Aquela Rua

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Boa leitura 😉

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eu resolvi fazer esse capítulo sem POV, espero que gostem :)

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A luz entrava pelas frestas da persiana do quarto de uma Katherine enrolada nos lençóis da cama que se espreguiçou, olhou diretamente para o teto do quarto e suspirou. A ruiva sentia-se leve e todos os seus pensamentos foram de encontro a dominique e ela sorriu de forma apaixonada, o que aquela baixinha fazia com o coração dela, pensou Kat. A atriz levantou-se da cama, abriu a janela para deixar o quarto respirar e depois de ouvir o seu estômago fazer barulho, rumou para a cozinha no intuito de preparar a primeira refeição do dia.

Depois de uma bela chávena de chá e uma sandes simples, Katherine resolve ler um livro que estava esquecido em cima da sua mesinha enquanto ouvia o som da televisão no mínimo que, de certa forma, funcionou como barulho de fundo. Ela já estava a meio do livro quando sentiu um aperto no seu coração, ela já tinha sentido aquilo antes, ela sabia que sim, e isso fê-la lembrar de Dominique e da noite em que ela recebeu aquele vídeo. Kat correu para o seu quarto e adentrou a casa de banho rapidamente para deitar fora o que tinha ingerido naquela manhã. Ela não percebeu quando começou, mas estava a chorar agarrada à sanita branca e gélida.

Horas pareciam ter passado quando ela finalmente saiu daquele compartimento e seguiu para a porta do quarto que um dia seria da sua filha se ela não a tivesse perdido e a atriz encostou a sua testa à porta daquele pequeno cantinho que continha tanto amor assim como sofrimento. Minutos depois, um pequeno beijo foi deixado naquela mesma porta e um "amo-te muito filha" escorregou dos lábios de Katherine, seguido de mais lágrimas a serem limpas das bochechas agora rosadas da mulher. A ruiva praticamente arrastou-se para o seu quarto onde vasculhou até encontrar o seu telemóvel que, por alguma razão, estava descarregado. Colocou-o à carga o mais rápido possível, clicou no botão para o ligar e agora esperava impaciente. Mordia as unhas já curtas em nervosismo que apareceu de algum lugar e as palmas das suas mãos suavam. Quando o aparelho finalmente piscou, ela conseguiu ver que uma mensagem tinha sido enviada pelo seu pequeno anjo. Algo dentro dela encolheu ou pareceu ser esmagado e ela estava com medo de clicar na notificação para ver o que a sua amada lhe tinha deixado. Talvez ela só estava a ter uma reação um pouco fora do normal, provavelmente era só uma mensagem de Dominique a dizer que tinha chegado bem, certo? Ela não tinha com que se preocupar porque ela obviamente estava sã e salva e a esta hora estaria com a sua mãe e o resto da família para passarem um tempo juntos, assim como a morena lhe tinha dito, certo?

Errado. Completamente errado.

Ao clicar no pequeno ícone das mensagens e de seguida o nome da sua namorada, Katherine sentiu o seu coração apertar ainda mais, se isso era possível, e os seus olhos encheram-se de lágrimas outra vez. "Carolina. St" foram as únicas duas coisas que foram enviadas da parte de Dominique e Kat sabia, ela sabia quem estava detrás do que quer que fosse que tinha acontecido com a mulher da sua vida.

Ray. E certamente ele calculou tudo isto da maneira mais mesquinha possível.

Aquela rua fazia-a voltar no tempo, mais precisamente na altura em que ela descobriu que tinha uma pequena semente dentro dela. Ela e o Ray tinham começado a procurar casas novas para que se pudessem mudar e ter um espaço maior para o rebentinho que viria. Depois de muita procura e já quase no fim da gestação, eles tinham encontrado o lugar perfeito, uma casa em frente a um pequeno jardim onde a criança poderia brincar e uma casa espaçosa. Uma coisa que destacou aquela moradia foi a rua existente uma curva antes dali, Carolina. St, pois eles ainda não tinham um nome escolhido para dar à criança. Um dos nomes que eles mais debateram sobre foi Ashley, porém ao Katherine ver aquela placa, ela realmente considerou chamar a criança de Carolina, mas por alguma razão Ray não achou piada à ideia e a menina acabou por ficar com o nome que já tinham discutido sobre. E depois ela foi colocada e retirada dos braços de Katherine num suspiro e tudo se tornou cinzento. Ela acabou por desistir da ideia da casa e montou um quarto na sua casa com a mobília e as coisas que já tinham sido adquiridas para serem colocadas na nova casa para onde eles iriam depois de ter a menina, o que nunca aconteceu.

A ruiva não precisava pensar muito para saber que sim, Ray estava por trás daquilo e Dominique provavelmente estava nas mãos dele naquela casa. A culpa escalou a sua garganta para depois ser expelida na forma de um líquido amarelado. Ele sabia que aquela placa era chamativa e que Dominique a tentaria informar de alguma forma do que se passava e a placa seria uma ponto de partida. O objetivo de tudo isto é exatamente isso, Katherine pensou, ela iria lá e ele mataria Dominique na sua frente, para que ela sofresse e ele lhe mostrasse da sua maneira doente e distorcida que ela pertencia com ele. Ela não podia jogar o jogo daquele monstro, a vida da sua namorada estava em jogo e neste momento a atriz precisava acalmar-se e pensar numa solução.

Depois de jogar água gelada contra a própria face e respirar durante alguns minutos, ela seguiu para a sala e começou a andar de um lado para o outro enquanto tentava pensar no que fazer de seguida. E foi aí que ela se lembrou do seu amigo de infância, Rodrick. Eles conheciam-se desde a altura da escola e ela considerava-o um irmão. Hoje em dia já não tinha tanto tempo para colocarem a conversa em dia e a última vez que se viram foi no casamento dele com Paul, há 5 meses atrás. Eles namorávam desde a faculdade e o casamento foi sinceramente uma das coisas mais lindas que a ruiva já tinha visto.

Rodrick trabalhava no FBI, Katherine nunca percebeu que tipo de cargo ele tinha lá dentro, mas ela sabia que era alto. A atriz decidiu ligar-lhe e rezar para que ele pudesse atender e possam conversar sobre o assunto e planearem uma maneira de salvarem Dominique de forma que ela saia ilesa. O telemóvel tocou, tocou, tocou e tocou e a ruiva já sentia as lágrimas a chegarem-lhe aos olhos quando finalmente ouviu a voz do homem.

– Alô Kat, saudades.

– Rodrick, por favor vem a minha casa.

– Okay sis, estou a caminho.




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e aqui está mais um capítulo desta história que eu tanto amo e já está quase quase no fim :(

eu sei, eu sei, eu demorei imenso tempo desta vez, mas não tenho estado num bom headspace e para além disso, estava com um bloqueio enorme.

eu não vou prometer, mas tenciono voltar em breve. eu ainda não acredito que está a chegar ao fim.

ps: chegámos a 8k e eu to MUITO FELIZ MEU DEUS MANOOOOOO.

- isabel

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