A Sannin Renegada

Colar

Nana saiu do quarto sentindo o cheiro de bacon e assim que entrou na cozinha viu Kakashi quase dormindo em pé.

- Não dormiu? — Kakashi arregalou os olhos e olhou por cima do ombro encontrando a mãe.

- Não. Não consegui. — Nana se aproximou dele e tocou a testa do filho que desmoronou em seus braços.

- Eu cuido das suas tarefas hoje. — Nana sussurrou levando o maior para o quarto dele e o deitou na cama puxando o cobertor para o cobrir em seguida. Sua mão foi segurada com força e ela beijou a testa de Kakashi. — Tudo bem, mamãe está aqui.

Após 38 minutos contados no relógio por Nana, Kakashi soltou a mão da mãe e ela saiu do quarto indo até a cozinha. Um sorriso satisfeito preencheu seu rosto ao ver que seu clone havia terminado de fritar as três fatias de bacon e guardou o resto dos itens não utilizados.

Nana comeu as três fatias e saiu de casa em silêncio indo para o centro da aldeia. Desta vez ela vestia um macacão preto com a sua bandana com o risco de nukenin amarrada em sua cintura. Seus fios brancos estavam soltos em suas costas e o colar de redemoinho com o sangue do selamento de Tobirama enfeita seu pescoço.

Nana andou mais alguns metros até chegar em frente ao prédio da Hokage e olhou para a estrutura em sua frente antes de soltar um suspiro. Ela odiava Konoha pelas memórias que possuía, com Tobirama e Sakumo. Ela odiava Konoha por suas lutar internas sem a resoluções de pessoas com a consciência sã.

- Você. — Ela ergueu a cabeça sem perceber que encarava o chão e em sua frente viu o trio que Tsunade tanto paparicou quando estavam a sós.

- Time 7, certo? Naruto, Sasuke e Sakura? — Ela questionou com uma expressão neutra.

- O que está fazendo aqui? Eu jurei que iria chegar o dia em que mataria você. — Sasuke falou lançando um grupo de seis shurikens em direção a Nana que ficou imóvel e antes que pudesse atingi-la os objetos cortantes foram derrubados no chão.— Shisui?!

- O que está fazendo, Sasuke? — O Uchiha questionou com a expressão séria e o Uchiha mais novo desviou o olhar. — Seu irmão está te procurando.

- Fico feliz que esteja lidando perfeitamente com situações assim. — Shisui olhou para Nana que desativou o Sharingan. — Percebeu que a paz nem sempre é a opção?

- Foi um impulso, sensei. — Naruto e Sakura, que estavam em choque pela atitude de Sasuke, arregalaram os olhos e gritaram 'O que?! Sensei?!' juntos. Ato que chamou a atenção dos mais velhos. — Kakashi deve estar esperando vocês para treinarem, não é?

- Não, ele está de folga. Eu estou no lugar dele. — Nana falou e abriu um sorriso gentil. — Você quer participar do treinamento? Pode servir de exemplo para eles.

- Tudo bem, vai ser fácil.

19h PM

- Meus ossos doem. — Naruto se deixou cair no chão e foi seguido por Sasuke e Sakura. Shisui estava ofegante mas ainda em pé e Nana os olhava de braços cruzados.

- Péssimos. Como pretendem vencer caso entremos em guerra um dia? — A Senju questionou os olhando.

- Kakashi-sensei não é tão bruto, vovó. — Naruto falou e Nana ergueu a sobrancelha e por um segundo Shisui pode ver um brilho familiar no rosto dela.

- Estão dispensados, Kakashi voltará amanhã. — Nana se afastou caminhando até a saída do campo de treinamento e Shisui a seguiu.

- Eu vi. — Ele falou sorrindo e ela o olhou de canto. Shisui agora era um homem maior que ela, provavelmente estava com a altura de Kakashi. — O jeito que olhou pra eles.

- Sabe... — Nana sussurrou e sorriu para Shisui. — Você se superou, Shisui. Parabéns.

- Obrigado, sensei. — Shisui não insistiu no assunto, sabia que ela estava agindo assim pois não gostava de falar sobre o que sentia, com ninguém.

- Vá tomar um banho, está fedido. — Ela parou de andar colocando a mão no ombro dele e deu dois tapinhas. — Amanhã quer treinar?

- Se estiver com a agenda livre. — Shisui se despediu de sua mestra com um abraço e seguiu para sua casa. Graças ao massacre cometido por Nana a ala Uchiha voltou a fazer parte da aldeia, alguns jovens se mudaram para o centro de Konoha enquanto outros permaneceram presos em sua solidão.

Nana voltou para o campo de treinamento vendo que as três crianças dormiam profundamente pelo cansaço e fez dois clones que levaram Sasuke e Sakura para a porta se suas casas, onde ela bateu no objeto de madeira e desapareceu antes que fosse vista. Principalmente por Mikoto.

Já Naruto ela levou pessoalmente e quando estava prestes a sair ela notou a ausência de alguns retratos, principalmente de Kushina e Minato.

- Então ele ainda não sabe? — Ela sussurrou saindo da casa e fechou a porta.

Ela andou por alguns minutos sem um lugar em mente para ir até sentir uma luz forte em seu rosto e isso a fez olhar para cima encontrando um Ichiraku movimentado.

Nana se aproximou do balcão e sentou em um dos bancos vazios enquanto as mesas do lado de fora estavam cheias de pessoas animadas.

- Nana-sama! — Ayame, filha de Teuchi, dono do Ichiraku, falou surpresa ao vê-la.

- Ora, se não é a pequena Ayame! — A Senju sorriu. — Como você e seu pai estão?

Uma conversa entre as duas se iniciou e quando já estava no horário de fechamento, as 22h, Nana deixou uma boa gorjeta e soltou um suspiro indo até sua casa. Sua mente estava barulhenta como sempre e sentia que precisava urgente desliga-la.

- Então é verdade? A quarta sannin voltou para casa. — Nana parou de andar ao ouvir a voz familiar de Jiraiya e se virou rapidamente encontrando o maior com um sorriso no rosto. — Yo, Nana, quanto tempo.

- Jiraiya... — Ela sussurrou e quando percebeu seus pés a fizeram correr até o maior que a abraçou com força.

- Bem vinda de volta. — Jiraiya sussurrou sentindo os braços pequenos ao redor de seu corpo e ele sorriu.

- É bom estar de volta. — Jiraiya segurou o rosto dela a observando atentamente.

- Por que parece que está pensando demais? — Nana desviou os olhos carmesim e ele a soltou lentamente. — Não se torture.

- Não estou.

-

Mentirosa. Eu sei no que está pensando. — Jiraiya sussurrou se aproximando e viu Nana segurar seu colar com força. — Tudo lembra todos que perdeu.

- Só preciso me acostumar novamente. Consegui isso antes, consigo agora novamente. — Ela deu um passo se afastando e soltou o colar com medo de quebrar. — Eu tenho que ir...

- Eu andei pesquisando sobre esse colar. — Nana o olha surpresa. — Tsuna sabe para que ele serve?