Sete

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Stevie Rae
   

   
— Dallas me contou que Neferet levou o corpo sem espírito de Kalona até o Alto Conselho.
   
— Quem é Dallas? — Rephaim perguntou.
   
— É só um cara que eu conheço. Então parece que Neferet traiu Kalona embora eles estivessem juntos e tudo mais.
   
—Neferet seduz meu pai e finge ser sua companheira. Mas ela só liga pra ela mesma, onde ele é preenchido com raiva, ela é preenchida de ódio. O ódio é um aliado mais perigoso. —Então você acha que Neferet trairia Kalona para se salvar?— Stevie Rae perguntou.
   
—Eu tenho certeza que ela trairia qualquer um para se salvar.
   
—O que ela ganha traindo Kalona, especialmente se ele está todo desalmado e etc?
   
— Levando-o até o Alto Conselho, ela elimina as suspeitas sobre ela.— Ele disse.
   
—Sim, faz sentido. Eu sei que ela quer a Zoey morta. E ela não liga para o Heath e tudo mais. Na verdade, Neferet ficou feliz, que vendo o fato de que Kalona matou Heath e que mesmo Zoey jogando o poder do espírito nele, não foi capaz de matá-lo e que isso despedaçou o seu espírito. Aparentemente, o que é só uma prévia para a morte.
   
Os olhos de Rephaim de repente se fixaram nos dela. —Zoey atacou meu pai com o poder do espírito?
   
—Sim, foi o que Dragon e Lenobia me disseram.
   
—Então ele foi gravemente ferido.— Rephaim desviou o olhar e não disse mais nada.
   
—Hey, você tem que me contar o que sabe.— Stevie Rae disse honestamente. Quando ele não respondeu, ela ignorou e continuou. —Bem, a verdade é que eu vim aqui essa noite pronta para forçar você a falar para mim sobre seu pai e o Outromundo. Mas agora que eu estou aqui, conversando com você, eu não quero te forçar.— Hesitantemente, ela tocou o seu braço. Seu corpo fez um movimento abrupto quando os dedos dela encontraram sua pele, mas ele não se esquivou.
   
—Eu não tenho nenhuma razão para querer ver sua amiga morta. Mas você realmente deseja ver meu pai prejudicado.
   
Stevie Rae soltou um longo suspiro. —E o que tem isso, o que tem a ver o que eu desejo? E se eu te disser que só quero que Kalona nos deixe em paz?
   
—Eu não sei se isso algum dia será possível. —Rephaim disse.
   
—Mas eu posso desejar isso. Nesse momento, Zoey e kalona estão sem seus espíritos. Agora, eu sei o que seu pai é um imortal. Mas não pode ser uma boa coisa o corpo dele ser só uma casca.
   
—Não, isso não é uma boa coisa.
   
—Então vamos trabalhar juntos para ver se conseguimos trazer ambos de volta e lidar com o que acontece depois quando o depois realmente chegar.
   
—Eu posso concordar com isso. —Ele disse.
   
—Legal.— Ela apertou o braço dele antes de tirar suas mãos. —Você disse que Kalona se feriu. O que você quis dizer com isso?
   
—O corpo dele não pode ser morto, mas se o espírito dele for danificado, seu corpo estará fisicamente fragilizado. Foi assim que A-ya conseguiu o prender. Seu espírito estava tão cego com as emoções por ela que isso o confundiu e fragilizou e o corpo dele se tornou vulnerável.
   
—E foi como Neferet conseguiu jogá-lo em frente ao Alto Conselho.— Stevie Rae disse. —Zoey machucou o seu espírito, então o corpo dele estava vulnerável.
   
—Tem que ter mais coisa aí do que isso.— A menos que ele tenha sido —hipnotizado, — assim como A-ya fez com ele dentro da terra. Meu pai teria começado a se recompor instantaneamente. Tão logo ele esteja livre, pode curar seu espírito.
   
