2. Reunião familiar

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Texas, United States.

"Não é como se pudêssemos salvar o mundo, mas pelo menos podemos tentar salvar alguns".


Hoje seria o tão esperado dia, finalmente receberia a guarda de Melanie, e então voltaria para Califórnia, uma cidade que ficava algumas horas de Texas. Achou que seria um ambiente mais agradável se pudesse criar a menina perto de toda sua família.

Tomou as chaves do carro e saiu em direção a parte leste da cidade ficava o orfanato de Santa Maria era um bom lugar, limpo e bem decorado, as crianças recebiam muito amor das freiras que lá trabalhavam. Depois de quarenta minutos chegou a grande estatua da Santa Anis que ficava em frente ao orfanato protegendo e guardando as crianças de todo mal. Saiu do carro e viu sua garotinha descer as escadas acompanhada da irmã Dulce. Uma mulher idosa que havia se apegado a ela. Vinha com sua pequena mochilinha em formato de flor que o homem lhe havia dado com algumas roupas antigas de Mei e Anko, que tentavam de alguma forma o auxiliar com sua nova vida paterna.

- Sr. Reed! - A menina me abraçou como se não me visse a anos.

- Olá macaquinha, pronta para ir para casa?

- Onde é "casa"? - Sua feição era confusa e ele não pude evitar de rir.

- Que tal você entrar no carro e eu te contar no caminho? – Nunca havia visto um sorriso tão largo. A observou se da irmã Dulce e entrar no veículo, prometendo manter contato.

- Você acha que ela irá se adaptar fácil? – Lhe perguntou a senhora. – Aquela garotinha conquistou a todos do orfanato no dia que entrou, mas não sei se será tão fácil para ela viver em uma casa com um pai novo.

- Não precisa se preocupar, farei de tudo para que ela se adapte bem, aliás mandarei relatórios semanais para cá avaliando seu desenvolvimento como regra do acordo de adoção. Obrigada por cuidar da minha nova filha.

- O senhor tem um coração de ouro senhor Reed. – Disse a mulher su,indo a escadaria onde entrou no recinto novamente.

-Eu não, Melanie tem. – Entrou no carro dando partida. – Bom macaquinha, já ouviu falar do sol da Califórnia? – E então o orfanato não passava mais de um simples borrão ao longe. 

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Ele olhava atento a rua pela qual seu carro seguia, uma pequena garota de vestido rosa e faixa amarela em meio aos longos cabelos escuros dormia serena no banco do passageiro. A viagem estava durando mais que o previsto, porém não havia o que fazer, afinal já havia a iniciado, ponderou se teria sido melhor ir todo o trajeto de avião. O sol rachava o céu com fervor, o homem mal havia visto o dia passar, e então notou que precisava parar um pouco para que almoçassem.

Havia uma lanchonete no fim da rodovia, o moreno já havia passado por ali diversas vezes, nas visitas que fazia a família nos feriados. Pouco tempo chegaram e então ele acordou acordou a  para que enfim comessem. A viagem seguiu quieta até Califórnia, por volta da noite chegaram a casa que se erguia a sua frente, em um branco vivido e limpo era esteticamente bela, e trazia a garota uma parcela de calmaria em meio a todas as novidades, Carl guiou a nova Reed sob sua velha casa, lhe mostrando seu novo quarto.

O homem de longos cabelos negros havia pedido pizza, já que a cozinha da casa se encontrava vazia, embora sua face fosse passiva ao colocar sua filha na cama para dormir, sua cabeça se encontrava imersa de ideias, sobre como sua família reagiria a nova membra dos Reed, a pequena Melanie. Sabia que Ally a mulher de seu irmão, iria adorar a mesma e mimá-la como seus outros dois filhos, teria finalmente uma menina na família. Já Mei, era um problema, a moça havia perdido sua filha Karin ao nascer e desde então recuava a qualquer amiga que tivesse uma filha, sendo que seu filho Natham a seguia, embora isso fosse um problema, o homem sabia que sua filha podia ganhar seu coração e isso lhe trazia uma sensação de conforto.

