Aprendendo a viver...

Off i go

ULTIMO CAPITULO
Com dor no coração, confesso...quero saber o que você acharam hein, lê aí e me conta!!

Quem já viu Grey's vai referenciar muitos trechos aí!

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"Morrer muda tudo. Há a queda emocional, claro. Mas também há a parte prática. Quem vai fazer o seu trabalho? Quem vai tomar conta da sua família? A única coisa boa é que não precisa se preocupar. Pessoas que você nunca viu, vão morar na sua casa, fazer o seu trabalho, a vida continua...SEM VOCÊ.
Dizem que morrer é mais difícil para os vivos. É difícil dizer adeus. Às vezes, é impossível. Você nunca deixa de sentir a perda. É o que faz as coisas tão agridoces. Deixamos pequenas partes de nós para trás, lembretes, uma vida cheia de memórias, fotos, quinquilharias. Coisas para sermos lembrados, mesmo quando nos formos."

Pov's Maraisa
- Então era assim? Iria acabar dessa forma? Eu achei que ia conseguir, achei que talvez tivesse mais uma chance...eu até tive, mas não soube aproveitá-la, ou simplesmente era meu destino, já traçado desde o início. Sabe aquele filme que todo mundo fala que vem antes da morte? Pois é, ele existe. Eu me vi passando por toda a minha vida, eu me vi naquele acidente, o qual resultou na pior notícia que poderia receber, a fratura na minha coluna, me vi novamente lutando pela vida, cada momento...até mesmo lembrei do Wendell, das brigas, do final trágico, não menos diferente do meu...como isso era contraditório não?...lembrei dos meus primeiros encantos pela Marília, nosso primeiro beijo no quarto da Maiara, nossa primeira vez...o quão difícil foi assumir, as brigas com a Mai...a notícia que alegrou minha vida de uma forma excepcional e creio que mais importante foi a chegada do meu anjinho Miguel...como eu queria estar do lado dele, vê-lo crescer e ajudar a Mai nesse momento...trocar as fraldinhas sujas e dar banho naquele bolinho...como eu queria. Maiara, eu espero que meus pais, a Marília e o Matheus não saiam de perto dela nesse momento, eu sei que ela vai precisar, e muito! Eu tava com medo...meu corpo não respondia mais, o cheiro de sangue e os soluços desesperados da Marília me tonteavam...eu sei que minha hora havia chegado, simples assim...a dor era incalculável, mas o conforto de estar nos braços do amor da minha vida amenizou, eu queria pedir desculpas por não ser forte o suficiente, queria falar, queria pedir favores, pedir que não me esquecessem, mas não haviam mais forças...e como se realmente fosse um filme, a dor sumiu, eu voltei a respirar normalmente, o peso que estava sobre o meu corpo não existia mais, eu sentia meu rosto menos rígido, podia jurar que estava sorrindo...meu último olhar e pensando estavam nela, Marília me abraçou, chorou, beijou entre meus cabelos e naquele momento tudo escureceu...era assim? O final era assim? Acabou..."

• "De acordo com Elisabeth Kubler-Ross, quando estamos morrendo, ou sofremos uma perda catastrófica, passamos por 5 estágios de luto. Passamos pela negação. A perda é tão inconcebível que não acreditamos nela. Ficamos bravos com todo mundo. Bravos com os sobreviventes, bravos conosco, e então barganhamos. Nós suplicamos, imploramos, oferecemos tudo o que temos, oferecemos nossas almas, em troca de apenas mais um dia. Quando a barganha falha, e a raiva é demais para persistir, ficamos deprimidos, desesperados, até que finalmente aceitamos que todo o possível foi feito, e desistimos. Desistimos e tentamos aceitar."

➡️ 3 anos depois

Pov's Maiara
- Pois é, eu ainda estou aqui! Pela minha família, pelo Miguel...é impossível não pensar nela um dia se quer, eu juro que desde aquele fatídico e doloroso dia eu tento, eu luto dia após dias, mas está tão difícil...Maraisa era minha metade, era meu amorzinho, minhas irmã...eu só queria ela aqui de novo! A falta que ela faz é de outro mundo, me pego chorando as vezes, imaginando como seria ela ali conosco, vejo o Miguel brincando no gramado da nossa nova casa e me pergunto pq Deus não deixou ela participar disso...choro. Marília não estava melhor que eu, afinal o último suspiro da minha metade foi nos braços dela, a qual se culpa até hoje por isso. Rezo por ela, tbm pela alma impiedosa do Henrique, falando com o Juliano depois de tudo isso ele me contou o quão transtornado o irmão estava, pediu desculpas por tudo e eu sabia o quão ele também estava sentindo, afinal tbm perdeu um irmão e sei que uma grande amiga. Bom, hoje fazem 3 anos anos que ela se foi, 3 anos que nossas vidas mudaram completamente, eu vivo só e exclusivamente para a minha família, Matheus é minha base, ele e o Miguel são tudo pra mim. Hoje após a visita melancólica no túmulo da minha irmã nos reunimos aqui em casa, Marília, nossos pais, tia Ruth, e até mesmo Renata que estava morando fora do país veio nos visitar, o dia estava lindo, ensolarado, era a cara da Maraisa.