—Bem, obviamente Neferet o hipnotizou antes de prendê-lo. Ela é tão perigosamente má, que provavelmente o arrasou aquele medonho poder do mal que ela sustenta em si e então...
   
—É isso! Ele levantou em excitamento. Então fez uma careta de dor pela asa. Friccionado seu braço ferido, ele sentou novamente, guardando o braço contra o corpo. —Ela continuou o ataque ao seu espírito. Neferet é a Tsi Sgili. É usando forças obscuras no mundo espiritual que ela ganha poder.
   
—Ela matou Shekinah sem nem mesmo tocá-la.— Stevie Rae lembrou.
   
—Neferet tocou na Alta Sacerdotisa, mas sem usar as mãos. Ela manipulou os fios da morte dos quais ela é responsável, com os sacrifícios que ela fez a as promessas que tem de manter. Esse foi o poder que matou Shekinah e é esse o poder que ela exerce contra o espírito ainda fragilizado de meu pai.
   
—Mas o que ela está fazendo com ele?
   
—Mantendo seu corpo preso e usando o seu espírito para suas próprias maldades.
   
—O que a faz parecer uma pessoa boa aos olhos do Alto Conselho. Eu aposto que ela está toda : —Ah, pobre Zoey— e —Eu não sei o que Kalona estava pensando.—
   
—A Tsi Sgili é muito poderosa. Por que ela estaria fingindo tanto para o Alto Conselho?
   
—Porque Neferet não quer que todos saibam o quanto maldosa ela é, pois ela quer governar o mundo todo. Ela provavelmente ainda não está pronta para ter o Alto Conselho e o mundo todo aos seus pés. Ainda. Então ela não pode deixar ninguém saber que ela gosta da ideia de ver Zoey morta, mesmo que ela esteja transbordando felicidade.
   
—Mas meu pai não queria Zoey morta. Ele simplesmente queria a possuir.
   
Stevie Rae olhou para ele. —Alguns de nós pensam que ser possuído contra nossa vontade é pior do que morrer.
   
Ele bufou. —Você quer dizer como ter um imprint com alguém sem querer?
   
Stevie rae franziu a testa para ele. —Não, não foi o que eu quis dizer.
   
Ele bufou novamente.
   
Ainda franzindo a testa, ela continuou. —Mas o que você está dizendo é que Kalona não tinha a intenção de fazer o que fez a Heath para causar o destruimento da alma de Zoey?
   
—Não, porque isso provavelmente causaria a morte dela.
   
—Provavelmente?— Stevie Rae analisou as palavras. —Isso significa que não é cem por cento garantido que Zoey vai morrer. Porque é isso que os vampiros estão dizendo.
   
—Os vampiros não estão pensando com mente de um imortal. Nem toda morte é certa como os humanos acreditam. Zoey vai morrer se o espírito dela não retornar para o corpo, mas não é impossível o espírito dela se tornar inteiro novamente. É difícil, sim. E ela precisará de um guia e um protetor no Outromundo, mas...
   
As palavras dele congelaram e Stevie Rae viu seus olhos paralisarem.
   
—O que?
   
—Neferet está usando meu pai para assegurar que Zoey não retorne. Ela —prendeu— seu corpo enquanto ele estava ferido comandou seu espírito para poder controlar o Outromundo.
   
—Mas você disse que Kalona foi expulso do Outromundo. Como ele poderia voltar lá?
   
—O corpo dele foi banido.
   
—E o corpo dele ainda está nesse mundo. Foi o espírito dele que retornou. Stevie Rae concluiu.
   
—Sim! Neferet o forçou a voltar. Eu conheço bem meu pai. Ele tem muito orgulho. Ele só retornaria se a própria Deusa o pedisse para fazer isso.
   
—Como você tem tanta certeza disso? Talvez ele tenha ido atrás de Zoey, porque finalmente percebeu que ela nunca seria dele, e como um medonho perseguidor psicótico, ele preferiu vê-la morta à com outro alguém. Isso pode ter o aborrecido bastante para que seu orgulho desaparecesse.
   
