaram algo que era tão brilhante e reluzente de dentro dele que eu tive que fechar os olhos contra o seu brilho. Quando os abri novamente o corpo de Kalona tinha desaparecido juntamente com a arena, e Stark e eu estávamos dentro do bosque.

Queimada- The house of nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora