Mandarim

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Para ser bem sincero meu conhecimento de mandarim é extremamente limitado. Havia feito as outras línguas em menos de uma hora provavelmente gabaritado, já mandarim pedia a tradução de um texto que sequer conseguia ler, o título por sorte estava inglês. "Violência doméstica no Brasil".

Não fazia ideia, nenhuma para ser sincero. Deduzi as palavras até dar o mínimo de linhas para contar como resumo sabendo da nota extremamente baixa que conseguiria.

Me levanto abatido, possivelmente minha cara estava mais pálida que cera. Grande parte dos estudantes ainda estava fazendo a prova do caderno azul (inglês).

Desorientando caminho até a mesa do professor e entrego minha prova.

Respiro profundamente ao sair do auditório, ao menos as provas acabaram até sexta. Leandro sai logo em seguida.

- Parece que alguém chutou tudo em mandarim, não é? - Pergunta ele olhando para algum pronto a frente.

- Por que? Como sabe? - Pergunto dando de ombros.

- A velocidade que você gastou com a prova demonstra isso. Não se preocupe ninguém dá sua classe passa em mandarim, tem muitos detalhes, não se sinta mal por isso você....

- Você está falando sério? - Falo interrompendo ele - Não é só porque eu sou pobre que você tem de explicar as coisa muito menos rotular toda uma classe do colégio. Eu sinceramente não preciso ouvir esse tipo de consolo agora - Falo indo embora a passos pesados.

No meio do caminho percebo ao longe um loiro nauseante com um perfume que exala riqueza e enjôo. Denise. Era tarde demais para me esconder seus olhos opacos já olhavam atentamente para mim .

Ela sutilmente começa a dar um espaço entre nosso cada vez mais próximo encontro. Nojo.

Até mesmo o céu escureceu por alguns segundos após ela passar a uma distância que ela considerou"segura" de mim.

Não havia muitos alunos. Para ser bem franco os grandes gramados pareciam desertos. Achei que eles eram um pouco mais inteligentes.

Apesar dos alojamentos serem separados as áreas de formação obviamente seriam integradas entre as turmas. Por sorte a distância de cada uma era igual a todos. Um triângulo perfeito apenas com alguns ajustes de logística.

Felizmente todo aquele luxo desnecessário de carros vestimentas, espaço. Não era rotina no colégio. Eu poderia se bem quisesse fazer meu próprio almoço comprando os mantimentos com os pontos do colégio ou simplesmente ir ao refeitório pedir um dos pratos do dia porque como todos sabem, buffet são extremamente anti higiênicos.

O celular leve e bonito que ainda não acreditava ser meu marcava exatas 10:00. Era tarde demais para começar a estudar os princípios avançados da gastronomia sem ficar com fome e cedo demais para almoçar. Sendo que a possibilidade de tomar café da manhã nesse horário é tão ruim quanto.

Das dezenas de ideias que surgiram em minha cabeça apenas uma pareceu sustentável.

A biblioteca.

A arquitetura de fora era futurista, arrojada com um desing criativo.

- Boa tarde eu sou a Gigi como posso te ajudar? - Pergunta a bibliotecária assim que entrei.

- Eu queria alugar alguns livros - Falo sorrindo.

O semblante da velha senhora repousa em meu pulso.

- A onde está sua pulseira?

- Pulseira?

- Sim, você não há recebeu? - Pergunta ela prepcupada

o bolsistaOnde histórias criam vida. Descubra agora