Capítulo 04

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— Sim, pra onde mais eu iria ?

Questionou a ela ao se virar de encontro a mesma, a qual fez logo questão de agarrar sua mão na intenção de ir embora, antes de cruzarem as árvores que separaram onde estamos acampados daqui, Yifan olhou a mim uma última vez. Sozinha no local permaneci por um tempo mais, não iria mesmo seguir eles evitando que pense que estou interessada no que vão fazer, apenas depois de breves minutos retornei encontrando todos já em suas barracas e, pelo visto ele não estaria sozinho na dele.

Já na minha barraca retornado a leitura do livro, lembrei do seu corpo próximo ao meu, aquela respiração quente contra minha pele, precisei bater mil vezes o livro na testa afastando essas cenas dos meus pensamentos.

(...)

Acordei sentindo cócegas em meu rosto, levando a mão no nariz coçando, acordei após uma risadinha irritante estranhando o fato de Yifan estar próximo a mim dentro da barraca mostrando em seguida o que tinha em mãos, creme de fazer a barba. Imediatamente fui em busca de um espelho, quando olhei-me no mesmo parecendo o creme no meu nariz, senti a imensa vontade de quebrar os dentes desse idiota, falhando totalmente pois ele saiu correndo sumindo nos arredores da floresta.

— Ele me pediu o creme de barbear, até estranhei.

Disse seu pai, acreditando na inocência daquele estúpido irritante, mas eu não iria deixar isso acabar por aqui, o que é dele ficará guardado.

— Tudo bem, talvez esteja crescendo os pentelhos no crianção. — Com a resposta dada, resolvi iniciar o dia com um belo banho antes de planejar a vingança contra Yifan.

Durante um delicioso banho na cachoeira antes de seguirmos a trilha, fiquei observando os mimos dos meus pais durante a conversa que existia entre eles e o pai daquela mula que ainda não sei onde se meteu, talvez ainda na floresta na companhia da filha do jardineiro fazendo crianças, ou era o que eu acreditava até ser afogada pelo idiota sendo mais idiota do que costuma ser, porém, um belo momento para bolar minha vingança.

Então, encarando um ao outro, fiquei a pensar no que fazer enquanto Yifan olhava-me confuso não sabendo o que se passa na minha cabeça neste instante, foi quando decidi me aproximar sutilmente esbanjando um sorriso agradável no qual deixaria todos os parafusos da sua cabeça perdidos, nada ciente das minhas ações.

— Qual foi, S/N ? — Perguntou, se aproximando no mesmo ritmo.

— Eu não havia percebido, mas você ficou bonitinho até.

— Pegadinha ? Te conheço o suficiente para saber que não falaria isso por nada, o que planeja contra minha pessoa ? — Mulheres comove os homens facilmente, por isso aproveitei do meu sexo esboçando um semblante triste. — Que foi ?

— Eu tentando me aproximar, mas você só quer brincar.

— Ah, sério ? É que… — Coçou a nuca olhando pra cima, ao descer seu olhar pra mim sentindo minhas mãos tocando seu abdômen, sem reação ficou.

— Como mudou, está bem gatinho. Miau.

— Isso é sério, S/N ?

— Não percebe ? Implico contigo pois estou afim. — Sorrindo, levei minhas mãos ao encontro do seu short de banho.

— O que pretende fazer ?

— O pessoal foi arrumar as coisas, podemos brincar antes. Vai, se livrar do short, estou curiosa de como é chupar alguém mergulhada. — Uma de suas sobrancelhas se ergueu, desconfiado poderia estar e mesmo assim queria levar isso adiante. Quando se livrou do mesmo entregando a mim, mergulhei no mesmo instante fugindo por baixo da água percebendo ele tentando me alcançar, mas como cheguei na superfície primeiro não teve como ele sair despido já que todos retornaram para pegar o restante.

— Isso não ficará assim, S/N! — Resmungava batendo na água jorrando para todo canto, insatisfeito com minha covardia.

— Já vamos seguir a trilha, filho.

— Ah , pai… É que aconteceu um probleminha. — Olhava pra mim com fúria nos olhos, pois eu estava rindo enquanto vestia a roupa por cima do biquíni.

