Reencontro

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Galopando a uma velocidade insana, Hakan chegou no casebre, praguejando em todos os idiomas que conhecia.

Como pôde sequer cogitar essa ideia?

Winter era uma princesa.

Quando viu o olhar que o rei lhe proporcionou, entendeu que estava no lugar errado, por isso, escapou do castelo enquanto estavam distraídos.

Havia cumprido seu dever de ajudar a uma dama em perigo. Ponto final.

Entrou no casebre e foi direto até a garrafa com o licor, bebendo direto do gargalo.

Precisava de algo que o fizesse esquecer aquele maldito beijo. Porque fez aquilo?

Porque decidiu se torturar dessa maneira? Sempre havia sido solitário e agora não deixava de pensar na princesa e na sua boca tão doce quanto o mel.

— Diabos! - Praguejou, jogando a garrafa quase vazia na parede, provocando um som estridente do vidro que se rompeu em dezenas de pedaços.

Ele estava fadado a viver só. Era bom se acostumar com isso.

Observou o portal cogitando a possibilidade de voltar no tempo, apenas para poder passar mais tempo ao lado da princesa, mas balançou a cabeça sorrindo diante do quão ridículo soava aquela ideia.

Mesmo assim, se levantou e caminhou até ficar bem diante da porta de madeira aparentemente inocente. Colocou a mão na maçaneta e estava quase girando o objeto, cegado pela saudade repentina, quando escutou um barulho vindo do lado de fora.

Estaria sendo invadido?

Estava por pegar algum objeto para se defender quando...

Toc toc toc

Bom, se tivessem a intenção de invadir seu lar, certamente não tocariam antes.

Se dirigiu até a porta e a abriu de um rompante, se surpreendendo ao encontrar Winter do outro lado.

— Como ousa sair sem se despedir de mim? - Exigiu a jovem, com a expressão irritada o que o fez rir.

— Sentiu saudades princesa? - Debochou, mas no mais profundo do seu ser, estava feliz por vê-la novamente.

— Quer mesmo saber? - Disse Winter nervosa. — Senti sim. Além do mais, não me deixou sequer agradecê-lo por me ajudar a salvar este Natal e... - Antes mesmo que pudesse terminar a frase, Hakan a puxou em um abraço e lhe beijou, se deliciando novamente com o sabor dos seus lábios. Já dentro do casebre, o abraço se tornou mais sensual e sem perceber, o beijo tomava proporções dignas de um romance.

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— Eu também senti saudades. - Confessou Hakan, acariciando a cintura nua de Winter depois de algumas horas de paixão.

A princesa riu, completamente feliz.

— Sabe, ainda é natal, o que acha de almoçar comigo no castelo? - Perguntou e estranhou a resposta corporal de Hakan si ficar tenso.

— Não pertenço lá.

— Não diga isso.

— Sabe que estou certo, Winter. Veja, lá, eu sequer posso lhe chamar pelo nome.

— Tem razão. Então almoçarei aqui com você. - Disse ficando de frente para a Hakan, tentando convencê-lo com um beijo tão quente como as chamas da lareira que os mantinha aquecidos.

— Não. Deve estar com o rei. É natal.

— Hakan! Não irei embora até que aceite minha proposta. Quero almoçar com você hoje. Não me importa o que diga papai ou o resto da realeza.

Hakan riu da determinação da princesa, se apaixonando ainda mais pela jovem destemida.

— Tudo bem, você venceu. Irei almoçar com você. - Aceitou apenas para não magoá-la

Foi a vez de Winter sorrir, os levando a outra onda de paixão até que fosse a hora de Winter voltar para o castelo.

— Por favor Hakan, o espero mais tarde. Feliz Natal.

O homem concordou, sabendo que jamais poderia cumprir com aquele pedido.

— Feliz natal Winter.

Deu um último beijo na princesa e esperou que ela estivesse a uma distância segura antes de se dirigir até o portal.

Colocou a mão na maçaneta e respirou fundo antes de girá-la como havia feito tantas outras vezes.

Dessa vez era diferente, aquela decisão o corroeria para sempre. Ao abrir a porta, proferiu as palavras mais difíceis de toda a sua vida.

— Leve-me de volta à noite que nos conhecemos.

Winter contra o tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora