Anjos

Capítulo 2

     — Então quer dizer que você encontrará com o fofinho que você sempre espia? — Karoline, minha irmã diz no meio de toda a bagunça de nossa ala, irei em menos de uma semana e não consegui ao menos separar as armas que levarei comigo.

     — Você diz como se eu fosse uma demônia psicopata atrás do garoto só porquê ele é bonito. — digo pegando minha lança mais afiada e admirando seu brilho.

     — Claro que eu nunca pensaria isso de você, — ela me diz com um olhar assustado. — mas não está sendo emocionante finalmente ir ao lugar que tanto nos intriga? — agora seu olhar possui aquele brilho empolgado de toda vez que ela pensa na habitão dos humanos.

     — Com certeza, mas eu sei minha missão e não tenho tempo para falhas. — e eu realmente não tenho, 6 meses é muito pouco para mudar os pensamentos de alguém.

    — Uma palavra, duas sílabas: cha-to, qual é, o cara é um gato, um deus grego, e olha que eu já conheci o Hércules. — diz enquanto morde o lábio inferior como se lembrasse de alguma coisa.

     — Você é a prova perfeita de que anjos não são seres tão angelicais quanto todos dizem. — digo parando de dobrar algumas peças no meio daquela zona para olhar para ela.

     — Fala sério, nós fomos criadas para sermos perfeitas mas, às vezes, eu só queria ser como eles, amar, sonhar coisas boas, passar por decepções, alegrias e tristezas moldam o caráter dessas pessoas o tempo todo e nós nunca passaremos por isso porque temos que viver uma sub vida medíocre aqui. O que eu mais gostaria era conhecer alguém diferente de mim, que me apresentasse um novo mundo, me fizesse sentir as famosas borboletas no estômago... — a áurea dela após idealizar todo o momento com um alguém fictício irradia por todo o espaço

     — Você admira a história deles dois, não?

     — Você não?

     — Não acredito que tenha acabado tão bem para ambos. — digo com pesar, sinto falta dela.

     — Você acha que é por isso que ele não nos deixa ir à Terra? Por causa dela? Afinal de contas, somos anjos da guarda, é, no mínimo, estranho. — a tensão no ar já é palpável

     — Bom, eu não sei, a única coisa que tenho certeza é que vou sentir falta de uma coisinha chata me aborrecendo todos os dias. — agora olho para ela com um meio sorriso no rosto.

     — E eu vou sentir falta de roubar todos os seus doces porque os meus não são suficientes. — diz ela fingindo tristeza.

     — Eu te amo, não esquece, okay? — digo a abraçando de lado.

     — Eu também, mais que tudo. — diz ela se deixando ser envolvida pelo meu abraço.

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