********Anna
-Mãe,eu estou aqui... -Disse a Bárbara,segurando a minha mão.
-Vc está tão diferente minha filha. -Digo,tocando o cabelo dela e dando um sorriso simples.
-Não gostou?Alisei o cabelo. -Ela pergunta passando a mão no cabelo.
-Claro que amei,vc está mais linda ainda. -Digo,arrancando um sorriso dela.
-Me desculpe. -Ela diz em choro e soluçando.-Por não ter passado esses anos com a senhora. -Diz ainda segurando a minha mão e chorando.
-Xiu xiuu. -Digo colocando o indicador na boca dela.-Olha para vc,está maravilhosa,eu estou orgulhosa de ti filha.Vamos aproveitar o tempo que me resta com boas coisas tá?
-Tudo bem. -Ela diz enxugando as lágrimas e concordando com a cabeça.
********Raquel
Abracei a minha irmã, agora eu tinha que lhe proteger apesar de tudo,pensei em como seria o meu pai imaginar que ela já não estava aqui,era única companhia dele,ele estaria acabado.
A Bárbara estava séria, pensativa mas não vi nenhuma lágrima em seu rosto,diferente de mim,mas mesmo assim abraçadas.Talvez o motivo da ausência de lágrimas foi que ela já chorou tanto nos dias em que a nossa mãe ,senhora de beleza negra ,cabelos longos e leves mas não como seda, rigos mas não como pedra,estava naquela cama.Agora era em madeira,fina e lixada por baixo da vida ,que seria o destino dela.-Porquê a sua mãe não quer falar comigo Raquel,ela foi para sua casa e ainda não voltou o que se passa,eu estou com saudades dela. -Disse o meu pai,com demasiada inocência.
Logo que abri a porta do apartamento fui baleada com essa pergunta.
Terminei de fechar a porta lentamente,eu sabia que a resposta daquela pergunta podia fazer mal ao meu pai.Me levou em pensamentos e simplesmente comecei a chorar,a chorar que nem um bebé.-Ela nos deixou...Ela nos deixou pai. -Eu ainda não havia acreditado naquilo.
-Anna...
Foi a única coisa que o meu pai disse e quando percebi ele estava tendo um AVC,eu fui até ele,pedi que se acalmasse,liguei para o Marcus e corri em direcção ao hospital.
Eu estava com medo, de perder o meu pai e nos mesmos instantes que a minha mãe, eu não poderia aguentar.
E mais uma vez o meu pai encontrava-se em uma cama e descansando.Mas pelo menos eu estava em paz,sabendo que ele já estava fora de perigo.-Oi,ele está melhor? -Pergunta o Marcus,entrando junto com a Bárbara que desde a notícia que a mãe partiu,não diz sequer uma palavra.
-Sim está tudo bem. Digo em pé, ainda olhando para o meu pai-Eu tenho medo de lhe perder Marcus. -Começo a chorar,era algo que eu estava fazendo constantemente.
-Não pensa nisso amor,ele está bem e nós estamos aqui. -Disse o Marcus para me acalmar,mesmo sabendo que era impossível não pensar nisso.
Fomos para casa, o meu pai havia recebido alta.
*****Bárbara
Eu já não conseguia expressar os sentimentos em palavras e muito menos em lágrimas,simplesmente eu já não conseguia chorar.
A Raquel me deu suporte,o que significou muito para mim,quer dizer eu nunca esperei.-Marcus... -Ele me abraçou forte e foi a única coisa que consegui dizer depois de me dizerem que ela havia nos deixado.
-Não precisa dizer nada. -Disse continuando a me abraçar.Eu me senti tão bem, envolvida em seus braços,por momentos saí dessa realidade e foi bom não ter que lidar com a realidade por segundos.
Era um facto, eu continuava apaixonada pelo Marcus,mesmo depois de dois anos eu ainda estava apaixonada pelo namorado da minha irmã.************
A Bárbara voltou depois de três semanas para o país que ela estava a trabalhar.Ela e eu passamos a falar mais.Seis meses depois...
****Raquel
-Pai,está tomando os comprimidos?A dona Maria disse que o senhor não
está comendo. -Digo,colocando a minha pasta(bolsa)no sofá e me sentando perto do meu pai.-Só ela poderia me obrigar. -Disse o meu pai sem feição alguma.
-Pai,ela está lá em cima a nos proteger.E ela gostaria que o senhor tomasse os comprimidos. -Digo tentando o convencer.
-Eu me sinto só, depressivo,sem ela a minha vida não faz sentido Raquel...Não faz. -Ele diz.Realmente ele já não era o mesmo.Tudo lhe fazia lembrar dela,um cheiro,uma frase,qualquer coisa.
-Own pai,eu te amo ouviu? -Tentei fazer ele mudar de assunto.
-Eu também amo vcs e que bom que estão se dando...Ela estaria feliz por vcs. -Diz o meu pai e dou um beijo nele.
-Bem pai ,eu estou indo,qualquer coisa liga para mim.Me dá um abraço.Aliás,vamos ligar para a Bárbara. -Digo.
-Sim,boa ideia. -Meu pai diz ligando para Bárbara por vídeo.
-Alô família linda. -Diz a Bárbara toda sorridente.
-Oi meu amor,como vc está filha? -Diz o meu pai com toda reciprocidade.
-Hummm eu ouvi que o senhor não tem comido. -Diz.
-Ah a Maria é que é chata sabe,ela quer me dar beringela cozida.Sabe que eu odeio. -Diz o meu pai fazendo uma careta.
-Mas não importa pai,nós só queremos o bem do senhor.-Digo eu vendo a cara dele.
-Eu é que tomo conta de vcs e não vcs de mim. -Diz ele tocando a ponta do meu nariz.
-Uma típica frase do Senhor Miguel. -Dissemos juntas e começamos a rir os três.
-Bem vcs são óptimas pessoas mas infelizmente eu sou a melhor então vou ter que ir. -Digo me levantando.
-Tudo bem filha. -Diz o meu pai me dando um meio abraço.
-Tchau Raquel, pai eu amo vc tá? -Diz a Bárbara,mandando um beijo.
-Eu também vos amo.-Ele diz.
Eu fiquei observando a cena agora era só eu,a minha irmã e o meu pai.
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Aconteceu,apenas isso
RomanceDeyse decidiu escrever um romance fora da realidade dela mas muito próximo a realidade alheia.Ela escreve nos tempos livres ou sempre que possível. Na verdade a vida nunca é como na maioria dos livros e Sophia irá mostrar isso. Como irá reagir dian...