1| let's play something.

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— Lucas, posso falar com você por um minuto? – Max chamou o namorado.

— Claro. – ele sorriu e acompanhou a ruiva para fora da casa dos Byers.

Sábado, 22 de março de 1986. Todo o grupo estava reunido lá para uma festa. Era o aniversário do Will, e é claro que eles não poderiam deixar aquele evento passar. Joyce e Jonathan andavam para todos os lados da casa para supervisionar o que acontecia. Afinal, estamos falando de adolescentes com hormônios à flor da pele, todos juntos em uma residência só.

Max era uma desses adolescentes. Ela estava começando a desenvolver sentimentos que geralmente surgem na adolescência, desejos que ela nunca tinha sentido antes por garotos. Ou por garotas. E ver sua melhor amiga tão feliz, sorridente, dançando e se divertindo naquela festa trouxe de repente sensações que ela temia nunca ter sentido por seu namorado, que aliás estava bem ali na sua frente.

Ela não sabia se tinha coragem o suficiente para contar a Lucas o que estava acontecendo, não sabia se ele iria surtar ou até mesmo resolver nunca mais olhar na cara dela. Mas ela conhecia o Sinclair até bem demais para ter esses pensamentos negativos sobre a situação.

— O que queria falar, boneca? – Lucas tentou um apelido novo.

— Não me chame assim, parece um pedófilo falando! – Max reclamou, o que causou a risada de Lucas.

— Okay, agora é sério. O que queria me contar?

Max mordeu o lábio inferior, insegura. Paranóias rondavam a sua cabeça e os mesmos pensamentos negativos voltaram.

— Hey – Lucas pegou na mão que Max nem havia percebido que tremia. — Qualquer coisa que seja, você sabe que pode me contar.

— Não sei, isso foi uma má ideia. – ela se preparou para levantar, mas Lucas acariciou delicadamente sua mão, tentando mostrar seu apoio.

A ruiva respirou fundo e fechou os olhos com uma certa força, logo depois finalmente tirando de si as palavras que ela tanto escondia nesses meses.

— Eu acho que também gosto de meninas. – falou rápido, mas Lucas conseguiu entender muito bem. — Eu nem sei por que estou te contando isso. – desviou o olhar para o chão. — É que... eu não quero ser desse jeito. – ela continuou. — Jesus, o que há de errado comigo?

Lucas mantinha a boca entre-aberta o tempo inteiro, piscando os olhos várias vezes.

— Você está... bravo comigo? – ela arriscou.

Lucas continuou calado, olhando para o chão. Max já sentia lágrimas querendo se formar.

— Não estou bravo com você. – ele finalmente falou algo. Max suspirou aliviada. — Não tem por que eu ficar bravo, pra falar a verdade.

— Não? – ela estava surpresa. Sabia que Lucas não reagiria mal mas, até onde ela sabia, uma menina gostar de outra menina era pecado. Claro que Max não era muito religiosa, mas ela acreditava no que sua mãe e seu padrasto diziam.

— Max, eu sei que você pode achar que isso é errado, mas não é, tá? – Lucas segurou as duas mãos da garota. — Eu sempre vou estar ao seu lado, pro que der e vier.

— Obrigada, Stalker. – ela sorriu e o abraçou.

— Suponho que você esteja gostando de alguma menina, não?

— O-o quê? N-não. – suas bochechas coraram fortemente.

— Bem, pra você ter me dito aquilo, então você deve estar de olho em uma, estou mentindo? – eles saíram do abraço e se sentaram na calçada.

𝗂𝖼𝖿𝗍𝖿 | elmax, will byersOnde histórias criam vida. Descubra agora