prólogo

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  Os passos ecoavam no corredor de pedra

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  Os passos ecoavam no corredor de pedra. A umidade molhava os pés descalços e sujos de terra da garota. As respirações cortavam o silencio sepulcral daquele lugar. Os olhos ardiam e o nariz coçava pelo cheio de sangue e mofo.
Um tropeço e ela foi ao chão, soltou um gemido de dor por ter seus cabelos puxados com força para mantê-la em pé. As mãos presas por tiras de couro e a camisa de linho encardida e rasgada, completavam o ar de miserável que a garota se encontrava. Não enxergava um palmo a frente, sua visão turva pelas muitas horas sem qualquer alimento e pela surra de alguns minutos atrás. O sangue ainda escorria por seu nariz o que rendia alguns grunhidos do seu agressor.

      Uma pequena luminosidade apareceu a sua frente e ela levantou o rosto para ver uma enorme porta de madeira sendo vigiada por dois guardas. As tochas iluminavam os rostos inexpressivos dos homens que mantinham a cabeça abaixada e os olhos fechados. Um deles tinha umas marcas de quatro garras que iam de seu cabelo até o queixo deixando-o mais apavorante do que já era.

A aproximação fez com que o homem com marcas de garras levantasse a cabeça em direção ao som daqueles que chegavam. A garota sentiu a espinha gelar quando os olhos vermelhos encontraram os seus. A porta de madeira abriu dando passagem e ela foi jogada lá dentro. O som do corpo aterrissando no chão frio de pedra ecoou pelo local, junto a dor que espalhou pelos membros atingidos. A garota ofegou a procura de ar e rastejou pelo ressinto a procura de um apoio. Lagrimas escorreram por seu rosto coberto de sujeira. Suas mãos conseguiram alcançar o banco de madeira a sua frente e ela esforçou-se para conseguir sentar-se apoiada a ele.

Ela observou o lugar enquanto tomava sua respiração. Era uma sela, as correntes presas na parede lhe deu a resposta e fez seu pânico aumentar, ao imaginar-se presa a uma daquelas. Os tremores a alcançou antes mesmo que ela tivesse tempo de tomar folego novamente. Enterrou a cabeça entre as pernas para que a tontura passasse. A respiração sôfrega também não a ajudava e ela se deitou no chão, por mais gelado e úmido que estivesse, era sua única opção até que conseguisse se acalmar.

Ela não sabia se havia passado horas ou minutos, até que ouviu passos apressados virem em sua direção. Mãos a levantou do chão e ela foi jogada dentro de uma tina cheia de agua. Viu a porta se fechar e duas mulheres a cercar com esponjas e esfregões. Essência de lavanda foi jogada na agua e uma delas pegou um frasco contendo o que deveria ser mais essência passou junto ao sabão e pegou seus cabelos passando deles, enquanto a outra arrancava a blusa de linho molhado junto às amarras em suas mãos.

Ela estremeceu tentando emitir algum som quando o hematoma em sua cabeça latejou, mas lembrou-se o porquê manter-se calada. As mulheres continuaram a sua limpeza. Ela não podia as impedir, era a segunda vez em sua vida que tinha contato com um banho completo, com direito a essência. As mulheres falavam entre sussurros em outra língua e riam da sua timidez ao cobrir seios quando uma tentou limpa-los. Ela afastou suas mãos e limpou seus seios esfregando bem. Um gemido de dor percorreu a garota e ela viu as mulheres pararem seu serviço.

— dói? — a mulher que lavava seu corpo perguntou. Ela assentiu sem convicção e a mulher lhe lançou um olhar complacente. Voltaram ao seu trabalho evitando pressionarem o corpo da garota. Sentiu seus cabelos serem esfregados e penteados mais de uma vez. Nunca ninguém tinha penteado seu cabelo. Cortaram suas unhas e tiraram seus pelos. Seu cabelo mal tradado foi cortado nas pontas, mantendo o comprimento que chegava a seu quadril. Depois de enxaguada foi seca por tecidos macios que ela não sabia identificar. Um vestido branco cobriu seu corpo e novamente seu cabelo recebeu atenção.