Rephaim balançou a cabeça. —Meu pai nunca acreditaria que Zoey não o fosse escolher. A-ya o escolheu e parte da virgem ainda vive dentro do espírito de Zoey.— Ele pausou e antes que Stevie Rae fizesse uma nova pergunta, continuou. —Mas eu sei como você pode estar segura. Se Neferet está o usando, ela vai ter meu pai guiado pela escuridão.
   
—Escuridão? Você quer dizer o oposto de luz?
   
—De um jeito, é isso. É difícil dizer porque aquele tipo de pura maldade está sempre mudando, sempre envolvendo novas armadilhas. A escuridão de que falo é muito sensível. Achar alguém que perceba, note entidades do mundo espiritual é muito difícil. Além disso, essa pessoas deve ser capaz de enxergar as armadilhas que Tsi Sgili fez para manipular meu pai se elas realmente estiverem lá.
   
—Você pode sentir o mundo espiritual.
   
—Eu posso.— Ele disse, encontrando os olhos dela, sem gaguejar. —Você gostaria que
eu fosse até o Alto Conselho?
   
Stevie Rae mordeu o lábio inferior. Ela gostaria? Seria como dar a vida de Rephaim por Zoey e talvez até mesmo a dela porque ela teria que ir com ele e não teria jeito de contar aos mega poderosos vampiros do Alto Conselho que eles tiveram um imprint. Ela morreria por Zoey. Claro que sim. Mas seria bom se ela não tivesse que fazer isso. Além disse, Zoey não gostaria que ela fizesse. Mas Zoey também não ia gostar de saber que ela tinha salvado e tido um imprint com um corvo. Droga. Ninguém gostaria disso. A Deusa sabia que nem mesmo ela queria isso. Bom, não na maior parte do tempo.
   
—Stevie Rae?
   
Ela se desligou de seus pensamentos secretos para ver Rephaim a encarando.
   
—Você gostaria que eu fosse até o Alto Conselho?— Ele repetiu, solenemente.
   
—Somente como última opção, e se você for, significa que eu vou também. E, droga, o Alto Conselho não acreditaria em nada do que você dissesse. Mas você disse que tudo que a gente precisa é de alguém que seja familiarizado o bastante para perceber as coisas espirituais, certo?
   
—Sim.
   
—Bem, tem um monte de vampiros poderosos no Alto Conselho. Algum deles deve ser capaz de fazer isso.
   
Ele balançou a cabeça para os lados. —É raro um vampiro conseguir sentir as forças obscuras que Tsi Sgili está exercendo. Essa é uma razão para que Neferet tenha conseguido manter esse segredo por tanto tempo. Ser capaz de identificar a escuridão escondida é um poder singular. Sentir toda essa maldade é muito difícil a menos que você esteja familiarizado com isso.
   
—Sim. Bem, o Alto Conselho tinha que saber de tudo isso. Um deles tem que ser capaz de fazer tudo isso.
   
Ela disse isso com um pouco mais de confiança do que realmente sentia. Todo mundo sabia que o Alto Conselho tinha sido escolhido por sua honra e integridade, o que não combina muito com escuridão. Ela limpou a garganta. —Ok. Bem, eu tenho que voltar para a House of Night e fazer uma ligação para Veneza.— Ela disse firmemente. Então os olhos dela se fixaram na asa quebrada com bandagens manchadas a cobrindo. —Você está sentindo muita dor, hein?
   
Ele assentiu.
   
—Ok, você já acabou de comer?
   
Ele assentiu.
   
Ela engoliu seco, lembrando-se da dor que aquelas bandagens cobriram na asa antes. —Eu preciso ir achar coisas de médico, infelizmente eles devem estar no escritório de segurança do guarda estúpido, o que significa que vou ter que apagar o cérebro de ervilha dele novamente.
   
—Você pode sentir que o cérebro dele é pequeno?
   
—Você viu como a calça dele estava com a cintura alta? Ninguém com menos de oitenta anos e com um cérebro grande veste uma calça do vovô que vai até as axilas. Cérebro de ervilha, só estou falando sobre isso.
   
Então, surpreendendo ambos, Rephaim deu uma gargalhada.
   
Eu gosto do som da risada dele. E antes de seu cérebro mandar a ordem para manter a
boca fechada, ela riu e disse, —Você deveria rir mais, é legal.
   
Rephaim não disse nada, mas Stevie Rae não pôde decifrar o olhar esquisito que ele deu a ela, ainda se sentindo um pouco inconfortável, ela saltou de seu banco na cozinha e disse, —Bem, eu vou pegar a caixa de primeiros socorros, consertar sua asa o melhor que eu puder, pegar comida pra você e depois voltar para a House of Night e fazer super ligações de longa distância. Espere aqui. Eu volto rápido.
   
—Eu preferiria ir com você.— ele disse. Ficando em pé cuidadosamente enquanto colocava o braço colado ao corpo.
   
—Provavelmente seria mais fácil pra você só esperar aqui.— ela disse.
   
—Sim, mas eu prefiro estar com você.— ele disse serenamente.
   
Stevie Rae sentiu um estranho balanço dentro dela com as palavras dele, mas sacudiu os ombros e disse, —Tá, faça o que quiser. Mas não fique reclamando se doer.
   
—Eu realmente não me queixo.— O olhar de orgulho masculino que ele deu para ela a fez começar a rir enquanto eles deixavam a cozinha. Lado a lado.

   
Stevie Rae
   

   
Dirigindo para casa, Stevie Rae deveria estar pensando sobre Zoey e elaborando seu plano de ataque. Mas isso era fácil. Ela ligaria para Aprhodite. Não importava as tragédias que estavam acontecendo. Aprhodite iria escutá-la. Principalmente porque tinha a ver com Zoey.
   
Então, já que o próximo passo do —Operação Zoey— já estava dado, a mente dela se abriu para pensar em Rephaim.
   
Relembrando que aquela merda de asa estava horrível, ela ainda sentia uma —dor fantasma— daquilo tudo passando por seus ombros e costas. Mesmo ela tendo achado um frasco de lidocaína e passado por todo o braço e asa dele, ela podia sentir fundo a dor da quebra. Rephaim não disse uma palavra durante todo o tempo. Ele virou a cabeça para o outro lado e um pouquinho antes dela tocar a asa, ele pediu, —Você poderia falar sobre coisas que você faz enquanto arruma isso?
—Quais coisas exatamente você está falando?— ela perguntou.
   
Ele olhou por cima dos ombros, e ela podia jurar que havia um sorriso nos olhos dele. —Você fala. Muito. Então vá em frente e faça isso. Isso vai me dar alguma coisa mas irritante do que a própria dor para pensar.
   
Ela pigarreou. Mas ele a fez sorrir. Ela falou durante todo o tempo em que consertava a asa quebrada. Na verdade, ela balbuciou coisas estranhas. Entretendo e o fazendo esquecer da dor. Quando ela finalmente terminou, ele a seguiu devagar e silenciosamente pela mansão abandonada e ela tentou fazer o armário mais confortável colocando cobertores que ela tinha roubado do museu.
   
—Você precisa ir. Não se preocupe com isso.— Ele pegou o último cobertor da mão dela e praticamente o jogou.
   
—Olha, a comida está bem aqui. São coisas gostosas. E lembre-se de beber bastante água e suco. Hidratar-se é bom, ela disse.— De repente sentindo-se preocupada por deixá-lo ali tão fraco e cansado.
   
—Eu vou.
—Bom. Ok. Vou embora.
   
Mas ela virou-se quando ele disse, —Você deveria falar com sua mãe.
   
Ela parou como se estivesse esbarrado em John Deere. —Porque diabos você está dizendo alguma coisa sobre minha mãe?
   