— Pare de gracinhas e anda logo, Wu Yifan!

Agora sua mãe quem tomou à frente, como ele estava envergonhado de sair mostrando sua miséria esperou todos saírem do local, ficando apenas a mim girando seu short de banho no indicador observando ele implorar por ele, ao contrário disso, joguei o tecido mais longe possível e fui embora arrumar minhas coisas entrando em uma breve distração, na qual resultou em Yifan invadir minha barraca completamente nu fazendo-me quase berrar ao dar de cara com aquele troço dele diante do meu rosto já que eu estava de joelhos colocando umas coisas na mochila.

O susto foi tão grande que ele usou as mãos para calar minha boca, empurrando meu corpo aos poucos para trás até que eu estivesse deitada com ele por cima de mim.

— Pode ter certeza que isso não ficará assim, S/N. — Com isso dito, pegou um short meu e se mandou da barraca, rapidamente olhei para fora encontrando ele vestindo o mesmo indo em busca do seu short de banho.

(...)

— Finalmente essa trilha chata acabou.

Comemorei exausta ao chegarmos na cabana, jogada no sofá esperando o único banheiro ser liberado para que eu pudesse banhar, enquanto isso observava Yifan no pátio conversando com a filha do jardineiro, mas quando o pai dela chegou ele rapidamente virou-se para outro lado fazendo nossos olhares se encontrarem e como duas crianças implicantes, mostramos língua um para o outro.

Esses dois parecem estarem em um romance de verão, no qual ela aparenta ser a protagonista da história enquanto a mim a atriz coadjuvante observando a revolução dessa relação e o pai dela obstáculo por ser contra.

— Sou mais vocês dois.

Sua mãe comentou, ao sentar no sofá à frente.

— Não brinque com isso.

— Não estou, Yifan até hoje guarda uma foto de vocês dois juntos quando criança. — Isso sim foi surpreendente, nem reação tive para responder principalmente quando ele surgiu no cômodo. — Que foi, querido ?

— Quero banhar, quem está no banheiro ?

— É meu pai, e nem vem pois já estou na fila.

Foi o mesmo que convidar ele para um desafio arrancando risadas de sua mãe, e assim que papai abandonou o banheiro foram questão de segundos para eu e Yifan correr naquela direção ficando ambos presos na porta querendo impedindo um do outro entrar, ninguém dando o braço a torcer.

— Eu já estava na fila, Yifan!

— A sorte é de quem entrar primeiro, princesa. — Ria ele, irritando.

— Para de ser implicante, garoto!

— Deixa de ser chata, garota.

— Larga os de infantilidade. — Quando menos esperávamos, seu pai nos arrancou da porta e tomou o banheiro. Então, ficamos ambos bicudos com os braços cruzados, de costas um para o outro esperando ele sair.

Finalmente, após tanta enrolação para conseguir tomar banho mesmo sendo depois de Yifan que trapaceou para ir primeiro insinuando se livrar das roupas na minha frente, agora eu posso relaxar um pouco e dormir a noite toda em uma cama de verdade, ou era o que eu acreditava até escutar batidas na porta do quarto. Com toda preguiça e raiva do mundo por estar sendo incomodada, abri a maldita porta encontrando Yifan com um sorriso de orelha a orelha.

— Estamos fazendo churrasco.

— E daí ? — Questionei sem animação, vendo seu sorriso murchar.

— Comida e bebida, não é sempre que você aproveita disso junto a família. — Durante todo esse tempo de encontro, neste momento não existia brincadeiras apenas sua expressão séria. — Sabe de uma coisa, você mudou muito.

— Claro, não sou mais criança. Você quem ainda continua com essas brincadeiras infantis. — Foi como atiçar o diabo.

— Ao menos aproveito o tempo com meus pais, fica mesmo aí que é melhor, assim não estraga nossa diversão com essa sua cara feia! — Com essa resposta dada não esperando qualquer resposta minha, Yifan foi embora.

Entre Tapas e Beijos | ° Imagine Kris Wu ° | Onde histórias criam vida. Descubra agora