Lagrimas queimaram seus olhos e a mulher que penteava seu cabelo lentamente parou.

— você sabe que não deve chorar não é? — a garota assentiu e estremeceu. — abaixe a cabeça quando lhe for mandando e nunca ofereça resistência, é melhor escolhida por um dos senhores a ser lançada aos guardas — a dor em sua garganta a fez estremecer mais e ela assentiu para dizer que entendeu o que a mulher falou. Ao terminar sua tarefa de escovar a mulher fez uma trança nos longos cabelos e se dirigiu a porta. Olhou nos olhos grandes cheios de medo da garota e deu um toque na porta, permitindo-lhes saber que ela estava pronta. 
Um guarda entrou e a olhou, ela sabia que devia acompanha-lo, mas o medo a paralisava no lugar. O homem soltou um grunhido fazendo-a pular no lugar e cambalear em sua direção.

Ela resmungou algo e a legou pelos corredores de pedra. A sua frente outra guarda escoltava uma garota de cabelos negros que também usava o mesmo vestido que ela. 

Os corredores de pedra se findaram e uma porta de madeira grande foi aberta para dar passagem aos dois guardas. O guarda que a escoltava segurou rudemente em seu braço e levou até onde mais duas garotas estavam. Ele a posicionou ao lado delas e se afastou. A garota sentia sua presença atrás dela a deixando mais inquieta do que já estava. A garota de cabelos negros foi porta ao seu lado e ela estremeceu junto à garota.

Olhou em volta tendo o máximo cuidado possível para que o guarda não visse sua avaliação no lugar. Era um grande salão oval. O cheiro de moveis polidos e limpo, os cinco tronos, as cortinas e os adornos, ela estava no salão principal do castelo.

— abaixem a cabeça. — ela assim fez junto as outras três garotas. Ouviu uma porta abrir e passos preencherem o silencio. Algumas risadas e um pequeno rosnado e tudo voltou ao silencio novamente. Suas mãos tremeram e gelavam ao sentir um olhar sobre si. Um vento gélido a atingiu e ela estremeceu. 

Seus olhos arregalaram-se ao ver um corpo próximo demais ao seu. Um corpo musculoso. Uma mão deslizou pelo seu cabelo trançado e ela estremeceu. Um rosnado perto de seu ouvido a fez pular no lugar. A mão que percorria seu cabelo deslizou para sua cintura e ela ofegou ao mesmo tempo que era puxada de encontra ao corpo do homem a sua frente. 

— olhe para mim. — a voz rouca mandou e ela obedeceu. Seus olhos cresceram mais ao ver as duas pedras ônix a observar. — como se chama? — ele perguntou vendo-a estremecer mais. Ela lhe mandou um olhar atordoado e envergonhado ao mesmo tempo.

— você não tem nome? — perguntou novamente e ela assentiu. Seus olhos negros estreitaram-se e ela quase chorou.

— eles apenas a chamam de garota, majestade. — falou o guarda. O homem franziu o cenho e a olhou de cima a baixo a avaliando.

— cabelos rosa, olhos verdes. — ele contemplou vendo-a encolher-se. — irei chamá-la de Sakura. — os olhos verdes brilharam estranhamente para ele. Ela nunca teve um nome. Isso passou por sua mente inúmeras vezes antes dele dar as costas a ela e caminhar até o trono. —a levem para meus aposentos. — o guarda assentiu e Sakura sentiu suas pernas amolecerem. Viu as mulheres bem vestidas olharem-na com nojo e raiva outras com inveja.

Os homens a olhavam com malicia e outros com curiosidade. E ela tinha o terror a dominando quando percebeu quem a havia escolhido. 
Ela tinha um nome agora
E ela pertencia ao rei Sasuke Uchiha.

{ Esse foi o primeiro capítulo, votem e deixem a opinião de vcs, bjs e até o próximo❤🌸

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