Ele piscou algumas vezes, como se ela tivesse o confundido, pausou, e finalmente respondeu com: —Você falou sobre ela enquanto arrumava minha asa. Você não se lembra?
   
—Não. Sim. Eu acho que não estava prestando muita atenção nas coisas que estava falando. Eu simplesmente mexia minha boca enquanto fazia meu trabalho.
   
—Eu ouvia você ao invés da dor.
   
—Oh.— Stevie Rae não tinha mais nada para dizer.
—Você disse que ela acredita que você está morta. Eu só...— Ele parou e pensou. Parecendo que estava tentando decifrar uma língua desconhecida. —Eu só pensei que você deveria contar a ela que está viva. Ela gostaria de saber, não gostaria?
   
—Sim.
   
Eles se encararam antes dela fazer sua boca dizer: —Tchau, e não se esqueça de comer.
   
Então ela praticamente saiu correndo do museu.
   
—Porque me deixou tão maluca ele ter perguntado sobre a minha mãe?— Ela perguntou alto para si mesma.
   
Ela sabia a resposta, e não, ela não queria responder isso alto. Ele prestou mesmo atenção no que ela havia dito. Ele se preocupava com a saudade que ela sentia da mãe. Assim que estacionou na House of Night e saiu do carro de Zoey, ela percebeu que não era a preocupação dele que a deixou assustada. Era o como o interesse dele a fez se sentir. Ela se sentiu feliz com a preocupação dele. E Stevie rae sabia que era perigoso se sentir feliz quando um monstro se preocupa com você.
—Hey. Aí está você! Já era hora de voltar.— Disse Dallas praticamente aparecendo entre os arbustos na frente dela.
   
—Dallas, eu juro pela Deusa que vou te jogar todo o poder da terra se você não parar de me assustar.
   
—Bata em mim depois. Agora você tem que ir até a Câmara do Conselho. Porque Lenobia não está feliz com o seu sumiço.
   
Stevie Rae suspirou e seguiu Dallas escadas acima até a sala atrás da biblioteca que eles usavam como a Câmara do Conselho. Ela se apressou e então hesitou ao chegar a porta. A tensão no ar estava tão forte que era quase visível. A mesa era grande e redonda e parecia mais uma cantina de escola.
   
De um lado estavam Lenobia, Dragon, Erik e Kramisha. Do outro lado estavam os professores Vento, Garmy e Penthasilea. Eles pareciam estar no meio de uma discussão quando Dallas limpou a garganta e Lenobia olhou para eles.
   
—Stevie Rae! Finalmente. Eu sei que são tempos difíceis, e todos estão sobre muito stress, mas eu realmente apreciaria que da próxima vez que você saísse para ir a um parque ou qualquer outro lugar que você tenha ido, você comunicasse a alguém. Você está substituindo uma Alta Sacerdotisa. Lembre-se de agir como tal.
   
A voz de Lenobia estava tão áspera que Stevie Rae automaticamente se irritou. Ela estava abrindo a boca para dizer a Senhora dos cavalos que ela não era sua chefe e então deixar a porcaria da sala a fazer sua ligação para Veneza. Mas ela não era mais uma caloura e afastando-se do grupo de vampiros que se preocupavam com Zoey, bom pelo menos alguns deles, não iria ajudar.
   
Comece como você gostaria de terminar. Ela podia quase ouvir a voz de sua mãe.
   
Então ao invés de jogar tudo para o ar e sumir, Stevie Rae entrou na sala e sentou em uma das cadeiras que ficava entre os dois grupos. Quando ela falou, não se deixou parecer irritada. Na verdade, ela tentou ao máximo imitar o jeito que sua mãe soava quando realmente ficava desapontada.
   