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O dia mal havia começado quando Carl  voltava do mercado com a azulada e sacolas cheias, preparando a casa para saírem depois. Ally os havia convidado para um grande almoço de boas-vindas, e o homem precisava levar a garotinha para comprar algumas roupas, afinal não podia vestir o mesmo vestido para sempre. Já estavam atrasados para o almoço quando finalmente haviam voltado do shopping onde por insistência de seu pai Melanie comprou diversas roupas a mais do que precisava. Agradava-lhe o fato de que o moreno se esforçava para lhe fazer feliz mesmo que não tivesse nenhum laço sanguíneo ou parentesco com a mesma, e esperava que o resto dos familiares fossem tão legais como ele.

A mansão de sua cunhada nunca fora tão grande, as paredes externas feitas de pedras pretas traziam um ar frio e severo a casa, sua filha apertava a mão de si com força, temia que não fosse se encaixar, ou que simplesmente ninguém gostasse de si lá. A campainha tocou trazendo uma mulher alta de longos cabelos pretos que fez questão de pegar a azulada no colo, Carl nunca havia visto a mulher tão enérgica antes, a moça fez questão de apresentar a menina sem tirá-la do colo.

- Edward, meu filho, está sua nova prima, Melanie, ou melhor Annie. – Disse a moça com um sorriso para o garoto que tinha um solhar surpreso sobre a menina, a moça havia visto que seu filho não piscou em nenhum momento. – O que acha de apresenta-la a tia Mei?

- Q-que seja! – O garoto soou indiferente ao tocar a mão da garota e guia-la até o lado oposto da piscina. – Tia? Esta é a Annie! – A garota se assustou na hora em que a moça se pôs contra ela apertando seu braço com as unhas.

-Como pôde Carl? Trazendo essa garota para cá! Minha dor é uma piada para você? – Suas lagrimas banhavam o rosto. – Esse inseto!

-Edward tire a Annie daqui! – Ally se pôs a frente segurando Mei que chorava intensamente proferindo maldições contra a menina. - Mei para com isso! Ela é uma garota inocente!

- Mãe se acalme, ela é só uma criança! – Nathan se colocou a frente – Ela não vai te fazer mal.

- Como pôde! Sabes o que aconteceu com minha filha e ainda faz isso comigo? - Suas mãos tremiam ao sentir o liquido avermelhado quente contra a ponta de seus dedos.

- Mei, pare de agir com toda essa gritaria está assustando ela! – O Reed tentou defender a filha.

O garoto levou a menina que chorava fragilmente até seu quarto, não gostava de ter que consolar pessoas, ainda mais desconhecidos. Seus olhos se arregalavam ao ver o sangue que escorria dos pequenos cortes que haviam sido feitos em seu braço, o vestido rosa claro que lhe trazia a inocência havia sido manchado por pingos de um vermelho vivido, tratou de pegar a caixinha de primeiros socorros e limpar colocando os band-aids por cima dos ferimentos. Pelo jeito ter uma nova prima traria um alvoroço na família.

- Deite e durma um pouco para se acalmar, eu vou pegar algo para você comer e já volto. – Tentou ao máximo não exibir sua preocupação. - Tia Mei é intensa demais, mas garanto que isso não irá se repetir. Eu não deixarei. – Saiu do quarto.

O vento que corria pelos corredores do andar superior da casa era gélido, Mel teve de se levantar para fechar a janela, se deparando com a sombra negra que se refletia no espelho, se assustou levando as mãos ao rosto esfregando seus olhos. Ao olhar novamente no espelho, a sombra havia sumido.

Edward nunca fora bom em preparar sanduíches, então optou por pegar o almoço na área da piscina e esquentar no microondas, já estava próximo ao seu quarto quando passou pelo espelho do corredor e sentiu que havia mais alguém atrás de si, virou-se deparando com o corredor vazio, mas a desconfiança ainda era grande, voltou em rumo ao quarto pressentindo algo por vir.

EuphoriaWhere stories live. Discover now