Eu lembro dos tons daquele céu. Era um tom anil, do mais escuro e puro desalento. E as nuvens negras se entrelaçando com o brilho simples dos brancos luzeiros. O vento úmido e gélido moviam os sonhos que estavam marcados nos horóscopos de cada constelação. Estava sentada num carro azul (que em destaque com o céu, era um azul celeste, porém cansado) enferrujado e abandonado nas chuvas de verão. Buscava algum roteiro nos céus, alguma inspiração. Não só para o meu próximo guião inventado, mas para minha própria história.
Sempre colocava a culpa na minha frustração e nos contextos lidos apenas por mim e aproveitadas até que me acordassem no meio do negror, cingindo minha alma até restar apenas o gosto amargo que aparece nos lábios vermelhos de uma dama louca.
Deixeis que os puros se corrompam até que o mundo vire um abismo de desgosto.
Deixeis que os lábios te joguem o que desejarem, apenas para depois passar os dedos feridos pelo veneno agridoce de sua alma e largará um riso que brilha à vingança.
Cada página minha, cada capítulo mudo a forma de escrita. Os céus me falaram que o motivo é a minha variedade de cores em meus fios de ouro guardados. É um caleidoscópio a cada palavra minha. É a profusão da minha sina.
[19h50 - 23/10/2016]
[revisado 19/22/2019]
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Crônicas Poéticas
RandomAlguns textos, quase que em forma de um diário profundo, que um dia foram escritos. Destilado e compilado de muitos sentimentos que são reprimidos, e que nunca tornam-se à luz.