—Lenobia, meu poder é com a terra. O que significa que às vezes eu tenho que me afastar de todo mundo e somente estar eu e ela. É como eu consigo pensar e nesse momento todos nós precisamos pensar. Então, eu vou sumir de vez em quando para isso, com o sem permissão. E eu não estou substituindo uma Alta Sacerdotisa. Eu sou a primeira e única vampira vermelha e Alta Sacerdotisa no mundo inteiro. É uma coisa nova, então eu acho que algumas regras vêm junto com isso, você sabe. Eu talvez tenha que me acostumar com todo esse negócio de Alta Sacerdotisa Vermelha.
   
Ela virou para o outro lado e disse: —Olá, Professora P, Garmy e Vento. Eu não os vejo há um bom tempo.
   
Os três professores deram —olá,— e ela ignorou o fato de que eles estavam olhando para suas tatuagens vermelhas como se fosse um projeto fracassado numa feria de ciências.
   
Então, Dallas disse que Neferet levou o corpo sem espírito de Kalona até o Alto Conselho e parece que sua alma também se quebrou.— Stevie Rae disse.
   
—Sim, alguns de nós ainda não acreditam nisso.— Professora P disse, dando um olhar para Lenobia.
   
—Kalona não é Erebus!— Lenobia explodiu. —Assim como todos nós sabemos que Neferet não é a reencarnação de Nyx na terra! Isso tudo é tão ridículo!
   
—O Conselho disse que a Profetisa Aprhodite confirmou que alma de Kalona se quebrou assim como a de Zoey.— disse o Professor Garmy.
   
—Espera aí.— Stevie Rae estendeu as mãos obviamente parando o direito de falar que iria para Kramisha. —Você disse Aprhodite e Profetisa junto?
   
—É assim que o Alto Conselho a chama.— Erik disse secamente. —Embora nenhum de nós gostaria de chamá-la assim.
   
Stevie Rae arqueou as sobrancelhas para ele. —Sério? Eu gostaria. Zoey gostaria. E você deveria. Não muito alto. Mas você acompanhou as visões dela. Mais de uma vez. Eu tive um imprint com ela. Não que eu tenha gostado disso, mas eu posso te dizer que ela definitivamente foi tocada por Nyx e sabe de muita coisa. Muita coisa mesmo.
   
Ela olhou para o professor Garmy: —Aprhodite pode sentir o espírito de Kalona?
   
—É o que o Alto Conselho acredita.
   
Stevie Rae deu um longo suspiro de alívio. —Essas são as melhores notícias que eu ouvi em dias.— Ela olhou para o relógio e começou a contar sete horas a mais para Veneza. Era quase dez e meia da noite em Tulsa, o que significa que provavelmente lá estaria amanhecendo. —Eu preciso de um telefone. Tenho que ligar para Aprhodite. Merda! Eu deixei meu celular no quarto.— Ela começou a se levantar.
   
—Stevie Rae, o que você está fazendo?— Dragon perguntou e todos olharam para ela.
   
Ela hesitou o bastante para olhar de volta para a sala e o relógio. —Que tal se eu te falar sobre o que não estou fazendo? Eu não sentar aqui e ficar pensando em quem Kalona é, em quem Neferet não é. Zoey precisa de ajuda. Eu não vou deixar de ajudá-la. E eu não vou deixar vocês me colocarem numa briga estranha entre professores.— Ela encontrou os olhos em Kramisha. —Você acredita que sou sua Alta Sacerdotisa?
   
—Sim.— Ela disse sem hesitar.
   
—Legal. Então venha comigo. Você está perdendo tempo aqui. Dallas?
   
—Como sempre, com você, garota.
   
Stevie Rae olhou de vampiro em vampiro. —Vocês todos têm que ficar juntos. Aqui está o que a Alta Sacerdotisa disse e que vocês têm que espalhar para a toda escola: Zoey não está morta. Eu conheço a morte. Eu estive lá.— Stevie Rae virou-se de costas para a sala e com seus calouros, saiu finalmente de lá.

Queimada- The house of nigthOnde histórias criam vida. Descubra agora