Eleven tinha esquecido de fechar as cortinas da janela de seu quarto.
Como resultado, no momento em que o Sol apareceu no horizonte, ela foi surpreendida pela claridade batendo em seu rosto. El estava bastante cansada pela noite que teve; além do término com Mike, o melhor beijo que já tinha recebido (sim, ela admitia isso livremente) com Max, ela ainda passou o resto da noite (e uma boa parte da madrugada) conversando com Will sobre coisas aleatórias. Ela sentia que não tinha tanta proximidade e intimidade com ele se for comparar com os outros e queria mudar aquilo. Afinal, eles eram quase irmãos agora. E foi no meio desses assuntos aleatórios que Will saiu do armário pra ela. Ela já sabia pelo discurso que ouviu ele praticar antes, mas agora tinha certeza. Sem contar na sensação quentinha que ela sentiu ao redor do peito quando Will disse que confiava nela pra falar sobre aquilo abertamente.
Ela abriu um grande sorriso ao lembrar de tudo isso. A animação que ela sentiu quando as lembranças da noite anterior atingiram sua mente a fez esquecer da preguiça que ela sentiu anteriormente e de que teve poucas horas para dormir.
Depois de trocar o pijama por uma blusa rosa bebê com desenhos de morangos espalhados e um short jeans, escovar os dentes e arrumar a cama, a primeira coisa que a Hopper fez foi sair de seu quarto e ir direto na direção do telefone.
— Bom dia! – Joyce a cumprimentou com um sorriso assim que a viu passar pela cozinha, onde ela estava preparando o café da manhã. El devolveu o cumprimento. — Dormiu bem, querida?
— Sim, dormi. – ela sorriu de volta e discou os números no telefone. Antes de terminar, notou algo — Cadê meu pai?
— Hop ainda está dormindo. – a Byers explicou, virando a posição dos ovos. — Ele chegou pouco antes do amanhecer, precisa descansar.
El voltou a discar os números e pôs o objeto no ouvido.
— Ligando pra quem tão cedo?
— Pra Max – Eleven sorriu apenas por falar o nome da ruiva. — Tenho que falar uma coisa pra ela.
— Acho que ela ainda está dormindo, querida. – Joyce tirou os ovos da frigideira e os colocou dentro do pão posto em um prato na mesa de jantar. No momento em que ela disse isso, Max atendeu.
— Eu tô dormindo, vai embora! – El ouviu a voz irritada de Max pelo telefone e riu. Mayfield reconheceu a risada. — Eleven?
— Bom dia.
Joyce percebeu o sorriso bobo que sua enteada tinha no rosto e logo entendeu tudo. Balançou a cabeça enquanto arrumava a mesa, querendo rir.
— O que você quer? – Max tentou não soar grossa, mas sua irritação matinal automática não fez parecer assim.
— Você está brava comigo? – o sorriso de El sumiu, e preocupação tomou conta de seu rosto.
Joyce resolveu deixá-la à sós.
— Não estou brava com você, claro que não. Acho que isso é cientificamente impossível.
— Mas você soou meio... não sei... pareceu que estava brava.
Max respirou fundo pelo telefone.
— Olha, El, eu quero esclarecer algumas coisas.
Ela sabia que coisa boa não viria depois que Max falou aquilo.
— Eu pensei melhor quando cheguei em casa, e não acho que isso seja certo.
— O quê não é certo? – perguntou El já um pouco sem paciência. Ela não queria que aquilo estivesse acontecendo.
— Nós. – respondeu Max. — E não quero dizer que é porque somos duas meninas, porque isso não tem nada a ver e eu gosto de você de verdade, sério. O que é errado é que eu te fiz trair o seu namorado. E também te fiz terminar com ele.
— Você não me fez fazer nada, eu que concordei. Se quer culpar alguém, culpe a mim.
— Eu só queria te animar, não sabia que iria causar uma discussão entre você e Mike.
Uma parte daquilo era verdade; Max queria sim animar El, mas também sabia que algo de ruim aconteceria no namoro dos dois. Ela estava se sentindo culpada por ter sido o motivo do término do casalzinho amados por todos. Menos por ela.
— Você não causou uma discussão entre nós, Max. – disse El. — Nós tivemos uma conversa muito séria e resolvemos tudo que tínhamos que resolver, você não tem que se sentir culpada por nada!
— Sinto muito, El. Mas eu não posso fazer isso.
E ela desligou.
Eleven não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Max realmente achava que estava atrapalhando alguma coisa? Que ela era culpada de alguma coisa? Não é possivel! Porém ela não deixaria aquilo acabar, não. Ela lutaria por aquilo, por elas. Eleven sabia que aquele possível relacionamento tinha um futuro promissor, e não deixaria o que Max disse atrapalhar o que era destinado a ser. Ela não acreditava muito no destino ou nessas coisas de filmes de romance, entretanto, naquele exato momento, ela pôde acreditar em qualquer coisa que pudesse explicar todas aquelas sensações diferentes e novas que ela sentia quando estava ao lado da ruiva.
Eleven sentiu algo diferente naquele beijo e queria respostas, e aparentemente Max não seria a pessoa que as lhe daria. E, pelo visto, havia apenas uma pessoa que poderia ajudá-la com aquela situação. Robin Buckley.
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𝗂𝖼𝖿𝗍𝖿 | elmax, will byers
Fanfiction𝐒𝐇𝐎𝐑𝐓𝐅𝐈𝐂 | 1986. O aniversário de Will naquele ano foi provavelmente o melhor dia da vida de Max Mayfield. William Byers não poderia estar mais feliz após finalmente falar a verdade sobre si mesmo para sua família. [I can't fight this feelin...