Apresentação do Caso 1

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- Começarei falando da Leoa 1. Ela atacou covardemente um dos membros do clã dos avestruzes na segunda-feira, sendo que naquele mesmo dia de manhã as pombas já haviam gritado que já havia sido feito ataques a avestruzes naquele dia e que o próximo apenas na semana seguinte. Não há justificativa... não tem como ela não ter ouvido... todos sabemos o quão ágeis e barulhentos os pombos podem ser. - explicou o porco.

- Bem... bem... isso não é bem verdade. Todos sabemos também que nós, animais, não temos tanta facilidade quanto os humanos de cometermos suicído. Isso não quer dizer que, em alguns momentos, já não tenhamos a certeza que chegou nosso momento. De acordo com a lei da floresta, é possível um animal usar um "suicida" como fonte de seu alimento por ser essa a forma mais digna de finalizar uma vida, fazer com que ela perpetue outra. - argumentou o Lobo.

- Isso é verdade. Mas para que essa lei seja posta em prática é preciso que o animal queira morrer e isso não foi o caso dessa avestruz. - justificou o porco.

- Como não?! Ela não correu ao ver minha cliente se aproximar. - alegou o lobo.

- É verdade. Mas para ela não haveria mais ataques ao seu clã naquele dia. A falecida ficou parada por acreditar que sua cliente estaria mirando em outro animal atrás dela e não quis atrapalhar a caça de sua cliente.

Com esse argumento foi feito o fechamento do caso 1. Dona Coruja analisou o caso cuidadosamente e proferiu sua sentença:

- Considero a Leoa 1 culpada, pois era sua a obrigação de respeitar a lei da selva.E a condeno a só poder se alimentar daquilo que o clã dela lhe oferecer, ou seja, de sobras, pela próxima semana.

O Sr Porco, inconformado com tal sentença gritou: - Mas apenas isso??? Essa sentença é muito branda para uma morte tão violenta!

A Juíza coruja olhou para o porco e, com toda a calma do mundo, apenas explicou:

- Senhor Porco, o senhor deveria ficar calado e se dar por satisfeito pois quase absolvi a Leoa. Se o senhor pensar bem, a avestruz, ao não correr para salvar sua própria vida mesmo vendo que a leoa estava atacando em sua direção, também foi culpada por sua própria morte. O senhor já pensou que, talvez, se ela tivesse corrido ou gritado sobre a lei poderia ter escapado viva?

E o Senhor Porco se calou.


O Julgamento na FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora