Depois de toda a confusão com o enorme acidente, eu não vi mais o Andrew, fui pra casa e eu só consigo pensar na sensação das mãos dele pelo meu corpo, respiro fundo e sigo com minha noite, quase não consigo dormir, eu posso jurar que to sentindo o cheiro do Andrew pelo quarto, eu já não consigo tirá-lo da minha cabeça sem isso.
Estou no hospital, conferindo uns exames no tablet e ouço a risada dele, levanto a cabeça, ele tá acompanhado, nossos olhares se encontram e o sorriso dele aumenta
- Bom dia, Dra Grey
- Bom dia, Dr Deluca, bom dia, Dra Brody
Ela sorri
- Bom dia, Dra Grey
Eles continuam andando, ele olha pra trás e pisca pra mim, eu balanço a cabeça e sigo meu atendimento.
Mais tarde, estou na máquina de salgadinhos escolhendo um, antes que eu ouça a voz, eu sinto ele se aproximar, ele para atrás de mim
- Já sabe o que quer?
Ele diz quase no meu ouvido, como foi que ele fez uma pergunta dessa parecer sensual
- Ainda não
Eu respondo tentando parecer o mais normal possível
- Eu sei
Quando ele se estica pra colocar o dinheiro e escolher, o corpo dele toca o meu, é sútil, de leve, mas eu posso sentir em cada fibra e me arrepio diante daquela proximidade
- Andrew
- Sim?
Ele se afasta, pega o salgado pelo outro lado e para, olhando pra mim
- Diga
- Não me provoque
- Eu não fiz nada
Ele diz com ar de deboche, sorri e sai andando, eu fico observando, isso não vai ficar assim.
Um tempo depois, sou chamada na emergência, assim que termino o atendimento, ele me chama em outra cama, vou até lá, enquanto me passa o caso, eu olho diretamente pra ele, quando ele levanta o olhar do tablet, encontra o meu e para de falar
- Continue, doutor
Eu digo tentando manter a seriedade, ele balança a cabeça e continua, ouço tudo, indico a medicação
- Vamos monitorar antes de indicar pra cirurgia, coloque em um quarto e me avise de hora em hora como ele está
- Ok, obrigado, doutora
Eu me aproximo, coloco minha mão na dele
- É um prazer trabalhar com você
Eu digo baixinho
- Meredith
- Sim?
Eu respondo, sorrio e saio
Depois de algum tempo, ele me chama no quarto do paciente, me passa as informações, eu dou as recomendações e vou sair, ele segura minha mão
- Eu preciso falar com você
- Aqui tem um paciente
- Ele tá dormindo
- Eu não tenho tempo agora
- Você tá fugindo
Ele aproxima mais nosso corpo
- Eu não fujo
Ele coloca a mão na minha cintura e me puxa contra ele
- Tem certeza?
- Tenho mas você não deveria começar o que não pode continuar
Ele me aperta mais, eu coloco as mãos nos braços dele
- Quem disse que eu não posso continuar?
Ele diz muito perto da minha boca
- Sua chefe que mandou você fazer os exames no paciente, ele precisa de um ultrassom agora
Eu digo sorrindo, me afasto e saio, sem olhar pra trás.
Vejo de longe o Andrew no posto das enfermeiras, vou até lá, não tem ninguém, paro ao lado dele
- Como está meu paciente?
- Nosso paciente, ainda na mesma
Ele diz e eu percebo o olhar dele na minha boca, umedeço os lábios com a língua e ele respira fundo
- Ótimo, então
Ele não desvia o olhar, nem eu, ele se inclina na minha direção
- Para
Eu digo baixinho
- Eu só ia pegar uma caneta
Ele tá perto, muito perto, ele vai me beijar
- Aqui tem uma
Eu pego uma caneta no bolso do jaleco dele e entrego, ele sorri e eu saio.
Estou anotando minha próxima cirurgia no quadro
- Doutora
Eu me viro, tentando não sorrir
- Sim, doutor
- Eu trouxe os últimos exames do paciente
Eu estendo a mão pra pegar o tablet, mas ele não solta
- Não vai me dar?
- Pra você, qualquer coisa
Eu sorrio
- Para com isso
Ele solta o tablet, eu olho os exames e sinto ele se aproximando, eu encosto no quadro, atrás de mim e continuo olhando os exames
- Ele parece melhor
- Uhum
- Continue refazendo os exames, se essa melhora progredir, não teremos que operar
- Ok
Eu levanto a cabeça devagar, ele apoia a mão no quadro, muito perto, meu coração acelera e ele continua
- Nós poderíamos ir pra um quarto e - ele dá um meio sorriso - Conversar
Eu mantenho o olhar no dele, mesmo meu coração quase saindo pela boca de tão rápido que bate
- Eu não tenho tempo pra... conversar agora
- Essa conversa pode ser rápida e mais tarde nós voltamos ao assunto com mais detalhes
Ele se aproxima, beija o canto da minha boca, eu respiro fundo
- Vamos
Nós entramos no quarto, ele me encosta na porta e nos beijamos, as mãos dele tocam meu corpo, por baixo da minha blusa e eu suspiro, puxo a camisa dele, nem vejo onde vai parar, a minha segue o mesmo caminho pra algum lugar nesse quarto, nós somos um emaranhado de mãos, beijos e muito desejo, ele coloca a mão por dentro da minha calça, eu gemo quando ele me toca, sugo o lóbulo da orelha dele e sussurro
- Eu não posso demorar
Em um só movimento, ele me coloca no colo, me leva pra cama e senta, sem parar de me beijar em nenhum momento, eu me mexo no colo dele e posso sentir a intensidade do desejo dele, eu me afasto pra terminarmos de tirar a roupa, ele me puxa de volta, me deita na cama e se encaixa em mim, os movimentos ritmados de vai e vem associados aos beijos dele não demoram a me levar ao ápice do prazer, quando eu sinto meu corpo relaxar, ele deixa o pesa cair em cima de um por um instante antes de rolar pro lado e me abraçar, ficamos em silêncio, esperando a respiração normalizar
- Eu tenho que operar
Eu digo ainda nos braços dele e ele fica calado
- Nós podemos conversar mais tarde?
Ele levanta a cabeça e olha pra mim, eu reviro os olhos
- Conversar mesmo, Andrew, sobre a gente
- E nós podemos ter outra conversa dessa depois?
- Eu to falando sério
Ele me beija de leve
- Eu vou lá, mais tarde e a gente conversa, tá?
Eu sorrio
- Ok
Eu levanto, me visto e olho pra que continua deitado
- Você não tem que trabalhar, não?
- Daqui a pouco, eu vou
Ele responde com um sorriso, eu vou até ele
- Até mais tarde
Dou um beijo de leve mas ele segura e aprofunda o beijo
- Até mais tarde
Eu vou até a porta e antes de sair, viro pra ele
- Dr. DeLuca, você tem um paciente pra monitorar, ordens da Dra. Grey
Ele ri
- Já to indo, ela que manda
- Sempre
Eu pisco, sorrio e saio.
